23 de Dezembro de 2021
4a semana do Advento Quinta-feira
- por Pe. Alexandre
QUINTA FEIRA DA IV SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento II – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Nascerá para nós um pequenino: ele será chamado Deus e forte; nele serão abençoados todos os povos da terra (Is 9,6; Sl 71,17)
Oração do dia
– Deus eterno e todo-poderoso, ao aproximar-nos do natal do vosso Filho, concedei-nos obter a misericórdia do Verbo, que encarnou no seio da Virgem e quis viver entre nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Ml 3,1-4.23-24
– Leitura da profecia de Malaquias- Assim fala o Senhor Deus: 1Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; 2e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; 3e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao Senhor. 4Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos. 23Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia do Senhor, dia grande e terrível; 24o coração dos pais há de voltar-se para os filhos, e o coração dos filhos para seus pais, para que eu não intervenha, ferindo de maldição a vossa terra.’
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 25, 4-5ab.8-10.14 (R: Lc21,28)
– Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
R: Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
– Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação!
R: Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
– O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.
R: Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
– Verdade e amor são os caminhos do Senhor para quem guarda sua Aliança e seus preceitos. O Senhor se torna íntimo aos que o temem e lhes dá a conhecer sua Aliança.
R: Levantai vossa cabeça e olhai, pois, a vossa redenção se aproxima!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Ó rei e Senhor das nações e pedra angular da Igreja, vinde salvar a mulher e o homem, que, um dia, formastes do barro.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho: de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 1,57-66
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– 57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe, porém disse:
‘Não! Ele vai chamar-se João.’ 61Os outros disseram: ‘Não existe nenhum parente teu com esse nome!’ 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: ‘João é o seu nome.’ 64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judéia. 66E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: ‘O que virá a ser este menino?‘ De fato, a mão do Senhor estava com ele.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São João Câncio
- por Pe. Alexandre
João nasceu em Kety, na diocese de Cracóvia, Polônia, em 1390; estudou na Cracóvia e foi ordenado sacerdote. Durante muitos anos foi professor da Universidade de Cracóvia; depois, foi pároco de Ilkus. A fé que ensinava uniu grandes virtudes, sobretudo, a piedade e a caridade para com o próximo, tornando-se um modelo insigne para seus colegas e discípulos.
Enquanto nas regiões vizinhas pululavam as heresias e os cismas, o bem-aventurado João ensinava na Universidade de Cracóvia a doutrina haurida da mais pura fonte, e explicava ao povo com muito empenho, em seus sermões, o caminho da santidade, confirmando a pregação com o exemplo da sua humildade, castidade, misericórdia, penitência e todas as outras virtudes próprias de um santo sacerdote e de um zeloso ministro do Senhor. Ao longo do dia, uma vez cumprido o seu dever de ensinar, dirigia-se diretamente à igreja, onde durante muito tempo se entregava à oração e à contemplação diante de Cristo na Eucaristia.
Tanto nas pequenas como nas grandes adversidades, João teve sempre em mente algo de bem superior ao prestígio, à carreira e ao bem-estar materiais: “Mais para o alto!” repetia sempre. Em todas as circunstâncias, só tinha Deus no seu coração, só tinha Deus na sua boca.
Morreu em Cracóvia, com a idade de oitenta e três anos, no ano de 1473.
São João Câncio, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Quem virá a ser este menino? (Lc 1,57-66)
O nascimento de João Batista foi cercado de prodígios. Pais idosos, mãe estéril. O acontecimento fugia às possibilidades humanas. Natural que todos ficassem intrigados a respeito de seu futuro, de sua missão neste mundo.
Ora, a mesma expectativa envolvida por respeitosa veneração deveríamos alimentar em relação a cada filho que Deus nos entrega. Cada vida nova corresponde a uma vocação única e pessoal. Cada criança abortada deixa na humanidade uma lacuna que nada e ninguém pode preencher. E se a pessoa a quem Deus encarregaria da cura do câncer foi abortada, impedida de nascer?…
Quando os pais se debruçam sobre o pequeno berço, onde ressona o bebê recém-nascido, estão diante de um grande mistério que ultrapassa nossa capacidade de compreensão: o grande milagre repetiu-se mais uma vez. Deus chamou mais um ser humano à existência. Deveriam, pois, interrogar-se: Qual será a sua missão?
A compreensão – ainda que parcial – deste sublime mistério muda por inteiro nossa atitude diante da vida humana. Jamais usaremos embriões como matéria-prima de pesquisa depois de compreender que aquele ser-em-processo é portador de tarefas intransferíveis, essenciais para o futuro do gênero humano. Jamais aprovaremos o aborto como um “direito” da mulher grávida. Amada, querida, sonhada por Deus, a nova pessoa traz em si algo de sagrado, que a torna intocável em seus direitos e nos impede de usá-la, comprá-la, escravizá-la.
A alternativa é a “síndrome de Herodes” – aquele louco que pretendia matar o Menino Jesus e, para tal fim, não hesitou em assassinar centenas de recém-nascidos. Esta doença ainda se espalha em nossa sociedade, chegando até a ser adotada por governantes como tática de controle demográfico.
O cristão que não luta pela vida dá seu aval ao ódio do Rei Herodes. Torna-se cúmplice dos inimigos de Deus. Contribui para que a humanidade fique mais pobre e desamparada.
Ao contrário, são colaboradores de Deus aqueles que cuidam da infância desvalida, os que se dedicam à educação da juventude, os que pesquisam para curar as doenças e produzir mais alimentos. Todo o trabalho humano, lembrava o Papa João Paulo II. É uma participação na obra da Criação.
Nosso Deus é um Deus da vida. Jamais ficará neutro diante dos servidores da morte.
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