23 de Março de 2023
4 semana da quaresma- quinta feira
- por Pe. Alexandre
QUINTA FEIRA DA IV SEMANA DA QUARESMA
(roxo, ofício do dia)
Antífona da entrada
– Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim, buscai o Senhor e sua força,
procurai sem cessar a sua face (Sl 104,3s).
Oração do dia
– Nós vos pedimos, ó Deus de bondade, que corrigidos pela penitência e
renovados pelas boas obras, possamos perseverar nos vossos mandamentos
e chegar purificados às festas pascais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Ex 32,7-14
– Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, 7 o Senhor falou a Moisés: “Vai,
desce, pois corrompeu-se o teu povo, que tiraste da terra do Egito. 8 Bem
depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram para si um
bezerro de metal fundido, inclinaram-se em adoração diante dele e ofereceram-
lhe sacrifícios, dizendo: ‘Estes são os teus deuses, Israel, que te fizeram sair
do Egito!’” 9 E o Senhor disse ainda a Moisés: “Vejo que este é um povo de
cabeça dura. 10 Deixa que minha cólera se inflame contra eles e que eu os
extermine. Mas de ti farei uma grande nação”. 11 Moisés, porém, suplicava ao
Senhor seu Deus, dizendo: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra
teu povo, que fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte? 12 Não
permitais, te peço, que os egípcios digam: ‘Foi com má intenção que ele os
tirou, para fazê-los perecer nas montanhas e exterminá-los da face da terra’.
Aplaque-se a tua ira e perdoa a iniquidade do teu povo. 13 Lembra-te de teus
servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste por juramento,
dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos quanto as estrelas
do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes
como herança para sempre”’. 14 E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado
fazer a seu povo.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 106,19-20.21.22-23 (R: 4a)
– Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo!
R: Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo!
– Construíram um bezerro no Horeb e adoraram uma estátua de metal; eles
trocaram o seu Deus, que é sua glória, pela imagem de um boi que come feno.
R: Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo!
– Esqueceram-se do Deus que os salvara, que fizera maravilhas no Egito; no
país de Cam fez tantas obras admiráveis, no Mar Vermelho, tantas coisas
assombrosas.
R: Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo!
– Até pensava em acabar com sua raça, não se tivesse Moisés, o seu eleito,
interposto, intercedendo junto a ele, para impedir que sua ira os destruísse.
R: Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo!
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 5,31-47
Jesus Cristo sois bendito o ungido de Deus Pai!
Jesus Cristo sois bendito o ungido de Deus Pai!
– Deus o mundo tanto amou, que lhe deu seu próprio Filho, para que todo o que
nele crer encontre vida eterna (Jo 3,16).
Jesus Cristo sois bendito o ungido de Deus Pai!
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 31 “Se eu der testemunho de mim
mesmo, meu testemunho não vale. 32 Mas há um outro que dá testemunho de
mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. 33 Vós
mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. 34 Eu,
porém, não dependo do testemunho de um ser humano. Mas falo assim para a
vossa salvação. 35 João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós
com prazer vos alegrastes por um tempo com a sua luz. 36 Mas eu tenho um
testemunho maior que o de João; as obras que o Pai me concedeu realizar. As
obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou. 37 E
também o Pai que me enviou dá testemunho a meu favor. Vós nunca ouvistes
sua voz, nem vistes sua face, 38 e sua palavra não encontrou morada em vós,
pois não acreditais naquele que ele enviou. 39 Vós examinais as Escrituras,
pensando que nelas possuís a vida eterna. No entanto, as Escrituras dão
testemunho de mim, 40 mas não quereis vir a mim para ter a vida eterna! 41 Eu não
recebo a glória que vem dos homens. 42 Mas eu sei que não tendes em vós o
amor de Deus. 43 Eu vim em nome do meu Pai, e vós não me recebeis. Mas, se
um outro viesse em seu próprio nome, a este vós o receberíeis. 44 Como
podereis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a
glória que vem do único Deus? 45 Não penseis que eu vos acusarei diante do
Pai. Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança.
46 Se acreditásseis em Moisés, também acreditaríeis em mim, pois foi a respeito
de mim que ele escreveu. 47 Mas se não acreditais nos seus escritos, como
acreditareis então nas minhas palavras?”
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Turíbio de Mongrovejo, bispo corajoso que deixou um grande legado
- por Pe. Alexandre
Origens
Seu nome completo é Turíbio Alfonso de Mongrovejo. É espanhol e filho de uma família rica da nobreza. Estudou nas cidades de Santiago de Compostela, Valadolid e Salamanca. Formou-se advogado e participou da inquisição. Desde jovem, foi honesto e justo.
Lançado na vida religiosa
A nomeação episcopal, na época, era bem diferente de como é hoje. Sendo assim, o rei Felipe II percebeu as qualidades de Turíbio de Mongrovejo e pediu ao Papa Gregório XIII que o nomeasse arcebispo da América Espanhola, então, o Papa atendeu. Por isso, após um discernimento, Turíbio recebeu todas as ordens sagradas de uma só vez, inclusive a ordenação sacerdotal. Assim, em 1580, ele foi sagrado Arcebispo de Lima, no Peru. Foi dessa maneira, aparentemente improvisada, que nasceu um dos maiores apóstolos da América Latina.
