24 de Abril de 2021
3a Semana da Páscoa. Sábado
- por Pe. Alexandre
SABADO – III SEMANA DA PÁCOA
(branco, ofício DO DIA)
Antífona da entrada
– Sepultados com o Cristo no batismo, fostes também ressuscitado com ele, porque crestes no poder de Deus, que ressuscitou dos mortos, aleluia!
(Cl 2,12).
Oração do dia
– Ó Deus, que renovastes nas águas do batismo os que crêem em vós, protegei os que renasceram no Cristo, para que vençam as ciladas do erro e permaneçam fieis à vossa graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: At 9,31-42
– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 31a Igreja vivia em paz em toda a Judeia, Galileia e Samaria. Ela consolidava-se e progredia no temor do Senhor e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo. 32Pedro percorria todos os lugares; e visitou também os fiéis que moravam em Lida. 33Encontrou aí um homem chamado Enéias, que estava paralítico e, há oito anos, jazia numa cama. 34Pedro disse-lhe: “Enéias, Jesus Cristo te cura! Levanta-te e arruma a tua cama!” Imediatamente Enéias se levantou. 35Todos os habitantes de Lida e da região do Saron viram isso e se converteram ao Senhor. 36Em Jope, havia uma discípula chamada Tabita, nome que quer dizer Gazela. Eram muitas as obras boas que fazia e as esmolas que dava. 37Naqueles dias, ela ficou doente e morreu. Então lavaram seu corpo e o colocaram no andar superior da casa. 38Como a cidade de Lida ficava perto de Jope, e ouvindo dizer que Pedro estava lá, os discípulos mandaram dois homens com um recado: “Vem depressa até nós!” 39Pedro partiu imediatamente com eles. Assim que chegou, levaram-no ao andar superior, onde todas as viúvas foram ao seu encontro. Chorando, elas mostravam a Pedro as túnicas e mantos que Tabita havia feito, quando vivia com elas. 40Pedro mandou que todos saíssem. Em seguida, pôs-se de joelhos e rezou. Depois, voltou-se para o corpo e disse: “Tabita, levanta-te!” Ela então abriu os olhos, viu Pedro e sentou-se. 41Pedro deu-lhe a mão e ajudou-a a levantar-se. Depois chamou os fiéis e as viúvas e apresentou-lhes Tabita viva. 42O fato ficou conhecido em toda a cidade de Jope e muitos acreditaram no Senhor.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 116B, 12-13.14-15.16-17 (R: 12)
– Que poderei retribuir ao Senhor Deus, por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
R: Que poderei retribuir ao Senhor Deus, por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
– Que poderei retribuir ao Senhor Deus, por tudo aquilo que ele fez em meu favor? Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.
R: Que poderei retribuir ao Senhor Deus, por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
– Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido. É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos.
R: Que poderei retribuir ao Senhor Deus, por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
– Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, vosso servo que nasceu de vossa serva; mas me quebrastes os grilhões da escravidão: Por isso oferto um sacrifício de louvor, invocando o nome santo do Senhor.
R: Que poderei retribuir ao Senhor Deus, por tudo aquilo que ele fez em meu favor?
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6,63-68).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 6,60-69
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 60muitos dos discípulos de Jesus, que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” 61Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? 62E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? 63O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. 64Mas entre vós há alguns que não crêem”. Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo. 65E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. 66A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. 67Então, Jesus disse aos doze: “Vós também vos quereis ir embora?” 68Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. 69Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Fidélis (Fiel) de Sigmaringa
- por Pe. Alexandre
O santo de hoje nasceu em Sigmaringa (Alemanha) no ano de 1577. Seu nome de batismo era Marcos Rei. Era dotado de grande habilidade com os estudos. Marcos era um cristão católico, tornando-se mais tarde um conhecido filósofo e advogado. Porém, havia um chamado que o inquietava: a consagração total a Deus, a vida no ministério sacerdotal.
