23 de Outubro de 2021

29a semana do tempo comum Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – XXIX SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Clamo por vós, meu Deus, porque me atendestes; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8).

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Rm 8,1-11

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos, 1não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus. 2Pois a lei do Espírito que dá a vida em Jesus Cristo te libertou da lei do pecado e da morte. 3Com efeito, aquilo que era impossível para a Lei, já que ela estava enfraquecida pela carne, Deus o realizou; tendo enviado seu próprio Filho numa condição semelhante àquela da humanidade pecadora, e por causa justamente do pecado, condenou o pecado em nossa condição humana, 4para que toda a justiça exigida pela Lei seja cumprida em nós que não procedemos segundo a carne, mas segundo o Espírito. 5Os que vivem segundo a carne aspiram pelas coisas da carne; os que vivem segundo o Espírito, aspiram pelas coisas do Espírito. 6Na verdade, as aspirações da carne levam à morte e as aspirações do Espírito levam à vida e à paz. 7Tudo isso, porque as tendências da carne são inimizade contra Deus: Não se submetem – nem poderiam submeter-se – à Lei de Deus. 8Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. 9Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus mora em vós. Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. 10Se, porém, Cristo está em vós, embora vosso corpo esteja ferido de morte por causa do pecado, vosso espírito está cheio de vida, graças à justiça. 11E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos mora em vós, então aquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais por meio do seu Espírito que mora em vós.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 24,1-2.3-4ab.5-6 (R: 6)

 

– É assim a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.
R: É assim a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.

– Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável.

R: É assim a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.

– Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação? Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime.

R: É assim a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.

– Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador. É assim a geração dos que o procuram e do Deus de Israel buscam a face.

R: É assim a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que ele volte se converta e tenha vida (Ez 33,11).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 13,1-9

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

1Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. 2Jesus lhes respondeu: “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? 3Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. 4E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. 6E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. 7Então disse ao vi­nha­teiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’ 8Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. 9Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás’”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São João de Capistrano

- por Pe. Alexandre

O santo de hoje fez da ação um ato de amor e do amor uma força para a ação, por isso, muito penitente e grande devoto do nome de Jesus, chegou à santidade. João nasceu em Capistrano (Itália), em 1386, e com privilegiado e belos talentos, cursou os estudos jurídicos na universidade de Perusa.

Juiz de direito, casado e nomeado governador de uma cidade na Itália, acabou na prisão por causa de intrigas políticas. Diante do sistema do mundo, frágil, felicidade terrena, e após a morte de sua esposa, João quis entrar numa Ordem religiosa. Com esse objetivo, teve João a coragem de vender os bens, pagar o resgate de sua missão, dar o resto aos pobres e seguir Jesus como São Francisco de Assis. O superior da Ordem, conhecendo os antecedentes de João, submeteu-o a duras provas de sua vocação e, por tudo, João passou com humildade e paciência.

Ordenado sacerdote, consagrou-se ao poder do Espírito no apostolado da pregação; viveu de modo profundo o espírito de mortificação. João de Capistrano enfrentou a ameaça dos turcos contra a Europa e a tentativa de desunião no seio da própria Ordem Franciscana. Apesar de homem de ação prodigiosa e de suas contínuas viagens através de toda a Europa descalço, João foi também escritor fecundo, consumido pelo trabalho.

São João tinha muita habilidade para a diplomacia; era sábio, prudente, e media muito bem seus julgamentos e suas palavras. Tinha sido juiz e governador, e sabia tratar muito bem as pessoas. Por isso, quatro Pontífices (Martinho V, Eugênio IV, Nicolau V e Calixto III) empregaram-no como embaixador em muitas e muito delicadas missões diplomáticas e com muito bons resultados.

Três vezes os Sumos Pontífices quiseram nomeá-lo bispo de importantes cidades, mas preferiu seguir sendo humilde pregador, pobre e sem títulos honoríficos. Em 1453, os turcos muçulmanos propuseram invadir a Europa para acabar com o Cristianismo. Então, São João foi à Hungria e percorreu toda a nação pregando ao povo, incitando-o a sair entusiasta em defesa de sua santa religião. As multidões responderam a seu chamado, e logo se formou um bom exército de crentes. Os muçulmanos chegaram perto de Belgrado com 200 canhões, uma grande frota de navios de guerra pelo rio Danúbio, e 50.000 terríveis jenízaros a cavalo, armados até os dentes. Os chefes católicos pensaram em retirar-se porque eram muito inferiores em número.

João de Capistrano interveio e, empunhando um crucifixo, foi percorrendo com ele todas as fileiras, animando os soldados com a lembrança de que iam combater por Jesus Cristo, o grande Deus dos exércitos. Tanta confiança e coragem inspirou a presença do santo aos cristãos, que logo ao primeiro ímpeto foi derrotado o exército otomano.

Morreu aos 71 anos de idade a 23 de outubro de 1456, e foi beatificado pelo Papa Leão X e solenemente canonizado pelo Papa Alexandre VIII no ano de 1690.

São João de Capistrano, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Ainda este ano… (Lc 13,1-9)

 

Quem planta uma árvore espera por seus frutos. A árvore ocupa lugar no terreno, sua sombra não deixa as uvas amadurecerem. O Dono da terra suou a camisa para plantar, adubar e podar. E a figueira não dá frutos?!

 

Pois é. Já são três anos de esterilidade. Por três vezes seguidas, a expectativa do Patrão foi em vão. O nome da figueira? Decepção. Que fará o Senhor da terra?

 

Ora, você não conhece esse Senhor… Ele vai esticar o tempo da paciência. Vai distender o ano da misericórdia. Vai dar mais uma oportunidade à arvore estéril. E ela dará frutos? O Evangelho responde: “talvez…”

 

Conheço muita gente que não fica satisfeita com um simples “talvez”. Este advérbio expressa uma possibilidade, mas também uma dúvida. E não há muita gente disposta a apostar em situações duvidosas.

 

Pois este Patrão aceita esperar mais um ano. Ele sempre está disposto a apostar em nós. Nós, quem? Ora, esta figueira que eu sou, e que tem negado frutos, e que mereceria a visita de um machado…

 

Estamos falando de… misericórdia. Nosso Deus é o Deus da paciência e da misericórdia. Ele não é muito bom em contabilidade. Não entende de custo e benefício. Em sua estranha Bolsa de Valores, ele aposta sempre nas ações menos promissoras, tanto que entre os Doze escolhidos estava o seu futuro traidor…

 

Sei que muitos pregadores darão ênfase ao final desta perícope, acentuando de preferência a ameaça erguida sobre a cabeça do pecador: se não te convertes, serás cortado! É a permanente tentação de apresentar a imagem de Deus segundo as medidas humanas, eivadas de ódio e rancor, propícias ao troco e à vingança.

 

Sim, nós temos acreditado mais no medo que na esperança. Temos investido mais nas ameaças que na motivação. E o pior de tudo é imaginar que Deus imite nosso comportamento temperado com fel e adrenalina… As vísceras de nosso Deus (que a Bíblia hebraica chama de “rahamim”) são vísceras de mãe. Um Deus movido pelo amor, compassivo diante do erro, sempre propenso ao perdão.

 

Se o Juiz demora a voltar e o Apocalipse não se apresenta, agora sabemos por quê. O Amor insiste em esperar por nós…

 

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