24 de Dezembro de 2020
4a semana do Advento - Ano B. Quinta -feira
- por Pe. Alexandre
QUINTA FEIRA DA IV SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento II – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Eis que já veio a plenitude dos tempos, em que Deus mandou à terra o seu Filho (Gl 4,4).
Oração do dia
– Apressai-vos e não tardeis, Senhor Jesus, para que a vossa chegada renove as forças dos que confiam em vosso amor. Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
1ªLeitura: 2Sm 7,1-5.8b-12.14a.16
– Leitura do segundo livro de Samuel – 1Tendo-se o rei Davi instalado já em sua casa e tendo-lhe o Senhor dado a paz, livrando-o de todos os seus inimigos, 2ele disse ao profeta Natã: ‘Vê: eu resido num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!’ 3Natã respondeu ao rei: ‘Vai e faze tudo o que diz o teu coração, pois o Senhor está contigo’. 4Mas, naquela mesma noite, a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5‘Vai dizer ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor: Porventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar? 8bFui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. 9Estive contigo em toda a parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra. 10Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo como outrora, 11no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. E o Senhor te anuncia que te fará uma casa. 12Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 14aEu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre’.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 89,2-3.4-5.27.29 (R: 2a)
– Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
– Ò Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme como os céus.
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
– “Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!”
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
– Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu pai, sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!” Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.
R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Ó sol da manhã, ó sol de justiça, da eterna luz esplendor: oh, vinde brilhar para o povo sentado na sombra da morte!
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 1, 67-79
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68‘Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi, 70como tinha prometido desde outrora, pela boca de seus santos profetas, 71para nos salvar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam. 72Ele usou de misericórdia para com nossos pais, recordando-se de sua santa aliança 73e do juramento que fez a nosso pai Abraão, para conceder-nos, 74que, sem temor e libertos das mãos dos inimigos, nós o sirvamos, 75com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias. 76E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, 77anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados. 78Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, 79para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz.’
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Charbel
- por Pe. Alexandre
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém
Desde os primórdios do Cristianismo, reluziram no firmamento da Igreja homens e mulheres orantes que passavam a vida na contemplação e no silêncio, absorvidos somente em Deus. Despojados por completo das preocupações terrenas, tinham a alma fixada num único fim: descansar em Deus, dar-se a Deus.
Hoje a Igreja celebra a memória de São Charbel. Talvez desconhecido para alguns, São Charbel, o São Padre Pio do Oriente, foi um dos santos mais extraordinários da história recente da Igreja.
São Charbel nasceu a 8 de maio de 1828, em uma aldeia montanhosa do norte, ao pé dos cedros do Líbano. Seu nome de batismo: José Zaroun. Com 23 anos ele toma o nome de Charbel em memória do mártir do século segundo, foge de casa e refugia-se no mosteiro de Nossa Senhora, da Ordem libanesa maronita.
Após a sua morte, o seu corpo incorrupto deixou atônitos os cientistas: totalmente flexível e sem nenhum sinal de decomposição, parecia vivo. Além disso, de seu cadáver jorrava um líquido inexplicável que, utilizado pelos fiéis, realizava milagres portentosos. São Charbel foi um eremita libanês do século XIX, elevado à honra dos altares em 1965 e canonizado no ano de 1977, pelo Papa Paulo VI. O nome Charbel, de origem sírio-libanesa, significa “a história de Deus”. Mesmo levando uma vida escondida, este santo monge ficou famoso por seu corpo incorrupto e por seus milagres extraordinários. Pouco depois de sua morte, em 1898, se cumpriria a profecia de seu superior, que, ao assinar a sua breve ata de sepultamento, previu que mais se escreveria a respeito dele depois de morto do que vivo.
De fato, foi sepultado em uma vala comum, como todos os outros maronitas, de seu túmulo começaram a sair luzes extraordinárias, que impressionou quem vivia próximo ao cemitério. Aberta a sua cova, todos ficaram maravilhados com o seu corpo, que não só ficou intacto, como começou a transpirar sangue e água. Por 70 anos, o túmulo de São Charbel ficou completamente encharcado, exalando um odor muito agradável e confirmando a sua santidade.
O exemplo de São Charbel indica um caminho também nos dias de hoje, pois o silêncio e a oração constituem um valioso auxílio para solucionar as angústias e aflições do homem contemporâneo. Engana-se quem pensa que o recolhimento é privilégio exclusivo dos religiosos de clausura. Ele está ao alcance de todos nós, pois “a fonte da verdadeira solidão e do silêncio não está nas condições ou na qualidade do trabalho, mas sim no contato íntimo com Deus.
São Charbel, rogai por nós.
Benção Final.
Meditação
- por Pe. Alexandre
A visita do Sol nascente… (Lc 1,67-79)
Um dos símbolos litúrgicos do Cristo Ressuscitado é a imagem do Sol nascente. Dono de luz própria, dominador do dia, fonte de vida e fecundidade, o astro-rei simboliza ricamente alguns aspectos de Jesus, o Salvador.
Em várias passagens da Escritura, Deus é apresentado sob a figura da “luz”. Para o povo que caminhava no deserto, a presença de Deus se manifestava como uma nuvem luminosa (cf. Ex 14,20). Textos messiânicos (como Is 9) falam da luz que se oferece a um povo que caminhava nas trevas. O Apóstolo João chega a definir Deus como luz: “Deus é luz e nele não há treva alguma.” (1Jo 1,5.) O próprio Mestre assim se apresenta: “Enquanto eu estiver no mundo, eu sou a luz do mundo.” (Jo 9,5.)
No rito dos fiéis defuntos, a Igreja pede: “Senhor, que a Luz eterna brilhe para eles!” Na Vigília Pascal, por certo a mais bela celebração de todo o ano litúrgico, a luz ocupa lugar central. O Círio Pascal – imagem do Cristo que venceu as trevas da morte – é introduzido no templo às escuras, ao som do hino do “Exultet”:
Cera virgem de abelha generosa
Ao Cristo ressurgindo trouxe a luz;
Eis de novo a coluna luminosa,
Que o vosso povo para o céu conduz.
O círio que acendeu as nossas velas,
Possa esta noite toda fulgurar;
Misture sua luz à das estrelas,
Cintile quando o dia despontar.
Na véspera do Natal, a liturgia nos apresenta o Salvador como o Sol, cuja luminosidade invade o coração dos fiéis desde a experiência do batismo cristão. Falando sobre este sacramento, São Justino de Roma nos diz: “Esta ablução chama-se ‘iluminação’, porque os que recebem tal doutrina ficam com o espírito cheio de luz. E, também, em nome de Jesus Cristo, que foi crucificado por Pôncio Pilatos, e em nome do Espírito Santo, que predisse pelos profetas toda a história de Jesus, é lavado aquele que é iluminado.”
Neste Natal, peçamos ao Senhor a graça de experimentar em nosso interior uma nova luz, que nos leve a reconhecer com mais clareza a nossa missão neste mundo.
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