Renunciando a tudo, entrou para a família franciscana, para os Capuchinhos. Enquanto noviço, viveu um grande questionamento: se fora do convento ele não faria mais para Deus, do que dentro da vida religiosa. Então, buscou seu mestre de noviciado que, no discernimento, percebeu que era uma tentação.
Passado isso, ele se empenhou na busca pela santidade. Seu nome agora se tornou “Fidélis” ou “Fiel’. E buscou ser fiel à vontade de Deus. Estudou Teologia, foi ordenado e enviado à Suíça para uma missão especial com outros irmãos: propagar a Sã Doutrina Católica.
São Fidélis dedicou-se totalmente em iluminar as consciências e rechaçar as doutrinas que combatiam a Igreja de Cristo.
Depois de uma Santa Missa, com cerca de 45 anos, teve o discernimento de que estava próxima sua partida. Fez uma oração de entrega a Deus e, logo em seguida, foi preso e levado por homens que queriam que ele renunciasse à fé.
Fidélis deixou claro que não o faria e que não temia a morte. Ajoelhou-se e rezou: “Meu Jesus, tende piedade de mim. Santa Maria, Mãe de Deus, assisti-me”. Recebeu várias punhaladas e morreu ali, derramando seu sangue pela Verdade, por amor a Cristo e Sua Igreja.
São Fidélis, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Muitos se retiraram… (Jo 6,60-69)
Terrível mistério a liberdade humana! Tomar consciência da própria liberdade é uma experiência vertiginosa. Um passo a mais, e podemos cair no abismo sem fundo da autodeterminação, da recusa do Pai, da soberba, enfim. A mesma tentação primordial de “ser como deuses” (Gn 3, 5).
Em nossa religião – isto é, em nossa “relação com Deus” -, estamos sempre prontos a buscar um “deus” ao nosso gosto. Temos nosso próprio conceito, nosso próprio modelo, ao qual a divindade se deveria adaptar. Se estamos enfermos, buscamos Esculápio, o “deus-que-cura”. Se passamos aperto financeiro, buscamos Mammon ou Moneta, o deus-dinheiro. Se queremos prazer, namoramos Eros e Afrodite. Enfim, temos todo um panteão à nossa disposição.
Aí, vem o verdadeiro Deus – o único! -e nos convida a abraçar livremente a cruz, caso queiramos segui-lo. Se aceitamos o convite, devemos abrir mão de nossos sonhos e vaidades, projetos de poder e conquista, jogando no lixo do tempo as ilusões que nos desviam da Verdade. É quando nos decepcionamos com Deus e saímos em busca do ídolo que estiver de plantão…
Neste Evangelho, Jesus decepciona bom número de seus seguidores. São judeus, afeitos a um estrito código alimentar com raízes no Levítico. Não é qualquer carne que se pode comer! E o Rabi da Galileia vem com uma estranha história de comer sua carne e beber o seu sangue?! Ora, sim, senhor… Antropofagia, não!
Apenas um caso, entre outros, de má vontade para entender o sentido espiritual das propostas divinas. Assim como nós também recusamos o “não matarás” e aprovamos o aborto ou defendemos a pena de morte (para os outros, é claro!). Assim como insistimos em separar do bolo aqueles que “merecem” ser nosso próximo, excluindo todos os párias da sociedade, como se não fossem nossos irmãos… Fazemos vista grossa para as realidades espirituais (como o valor sublime da vida humana) e nos atrelamos aos aspectos da vida material, como garantir segurança e evitar incômodos.
Na realidade, não deixa de ser irônico: exatamente quando Jesus anuncia que será nosso Pão de eternidade, entregando-se a nós como alimento, é ali que ele perde a maioria de seus seguidores! Do mesmo modo, quando perceberem que ele não fugirá da cruz, fugirão dele…
E nós? Também queremos abandoná-lo?
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