23 de novembro de 2022

34a Semana do Tempo Comum Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA – XXXIV SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– O Senhor fala de paz a seu povo e a seus amigos e a todos que se voltam para ele (Sl 84,9).

 

Oração do dia

 

– Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ap 15,1-4

 

– Leitura do livro do Apocalipse de são João: Eu, João, 1vi no céu outro sinal, grande e admirável: sete anjos, com as sete últimas pragas. Com elas o furor de Deus ia-se consumar. 2Vi também como que um mar de vidro misturado com fogo. Sobre este mar estavam, de pé, todos aqueles que saíram vitoriosos do confronto com a besta, com a imagem dela e com o número do nome da besta. Seguravam as harpas de Deus. 3Entoavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: “Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! 4Quem não temeria, Senhor, e não glorificaria o teu nome? Só tu és santo! Todas as nações virão prostrar-se diante de Ti, porque tuas justas decisões se tornaram manifestas”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 98,1-3ab.7-9 (R: Ap 15,3b)

 

– Como são grandes e admiráveis vossas obras, ó Senhor e nosso Deus onipotente!
R: Como são grandes e admiráveis vossas obras, ó Senhor e nosso Deus onipotente!

– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.

R: Como são grandes e admiráveis vossas obras, ó Senhor e nosso Deus onipotente!

– O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.

R: Como são grandes e admiráveis vossas obras, ó Senhor e nosso Deus onipotente!

– Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de alegria.

R: Como são grandes e admiráveis vossas obras, ó Senhor e nosso Deus onipotente!

– Na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira. Julgará o universo com justiça e as nações com equidade.

R: Como são grandes e admiráveis vossas obras, ó Senhor e nosso Deus onipotente!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Permanece fiel até a morte, e a coroa da vida eu te darei (Ap 2,10).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 21,12-19

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não per­dereis num só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Clemente I

- por Pe. Alexandre

São Clemente I é o terceiro sucessor de São Pedro como Bispo de Roma, depois de Lino e Anacleto. São Paulo o nomeia na Carta aos Filipenses: “Peço-vos que auxilieis também aqueles que, como Clemente e outros, comigo labutaram pelo Evangelho, cujos nomes estão escritos no livro da vida”. Com muito empenho, São Clemente regeu a Igreja de Roma dos anos 88 até 97.

Clemente é conhecido na história da Igreja por uma Carta que se sobressai em seu pontificado, trata-se de um documento de primeira grandeza, fundamental a favor do primado universal do Bispo de Roma: a Carta aos Coríntios. No texto, escrito no ano de 96, Clemente lamenta as adversidades que aconteceram devido à perseguição dos imperadores Domiciano e Nero.

Perturbada por agitadores presumidos e invejosos, a comunidade cristã de Corinto ameaçava desagregação e ruptura. Com a missão de pacificar a comunidade, São Clemente escreve-lhe uma extensa carta de orientação e pacificação, repassada de energia persuasiva, recomendando humildade, paz e obediência à hierarquia eclesiástica já então definida nos seus diversos graus: Bispos, Presbíteros e Diáconos.

Sua intervenção mostra que Clemente, para além de Bispo de Roma, sentia-se responsável e com autoridade sobre as outras Igrejas.

E saliente-se que, nessa altura, vivia ainda o Apóstolo São João, o que nos permite concluir que o Primado não foi de modo algum uma ideia meramente nascida de circunstâncias favoráveis, mas uma convicção clara logo desde o início. Se assim não fosse, nunca São Clemente teria ousado meter-se onde, por hipótese, não era chamado.

João, como Apóstolo de Cristo, era sem dúvida uma figura venerável. Mas era ao Bispo de Roma, como sucessor de São Pedro, que competia o governo da cristandade.

Uma tradição que remonta ao fim do século IV, afirma que São Clemente terminou sua vida com o martírio. Seu nome ficou incluído no Cânon Romano da Missa.

São Clemente I, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Pela vossa perseverança… (Lc 21,12-19)

 

Neste Evangelho, Jesus nos apresenta uma virtude essencial para a nossa salvação: “É pela vossa perseverança que conseguireis salvar a vossa vida”. Outras traduções falam em “constância”, “paciência” (modernamente, surgiram os termos “endurance” e “resiliência”). No original de São Lucas, a palavra é “hypomoné”. Os gregos usavam a expressão no contexto militar, como na situação de inferioridade diante do exército inimigo, quando era necessário combater com redobrada coragem e disposição ao sofrimento.

 

Aqui, Jesus se refere à realidade dos últimos tempos. Em seu discurso escatológico, Jesus deixa claro que as coisas serão difíceis e só permanecerá fiel aquele que enfrentar a crise com determinação.

 

Exemplo vivo de “hypomoné” nos foi dado nas Olimpíadas de Los Angeles [1984], quando a fundista suíça Gabriele Andersen-Scheiss chegava ao final do percurso de 42 km da maratona. Sob o forte calor, estava exausta, sem forças, a ponto de ir perdendo o senso de orientação. Em pequenos passos, com as pernas retorcidas, a atleta atingiu a linha de chegada sem desistir. Já não valia nenhuma medalha, mas a multidão a aplaudiu de pé.

 

Paulo usa imagens parecidas: “Acaso não sabeis que, no estádio, todos correm, mas apenas um ganha o prêmio? Correi de tal maneira que conquisteis o prêmio. Todo atleta se impõe todo tipo de disciplina. […] Trato duramente o meu corpo e o subjugo, para não acontecer que, depois de ter proclamado a mensagem, venha eu mesmo a ser reprovado”. (1Cor 9,24-25a.27)

 

Naturalmente, trata-se de uma capacidade adquirida após longo treinamento, o que exige uma firme adesão da pessoa e a obediência a seus treinadores. No caso da vida espiritual, falamos em “ascética” [do grego “askésis”, no sentido de exercício, esforço]. Esta se associava ao silêncio, ao jejum e mortificações, em uma espécie de endurecimento da vontade para resistir a futuros combates. Conhecida como a “ciência dos santos”, a ascética era disciplina estudada nos seminários, hoje substituída por sociologia e história das religiões, com os resultados já noticiados pelas manchetes…

 

Curiosamente, ao mesmo tempo que se zomba dos “sacrifícios” dos antigos monges, continuamos a aplaudir os imensos sacrifícios e privações que se impõem os atletas de hoje (que chegam a prejudicar a saúde com a ingestão de substâncias químicas, hormônios e superalimentação). A ascética encontra-se resumida, hoje, ao campo desportivo.

 

De qualquer modo, estamos alertados por Jesus: perseverar e ser constante…

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