24 de Dezembro de 2022

4a Semana do Advento ano A Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO IV SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento II – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Eis que já veio a plenitude dos tempos, em que Deus mandou à terra o seu Filho (Gl 4,4).

 

Oração do dia

 

– Apressai-vos e não tardeis, Senhor Jesus, para que a vossa chegada renove as forças dos que confiam em vosso amor. Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.

 

1ªLeitura: 2Sm 7,1-5.8b-12.14a.16

 

– Leitura do segundo livro de Samuel – 1Tendo-se o rei Davi instalado já em sua casa e tendo-lhe o Senhor dado a paz, livrando-o de todos os seus inimigos, 2ele disse ao profeta Natã: ‘Vê: eu resido num palácio de cedro, e a arca de Deus está alojada numa tenda!’ 3Natã respondeu ao rei: ‘Vai e faze tudo o que diz o teu coração, pois o Senhor está contigo’. 4Mas, naquela mesma noite, a palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5‘Vai dizer ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor: Porventura és tu que me construirás uma casa para eu habitar? 8bFui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. 9Estive contigo em toda a parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra. 10Vou preparar um lugar para o meu povo, Israel: eu o implantarei, de modo que possa morar lá sem jamais ser inquietado. Os homens violentos não tornarão a oprimi-lo como outrora, 11no tempo em que eu estabelecia juízes sobre o meu povo, Israel. Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos. E o Senhor te anuncia que te fará uma casa. 12Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 14aEu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre’.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 89,2-3.4-5.27.29 (R: 2a)

 

– Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

 

– Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme como os céus.

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

 

– “Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!”

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

 

– Ele, então, me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu pai, sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!” Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.

R: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Ó sol da manhã, ó sol de justiça, da eterna luz esplendor: oh, vinde brilhar para o povo sentado na sombra da morte!

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 1,67-79

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

– Glória a vós, Senhor!  

 

– Naquele tempo: 67Zacarias, o pai de João, repleto do Espírito Santo, profetizou, dizendo: 68‘Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 69Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de seu servo Davi, 70como tinha prometido desde outrora, pela boca de seus santos profetas, 71para nos salvar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam. 72Ele usou de misericórdia para com nossos pais, recordando-se de sua santa aliança 73e do juramento que fez a nosso pai Abraão, para conceder-nos, 74que, sem temor e libertos das mãos dos inimigos, nós o sirvamos, 75com santidade e justiça, em sua presença, todos os nossos dias. 76E tu, Menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos, 77anunciando ao seu povo a salvação, pelo perdão dos seus pecados. 78Graças à misericordiosa  compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará, 79para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz.’

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

Santa Paula Cerioli, uma mulher de maternidade alargada

- por Pe. Alexandre

Origens
Paula Elisabetta Cerioli, nascida Costanza Cerioli, em 28 de janeiro de 1816, viveu dócil e obediente com sua família em Soncino di Cremona até os onze anos de idade. Então, por quase cinco anos, ela foi enviada para longe de casa para estudar em um internato de Irmãs animadas pela espiritualidade salesiana, localizado em Alzano di Bergamo. Voltando aos seus lugares de origem, ela dócil e livremente se dispôs aos desejos de seus pais.

Casamento e filhos
Aos dezenove anos, ela se casou com um homem de cinquenta e oito anos residente em Comonte di Seriate (BG). Juntos, eles deram vida a quatro filhos, três dos quais morreram muito cedo. Um deles, Carlo, viveu até os dezesseis anos, fazendo explodir nela a alegria e a amargura de uma maternidade esmagada. O casamento vivido em meio à solidão e devoção terminou cedo de forma libertadora e problemática. Com efeito, tendo permanecido viúva do marido, aos trinta e nove anos de idade entrou numa profunda crise existencial. Isto levou Santa Paula a procurar mais fundo e para além das perdas sofridas o sentido do que lhe acontecera e do que Deus lhe pedia dela.

Busca incessante pela vontade de Deus
Um discernimento cansativo e exigente – guiado primeiro por Dom Alessandro Valsecchi e depois também pelo grande Bispo de Bergamo Pietro Luigi Speranza – levou-a a confiar-se ao Senhor com renovado entusiasmo, enquanto sentia o próprio desejo de maternidade mantido vivo intrinsecamente revitalizado nela pelas palavras proféticas de seu filho moribundo, Carlo, que lhe disse:

 “Mãe, não chores pela minha morte iminente, porque Deus te dará muitos mais filhos.”- (A. Longoni,  Memorie della vita , em Opera Omnia , vol. VII, Bergamo 2001, p. 84).

Santa Paula Cerioli: a entrega total à fé, à esperança e à caridade

Entrega total a Fé
Dócil à orientação do paciente e iluminado diretor espiritual, ela elabora positivamente as próprias tragédias e se entrega à fé, à esperança e à caridade:

“Peço a Monsenhor que me abençoe que também eu sou sua ovelha, desgarrada sim, mas cheia de boas deseja reparar uma vida fria e indiferente ao serviço de Deus, agora que o Senhor me castigou com a maior das desgraças”-  (PE Cerioli,  Lettere, em «Opera Omnia», vol. III, Bérgamo 2001, p. 40).

