24 de janeiro de 2023

terceira semana tempo comum- Terça-feira

- por Pe. Alexandre

TERÇA FEIRA – SÃO FRANCISCO DE SALLES – BISPO E DOUTOR
(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, para a salvação da humanidade, quisestes que são Francisco de Sales se fizesse tudo para todos; concedei que, a seu exemplo, manifestemos sempre a mansidão do vosso amor no serviço a nossos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Hb 10,1-10

 

– Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 1a Lei possui apenas o esboço dos bens futuros e não o modelo real das coisas. Também, com os seus sacrifícios sempre iguais e sem desistência repetidos cada ano, ela é totalmente incapaz de levar à perfeição aqueles que se aproximam para oferecê-los. 2Se não fosse assim, não se teria deixado de oferecê-los, se os que prestam culto, uma vez purificados, já não tivessem nenhuma consciência dos pecados? 3Mas, ao contrário, é por meio desses sacrifícios que, anualmente, se renova a memória dos pecados, 4pois é impossível eliminar os pecados com o sangue de touros e bodes. 5Por isso, ao entrar no mundo, Cristo afirma: “Tu não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste-me um corpo. 6Não foram do teu agrado holocaustos nem sacrifícios pelo pecado. 7Por isso eu disse: Eis que eu venho. No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade”.
8Depois de dizer: “Tu não quiseste nem te agradaram vítimas, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado” – coisas oferecidas segundo a Lei –, 9ele acrescenta: “Eu vim para fazer a tua vontade”. Com isso, suprime o primeiro sacrifício, para estabelecer o segundo. 10É graças a esta vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 40,2.4ab.7-8a.10.11 (R: 8a.9a)

 

Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!
R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

– Esperando, esperei no Senhor, e inclinando-se, ouviu o meu clamor. Canto novo ele pôs em meus lábios, um poema em louvor ao Senhor.

R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

– Sacrifício e oblação não qui­sestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados. E então eu vos disse: “Eis que venho!”

R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

– Boas novas de vossa justiça anunciei numa grande assembleia; vós sabeis não fechei os meus lábios.

R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

– Proclamai toda a vossa justiça, sem retê-la no meu coração; vosso auxílio e lealdade narrei. Não calei vossa graça e verdade na presença da grande assembleia.

R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 3,31-35

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

– Glória a vós, Senhor!  


Naquele tempo, 31chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura”.
33Ele respondeu: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

São Francisco de Sales

- por Pe. Alexandre

Francisco nasceu na província de Savóia, em 1567. Pertencente à nobre família de Barões de Boisy, cresceu no castelo de Sales. Sua mãe, uma condessa, buscou formá-lo muito bem com os padres da Companhia de Jesus, onde, dentre muitas disciplinas, também aprendeu várias línguas. Muito cedo, fez um voto de viver a castidade e buscar sempre a vontade do Senhor. Ao longo da história desse santo muito amado, é possível perceber o quanto ele buscou e o quanto encontrou o que Deus queria.

Certa ocasião, atacado pela tentação de desconfiar da misericórdia do Senhor, ele buscou a resposta dessa dúvida com o auxílio de Nossa Senhora e, assim, a desconfiança foi dissipada. Estudou Direito em Pádua, mas, contrariando familiares, quis ser padre. Em 18 de dezembro de 1593 foi ordenado sacerdote, aos 26 anos de idade. Foi um sacerdote que buscou a santidade não só para si, mas também para os outros.

No seu itinerário de pregações, de zelo apostólico e de evangelização, semeando a unidade e espalhando, com a ajuda da imprensa, a sã doutrina cristã, foi escolhido por Deus para o serviço do episcopado em Genebra. Em 1599, foi nomeado bispo coadjutor e, após três anos, passou a ser titular, com sede em Annecy, França. Um apóstolo do amor e da misericórdia, visitava paróquias, reorganizava mosteiros, conventos e dedicava-se à pregação e catequeses para os fiéis.