Compaixão
Dom Turíbio chegou à Lima, em 1581, e ficou estarrecido com a miséria material e espiritual em que os índios viviam e isso o fez agir. Começou aprendendo a língua desses índios. Depois, começou a defendê-los das arbitrariedades dos colonizadores, que os tratavam como animais. Por isso, Dom Turíbio passou a ser venerado pelos fiéis; todos o viam como um defensor da justiça e contra os opressores europeus.
São Turíbio de Mongrovejo: teve apoio do povo Indígena
Ardor evangelizador
Com o apoio de todo o povo indígena, Dom Turíbio organizou inúmeras comunidades em sua imensa diocese. Depois disso, realizou assembleias e até mesmo sínodos, isto é, reunião com todos os bispos em atividade na América Espanhola. Assim, todos foram convocados para a evangelização.
Visão e organização
Dom Turíbio realizou e coordenou dez concílios da diocese e também três concílios provinciais. Esses eventos formaram a principal estrutura organizacional da Igreja Católica da América espanhola. Essa organização dura até hoje. Um Sínodo Provincial realizado em Lima ganhou destaque. Foi o de 1582. Historiadores o comparam ao famoso Concílio de Trento, por conta da sua importância. Conta-se que, neste encontro, Dom Turíbio chegou a desafiar os espanhóis resistentes, que se achavam muito inteligentes, a aprenderem a língua dos índios. Todos se calaram.
Apóstolo incansável
No ano de 1594, Dom Turíbio já tinha percorrido quinze mil quilômetros em missão pela América Espanhola. Ensinava, pregava, convertia, devolvia dignidade e administrava os sacramentos aos índios. Até este ano, segundo os livros das paróquias, tinha administrado a crisma a nada menos que sessenta mil fiéis.
São Turíbio de Mongrovejo crismou três santos da América Espanhola
Formando santos
Dom Turíbio teve a graça de formar e crismar três cristãos peruanos que, mais tarde, foram canonizados: Santa Rosa de Lima, São Francisco Solano e São Martinho de Porres. Esses são frutos preciosos de sua grande missão na América Espanhola.
Legado para o futuro
São Turíbio procedeu a fundação do primeiro seminário instituído nas Américas. Ali, vários missionários ardorosos foram formados, o que muito ajudou no processo de evangelização da América Espanhola.
Amor e desapego
Pouco tempo antes de sua morte, São Turíbio doou todas as suas roupas, até mesmo as que cobriam seu próprio corpo. Tudo foi para os pobres e àqueles que trabalhavam a seu serviço. Esse gesto resumiu o comportamento de toda sua vida. São Turíbio morreu no dia 23 de março do ano 1606. Ele estava na pequenina cidade chamada Sanã, no Peru. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Bento XIII, em 1726. Na ocasião, o Papa declarou São Turíbio de Mongrovejo como o Apóstolo e Padroeiro do Peru.
Minha oração
“Reta intenção: é isso que lhe pedimos Senhor Jesus. Se nosso coração alcançar essa graça, prosseguiremos no caminho da santidade. Amém.”
São Turíbio de Mongrovejo, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
João era a lâmpada (Jo 5,31-47)
No 4º Evangelho, a figura da LUZ é explorada em todo o seu
simbolismo. Desde o Prólogo, São João apresenta o Verbo encarnado como
uma “vida que era a luz dos homens”, “luz que brilha nas trevas”, as quais não
puderam dominá-la.
Mais adiante, no mesmo Evangelho, Jesus de Nazaré se autodefine: “Eu
sou a luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz
da vida” (Jo 8,12). Assim, não existe outra “fonte” de luz para iluminar as trevas
da humanidade. Desde o Antigo Testamento, a vinda do Messias é
apresentada como uma “iluminação”: “O povo que andava nas trevas viu uma
grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz
resplandeceu” (Is 9,1).
Mas Deus decidiu que essa luz se refletisse nos homens. No Sermão da
Montanha, a mesma definição é dada aos discípulos: “Vós sois a luz do
mundo” (Mt 5,14). Trata-se de uma luz refletida (como na Mulher de Ap 12),
mas que coopera ativamente para que a única Luz seja derramada sobre a
humanidade.
Enquanto precursor [o que corre na frente], a missão de João Batista foi
executar o papel de uma lâmpada, como preparação para a iminente
manifestação do Salvador. Lâmpada que devia diminuir e apagar-se diante da
chegada do “Sol nascente” (Lc 1,78), este, sim, com luz própria.
É neste mesmo sentido que os discípulos – como também a Igreja de
Cristo – recebem a missão de disseminar em uma sociedade tenebrosa os
lampejos da luz divina. Ora, o principal efeito dessa luz é a separação entre
verdade e mentira. O anúncio do Evangelho denuncia as mentiras sobre Deus
e sobre o homem. Por isso mesmo, os “filhos das trevas” farão todo o esforço e
chegarão até o crime para repelir a Luz, ao som de seus gritos: “Apaga!
Apaga!”
Ninguém dá o que não tem. O Batizador ficara cheio do Espírito de luz
desde o ventre materno (cf. Lc 1,15). Lev Gillet, o monge do Oriente, comenta:
“Com João Batista faz-se a plena luz. Ele percebe, exprime claramente o
mistério da Pomba e do Cordeiro. Ele VIU o Espírito semelhante a uma pomba
descer sobre o Salvador. Assim se acha esboçado o ideal da piedade cristã:
VER ao mesmo tempo o Cordeiro e a Pomba (e em sua relação ao Príncipe,
que é o Pai).
Para ser curado de sua cegueira e passar a ver, o mundo precisa de
lâmpadas que se deixem arder. Deus procura por gente assim…
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