24 de Junho de 2019

12ª semana do tempo Comum -Segunda- feira

- por Padre Alexandre Fernandes

SEGUNDA FEIRA – NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA

(Branco, glória, creio, pref. próprio – ofício da solenidade)

 

Antífona da entrada

 

– Houve um homem enviado por Deus: o seu nome era João. Veio dar testemunho da luz e preparar para o Senhor um povo bem disposto a recebê-lo. (Jo 1,6; Lc1,17)

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que suscitastes são João Batista a fim de preparar para o Senhor um povo perfeito, concedei à vossa Igreja as alegrias espirituais e dirigi nossos passos no caminho da salvação e da paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 49,1-6

 

– Leitura do livro do profeta Isaías: 1Nações marinhas, ouvi-me, povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; 2fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim flecha aguçada, escondida em sua aljava, 3e disse-me: “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado”. 4E eu disse: “Trabalhei em vão, gastei minhas forças sem fruto, inutilmente; entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus me dará recompensa”. 5E agora diz-me o Senhor – ele que me preparou desde o nascimento para ser seu Servo – que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória. 6Disse ele: “Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 139,1-3.13-14ab.14c-15 (R: 14a)

 

– Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
R: Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!

– Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe pe­netrais meus pensamentos; percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.

R: Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!

– Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me for­mastes!

R: Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!

– Até o mais íntimo, Senhor, me conheceis; nenhuma sequer de minhas fibras ignoráveis, quando eu era modelado ocultamente, era formado nas entranhas subterrâneas.

R: Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
 

2ª Leitura: At 13,22-26

 

Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, Paulo disse: 22“Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade’. 23Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um Salvador, que é Jesus.  24Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias’. 26Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada esta mensagem de salvação”.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Serás chamado, ó menino, o profeta do Altíssimo: irás diante do Senhor, preparando-lhe os caminhos  (Lc 1,76).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: 1,57-66.80

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe, porém disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. 61Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: “João é o seu nome”. E todos ficaram admirados. 64No mesmo instante, a boca de Za­carias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Ju­deia. 66E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: “Quem virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele. 80E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

Solenidade do Nascimento de João Batista

- por Padre Alexandre Fernandes

João Batista, grande anunciador do Reino e denunciador dos pecados

Com muita alegria, a Igreja, solenemente, celebra o nascimento de São João Batista. Santo que, juntamente com a Santíssima Virgem Maria, é o único a ter o aniversário natalício recordado pela liturgia.

São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo, seu primo, e foi um anjo quem revelou seu nome ao seu pai, Zacarias, que há muitos anos rezava com sua esposa para terem um filho. Estudiosos mostram que possivelmente depois de idade adequada, João teria participado da vida monástica de uma comunidade rigorista, na qual, à beira do Rio Jordão ou Mar Morto, vivia em profunda penitência e oração.

Pode-se chegar a essa conclusão a partir do texto de Mateus: “João usava um traje de pêlo de camelo, com um cinto de couro à volta dos rins; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre”. O que o tornou tão importante para a história do Cristianismo é que, além de ser o último profeta a anunciar o Messias, foi ele quem preparou o caminho do Senhor com pregações conclamando os fiéis à mudança de vida e ao batismo de penitência (por isso “Batista”).

Como nos ensinam as Sagradas Escrituras: “Eu vos batizo na água, em vista da conversão; mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu: eu não sou digno de tirar-lhe as sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo” (Mateus 3,11).

Os Evangelhos nos revelam a inauguração da missão salvífica de Jesus a partir do batismo recebido pelas mãos do precursor João e da manifestação da Trindade Santa. São João, ao reconhecer e apresentar Jesus como o Cristo, continuou sua missão em sentido descendente, a fim de que somente o Messias aparecesse.

Grande anunciador do Reino e denunciador dos pecados, ele foi preso por não concordar com as atitudes pecaminosas de Herodes, acabando decapitado devido ao ódio de Herodíades, que fora esposa do irmão deste [Herodes], com a qual este vivia pecaminosamente.

O grande santo morreu na santidade e reconhecido pelo próprio Cristo: “Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João , o Batista” (Mateus 11,11).

São João Batista, rogai por nós!

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

E ficaram todos admirados… (Lc 1,57-66.80)

 

            É claro que eles tinham bons motivos para ficarem admirados! Engravida e dá à luz uma mulher idosa e estéril. O pai fica mudo, depois de visitado por um anjo. A mãe escolhe o nome do filho, quando tal tarefa cabia ao pai. Estamos diante de uma autêntica revolução! Que menino seria aquele?!

 

            A admiração só iria crescer com o passar do tempo, quando o jovem João se retirasse para o deserto, vestido com o cinturão de couro dos profetas, e acabasse acompanhado por numerosos discípulos e procurado por incontável multidão, atenta ao anúncio de um Reino que se aproximava. (Mt 3,4ss.) A admiração, mesclada a uma dose de medo, chegaria ao palácio de Herodes, para quem os brados do Batista soavam como chicotadas. Seria ele o Messias?

 

            Não. Não era ele o Messias, mas a voz que clama no deserto (cf. Is 40,3). Sua missão era aguardar que surgisse ali, na margem do Jordão, Aquele que iria batizar no fogo e no Espírito. Então, João apontaria um longo indicador – como na tela de Matthias Grünewald – e bradaria bem alto, para todos ouvirem: “Eis o Cordeiro de Deus, a vítima que tira o pecado do mundo!”

 

            Cumprida esta missão, já podia ser preso e degolado. Importava que Jesus crescesse e ele fosse diminuído. Se até aqui admirávamos o perfil ascético e a extrema ousadia de João, agora devemos admirar a sua humildade.

 

            Pena que nós tenhamos perdido a capacidade de nos admirar das obras que Deus realiza em nossas vidas. Assim como o povo judeu, cuja história registrava portentosas intervenções de Deus em seu favor, também nós acabamos “vacinados” diante da ação divina… É como se Deus, enfim, tivesse a obrigação de gerar novas vidas, mandar mais chuvas, manter os astros em suas órbitas. É como se tudo fosse… “natural”…

 

            Cada criança que nasce deveria levar-nos a mirar, remirar e admirar a obra do Deus da vida, que insiste em nos dar filhos e filhas. Cada nova estação, cada nova sementeira e cada nova colheita despertariam nosso louvor e nossa ação de graças. Deus permanece fiel. Seus dons não se esgotam. Dá-nos força para a missão. A vida faz sentido.

 

            Ao celebrar a natividade de João Batista (o único natalício celebrado pela Liturgia, além dos de Jesus e Maria), deveríamos fazer uma pausa para contemplar as maravilhas de Deus em nossa própria vida. E nos perguntar sobre a missão que o Senhor reservou para nós. Estamos sendo fiéis à nossa missão?

 

Orai sem cessar: “O Senhor deu-me a língua de um discípulo.” (Is 50,4)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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