Durante uma pregação em Dijon, em março de 1604, conheceu Joana Francisca de Chantal, com quem formou uma grande amizade. No ano de 1608, escreveu e dedicou-lhe o livro “Introdução à vida devota”. Neste livro, Francisco resumia os princípios da vida interior e ensinava como amar a Deus.

A amizade com Joana contribuiu para que fundassem a Congregação da Visitação de Santa Maria, em 1610, em Annecy, com o intuito de prestar socorro aos pobres e necessitados. Anos mais tarde, a Congregação tornou-se Ordem Contemplativa e as monjas passaram a ser chamadas de Visitandinas.

São Francisco de Sales morreu em 28 de dezembro de 1622, em Lyon. No ano seguinte, seus restos mortais foram encaminhados para Annecy. Esse grande santo da Igreja morreu com 55 anos, sendo que 21 deles foram vividos no episcopado como servo para todos e sinal de santidade.

Declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio IX, em 1877, é também titular e patrono da família salesiana, fundada por Dom Bosco, que se inspirou nele ao adotar o nome [salesiano]. Também é patrono dos escritores e dos jornalistas devido ao estilo e ao conteúdo de seus escritos. Foi beatificado em 1661 pelo papa Alexandre VII, que também o canonizou em 1665.

São Francisco de Sales, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Esse é meu irmão… (Mc 3,31-35)

 

A marca registrada do filho é a obediência. Amado pelo pai, o filho responde ao amor com a mais amorosa das sujeições. E, ao contrário do que sugerem alguns profetas da rebeldia, não é nenhum fardo pesado a obediência prestada à pessoa que nos demonstra um amor sem medidas…

 

É assim com Jesus, o Filho. Sua entrega à Paixão e à morte no Calvário tem um objetivo: “Para que o mundo saiba que amo o meu Pai e ajo conforme o Pai me prescreveu”. (Jo 14,31.) Jesus não se cansa de afirmar sua “dependência” em relação ao Pai: “O Filho não pode fazer nada por si mesmo, mas somente o que vê o Pai fazer; pois o que o Pai faz, o Filho o faz igualmente”. (Jo 5,19.)

 

Quando o Filho de Deus se encarna, ele de certa maneira “re-aprende” a ser filho em sua relação com Maria e com José, durante sua infância e adolescência. O Papa Leão XIII realçou esta obediência humana de Jesus: “Daí se seguia, portanto, que o Verbo de Deus fosse submisso a José, lhe obedecesse e lhe prestasse aquela honra e aquela reverência que os filhos devem aos próprios pais.” Obedecendo a José, pai nutrício, Jesus obedecia a seu Pai eterno.

 

Ora, se nós pretendemos ser irmãos de Jesus, como o conseguiríamos sem obedecer ao mesmo Pai Celeste? Quando nos submetemos à Lei de Deus, a seus mandamentos, ou quando obedecemos à voz de Deus que fala por meio da Igreja e de seus ensinamentos, Jesus pode olhar para nós e nos reconhecer como irmãos.

 

Este tipo de relação supera amplamente os laços de sangue, pois é tecida de uma unidade de intenções, uma fusão de vontades, uma adesão ao ser divino. Mais que uma herança genética, a filiação se manifesta no amor obediente.

 

Eis o que diz Santo Agostinho: “Será o amor que leva a observar os preceitos, ou a observação dos preceitos é que leva ao amor? Mas quem duvida que o amor venha primeiro? Aquele que não ama não consegue observar os preceitos. Assim, ao dizer: ‘se observais meus mandamentos, permanecereis no meu amor’ (Jo 15,10), Jesus mostra não de onde vem o amor, mas aquilo que o prova. É como se ele dissesse: não pensem que vocês permanecem no meu amor, se não observam meus mandamentos, pois se vocês os observam, esta seria a prova de que nele permaneceis”.

 

A lição é clara: quem ama, obedece. O rebelde recusa automaticamente a sua filiação. Quem obedece, este é filho. Sendo filhos, seremos irmãos do Senhor. E ele poderá olhar para nós, sorrir e afirmar: “Esse é meu irmão!”

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