A Sagrada Família de Nazaré, sua inspiração
Assim, num invulgar ímpeto de caridade, que a impulsionava todos os dias a socorrer os necessitados e enfermos ao seu redor, ao contemplar a misteriosa figura evangélica de Nossa Senhora das Dores e sentir-se guiada pela força protetora de São José, compreende que a revelação contida nas palavras de seu filho Carlo tem uma realização extraordinária no mistério da Sagrada Família de Nazaré, onde Maria e José cooperam de maneira admirável no desígnio salvífico do Pai celeste, tornando-se prolongamento terreno de sua maternidade salvífica e universal e paternidade.

De fato, ela própria deixa-nos este testemunho:

“Estas palavras, em vez de confortarem o meu coração atormentado, apertaram-me fazendo-me interpretá-las no sentido oposto e ignorando como alma inocente havia penetrado nos segredos de Deus.”– (A. Longoni, Memórias da vida , em Opera Omnia, vol. VII, Bérgamo 2001, p. 42).

Ponto de Partida: a família

Cuidado com as crianças
Esta contemplação transforma lentamente a sua ação caritativa e assistencial ao direcioná-la para as crianças mais solitárias e abandonadas e torna-se um projeto a ser realizado com alguns companheiros de apostolado para dar um futuro a quem, sem uma família digna, não tem futuro ( experiência do Gromo). Juntamente com a ajuda, Madre Cerioli percebeu imediatamente o poder educativo da família e da educação para com seus filhos: «É um dever estrito reler com frequência as instruções apropriadas sobre como educar as Filhas de São José, para não errar em um ponto tão importante como o de cuidar correta e sabiamente de sua dupla missão de mestra e mãe, criando e educando aquelas filhas, a cujo bem o instituto está destinado” (PE Cerioli,  Direção do Instituto das Irmãs de Sagrada Família de Bérgamo (1906) , in As Regras, «Opera Omnia», vol. I, Bérgamo 2001, p. 344-345).

Casas e Escolas
As suas Casas e Escolas nasceram e desenvolveram-se com o intuito de promover o crescimento de toda a sociedade a partir da família. Ao mesmo tempo em que se preocupava com o sucesso escolar, estava muito atenta ao problema da pobreza e da escassez de crianças sem família.

Páscoa
Em 24 de dezembro de 1865, após uma década de vida intensa e laboriosa, faleceu com menos de cinquenta anos de idade, tendo acabado de iniciar sua instituição feminina e masculina em favor das crianças mais  “abandonadas”  e  “abandonadas”  da sociedade de sua Tempo. Em 16 de maio de 2004, é proclamada Santa por João Paulo II.

Minha oração

“Mulher de maternidade alargada, não foste mãe somente de filhos biológicos mas de todos que precisavam de uma figura materna, cuidai de modo especial dos órfãos e desfavorecidos. Animai todos os teus filhos e participantes da tua obra. Amém.”

Santa Paula, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Para salvar-nos de nossos inimigos… (Lc 1,67-79)

 

No Cântico de Zacarias, Deus é apresentado como aquele que visita seu povo, liberta-o e salva-o de seus inimigos. Pode ser visto como um louvor, sim, mas em clima de guerra. Isto deve ficar claro: existe uma situação de “inimizade” entre o povo de Deus e os inimigos de Deus. Não devemos esperar aplausos desses adversários…

 

Desde Gn 3, esta situação agônica ficou anunciada. São Luís Maria Grignion de Montfort comenta: “Deus não pôs somente uma inimizade, mas “inimizades”, não só entre Maria e o demônio, mas entre a raça da Virgem santa e a raça do demônio; isto é, Deus pôs inimizades. Antipatias e ódios secretos entre os verdadeiros filhos e servidores da santa Virgem e os filhos e escravos do diabo; eles não se amam mutuamente, não têm correspondência interior uns com os outros. Os filhos de Belial, os escravos de Satã, os amigos do mundo (pois é a mesma coisa) sempre perseguiram, até aqui, e perseguirão mais que nunca aqueles e aquelas que pertencem à Santíssima Virgem, como outrora Caim perseguiu seu irmão Abel, e Esaú a seu irmão Jacó, que são figuras dos réprobos e dos predestinados”. (Tratado, 54)

 

Naturalmente, os inimigos de Deus ainda querem calar a voz dos profetas, silenciar a voz e o testemunho da Igreja, os quais mantêm viva a fé a esperança nas promessas do Senhor. Nas palavras de Helmut Gollwitzer, “a pregação deve intervir para que o povo, colocado diante do fato da salvação, se deixe encaminhar para seu destino. Este é o campo dos profetas; João [o filho de Zacarias] será um deles. Ele é o arauto que precede o Rei”.

 

De fato, quando os arautos passavam pelas ruas do Oriente anunciando a próxima chegada do rei, o povo era lembrado de que alguém zelava por ele e se preparava para recebê-lo com honra. Mais tarde, o próprio João se definirá como “uma voz que clama no deserto”.

 

Também hoje, vinte séculos depois, o espírito profético precisa estar vivo e atuante, do contrário o povo será dominado por uma impressão de abandono e inércia diante das forças desagregadoras do mal. Que tais forças tentarão sufocar os profetas, é uma evidência. A exemplo de João Batista, porém, os profetas não se calarão e, se preciso for, darão testemunho do Libertador com seu próprio sangue.

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