24 de fevereiro de 2023

Quaresma (Cinzas) -Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA – DEPOIS DAS CINZAS

(roxo, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– O Senhor me ouviu e teve compaixão. O Senhor se tornou o meu amparo

(Sl 29,11).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, assisti com vossa bondade a penitência que iniciamos, para que vivamos interiormente as práticas externas da Quaresma. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 58,1-9a

 

– Leitura do livro do profeta Isaías: Assim fala o Senhor Deus: 1“Grita forte, sem cessar, levanta a voz como trombeta e denuncia os crimes do meu povo e os pecados da casa de Jacó. 2Buscam-me cada dia e desejam conhecer meus propósitos, como gente que pratica a justiça e não abandonou a lei de Deus. Exigem de mim julgamentos justos e querem estar na proximidade de Deus: 3“Por que não te regozijaste, quando jejuávamos, e o ignorastes, quando nos humilhávamos?” — É porque no dia do vosso jejum tratais de negócios e oprimis os vossos empregados. 4É porque, ao mesmo tempo que jejuais, fazeis litígios e brigas e agressões impiedosas.  Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu. 5Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor?  6Acaso o jejum que prefiro não é outro: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição? 7Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. 8Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. 9aEntão invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: “Eis-me aqui”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 51,3-4.5-6a.18-19 (R: 19b)

 

– Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!
R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

– Tende piedade ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

– Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

– Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!

R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 9,14-15

 

Salve, Cristo luz da vida, companheiro na partilha.

Salve, Cristo luz da vida, companheiro na partilha.

 

– Buscai o bem, não o mal, pois assim vivereis; então o Senhor, nosso Deus, convosco estarás!  (Am 5,14)

 

Salve, Cristo luz da vida, companheiro na partilha.

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!  


Naquele tempo, 14os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

São Sérgio pagou com sua vida o combate à idolatria

- por Pe. Alexandre

Contexto eclesial dos santos
A Igreja Católica possui um documento oficial chamado Martirológio. E nele há uma relação oficial dos santos e beatos reconhecidos oficialmente. Por se tratar de um documento com informações dos primeiros séculos, em especial sobre essas, não existem tantos detalhes. Por exemplo, há vários santos com o nome “Sérgio”. Temos:

  • São Sérgio de Radonez [ilustrado na foto], reformador da vida monástica na Rússia [1300];
  • Papa Sérgio I [683 dC], que combateu a presença de dois antipapas em Roma, afirmando: “Prefiro morrer do que permanecer no erro”;
  • E São Sérgio – o mártir eremita do terceiro século, a quem o texto abaixo se refere e a Igreja faz memória em 24 e fevereiro.

Origens
São Sérgio era um monge eremita que viveu no deserto, na Cesareia de Capadócia. Quando soube que os cristãos da região estavam sendo perseguidos e convocados para, no templo pagão, prestarem culto ao deus júpiter, ele também foi se juntar aos seus irmãos de fé.

São Sérgio denunciador de falsos deuses

Combate à idolatria
Diante da imagem, os sacerdotes pagãos acusavam os cristãos e os condenavam, acreditando serem eles os culpados da omissão dos deuses diante das necessidades do povo. Encorajado, São Sérgio levantou-se para denunciar os falsos deuses e anunciar, pelo poder do Espírito Santo, o Evangelho. Conta-se que a sua presença fazia apagar o fogo dos sacrifícios.

Seu martírio
Sérgio foi decapitado imediatamente após levantar-se para denunciar os falsos deuses e anunciar o Deus verdadeiro. Seu corpo foi recolhido pelos cristãos e sepultado na casa de uma senhora piedosa. De lá foi transferido para a Espanha.

Devoção a São Sérgio

Oração do santo
“Deus eterno e todo-poderoso, que destes a São Sérgio a graça de lutar pela justiça até a morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar por vosso amor as adversidades, e correr ao encontro de vós que sois a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espirito Santo. Amém.”

Minha oração
“Coragem! Senhor, é isso que eu preciso. Diante de tantas meias-verdades, e até mesmo diante de mentiras, dai-me a graça de me levantar com o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama. Amém.”

São Sérgio, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Então, eles jejuarão… (Mt 9,14-15)

 

Nosso mundo vive um tempo de estranhos contrastes. No norte, a obesidade infla a população como autêntica epidemia; já no hemisfério sul, mais de um bilhão de pessoas não consegue fazer uma única refeição por dia. Neste contexto, ainda faria sentido falar em jejum?

 

Podemos aprender algo importante com João Calvino [+1564]:

 

“Digamos alguma coisa sobre o jejum, pois muita gente, ignorando sua utilidade, pensam que ele não é necessário. E outros, o que é ainda mais grave, rejeitam o jejum como algo inteiramente supérfluo. Ademais, quando não se conhece bem o seu uso, pode-se fazer dele facilmente uma prática supersticiosa.

 

O jejum santo e reto visa a três diferentes finalidades: primeiro, para domar a carne, a fim de ela não se anime em excesso; a seguir, para mais bem dispor o coração à prece, à oração e outras santas meditações; enfim, para dar testemunho de nossa humildade diante de Deus, quando queremos confessar nosso pecado.

 

Cada vez que temos de rogar a Deus em comum por alguma coisa importante, é bom exortar ao jejum. Foi assim que os fiéis de Antioquia, quando impuseram as mãos a Paulo e Barnabé, juntaram o jejum à oração (At 13,3). Neste tipo de jejum, eles não tinham outro objetivo a não ser melhor se dispor e se tornarem mais alegres na oração. De fato, quando o ventre está cheio, o espírito não é muito vivaz para elevar-se até Deus; ele experimenta menos uma ardente disposição para a prece e é menos estimulado a perseverar.

 

Não entendemos como jejum apenas a simples temperança e sobriedade no beber e no comer, mas algo a mais. Esta restrição situa-se em três pontos: na duração, na qualidade dos alimentos e na quantidade.

 

Não esqueçamos o que diz Joel: isto é, que o jejum não tem valor por si mesmo, diante de Deus, se não é feito na aflição do coração e se o homem não tem um verdadeiro desgosto de si e de seus pecados, em verdadeira humildade.” [In Institution Chrétienne, IV, 12.14ss, Labor et Fides, 1958.]

 

Sitiado pelo mundo neopagão, o fiel cristão – inconscientemente? – acaba envolvido pelos seus costumes, atitudes e contravalores, entre os quais o gosto pelo luxo, pela abundância, a mesa farta, constantes viagens e todo tipo de comodismos e facilidades. Tais benesses são encaradas como “direitos” a serem usufruídos. Natural, pois, que o jejum se torne uma espécie de dinossauro, coisa antediluviana, impensável na vida moderna. E, claro, o diabo gosta…

 

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