25 de Julho de 2021

17a semana comum - Domingo

- por Pe. Alexandre

DOMINGO DA XVII DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio – I semana do saltério)

Antífona da entrada

– Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele que dá força e poder a seu povo (Sl 67,6.36).

Oração do dia

– Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 2 Rs 4, 42-44

– Leitura do segundo livro dos Reis: Naqueles dias, 42veio também um homem de Baal-Salisa, trazendo em seu alforje para Eliseu, o homem de Deus, pães dos primeiros frutos da terra: eram vinte pães de cevada e trigo novo. E Eliseu disse: “Dá ao povo para que coma”. 43Mas o seu servo respondeu-lhe: “Como vou distribuir tão pouco para cem pessoas?” Eliseu disse outra vez: “Dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará’”. 44O homem distribuiu e ainda sobrou, conforme a palavra do Senhor.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 145, 10-11.15-16.17-18 (R: 16)

– Saciai os vossos filhos, ó Senhor!

R: Saciai os vossos filhos, ó Senhor!

 

– Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos, com louvores, vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!

R: Saciai os vossos filhos, ó Senhor!

 

– Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam e vós lhes dais no tempo certo o alimento; vós abris a vossa mão prodigamente e saciais todo ser vivo com fartura.

R: Saciai os vossos filhos, ó Senhor!

 

– É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda a obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente.

R: Saciai os vossos filhos, ó Senhor!

2ª Leitura: Ef 4, 1-6

– Leitura da carta de são Paulo aos Efésios: Irmãos: 1Eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes; 2com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. 3Aplicai-vos a guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. 4Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. 5Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, 6um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Um grande profeta surgiu, surgiu e entre nós se mostrou; é Deus que seu povo visita, seu povo, meu Deus visitou! (Lc 7,16).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 6, 1-15

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

– Glória a vós, Senhor!

-Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5Levantando os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isto para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Tiago Maior

- por Pe. Alexandre

Nascido em Betsaida, esse apóstolo do Senhor era filho de Zebedeu e de Salomé e irmão do apóstolo João, o Evangelista.

Pescador (juntamente com seu irmão João) foi chamado por Jesus a ser discípulo d’Ele. Aceitou o chamado do Mestre e, deixando tudo, seguiu os passos do Senhor.

Dentre os doze apóstolos, São Tiago foi um grande amigo de Nosso Senhor fazendo parte daquele grupo mais íntimo de Jesus (formado por Pedro, Tiago e João) testemunhando, assim, milagres e acontecimentos como a cura da sogra de Pedro, a Transfiguração de Jesus, entre outros.

Procurou viver com fidelidade o seu discipulado. No entanto, foi somente após a vinda do Espírito Santo em Pentecostes que São Tiago correspondeu concretamente aos desígnios de Deus. No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos o belo testemunho de São Tiago, o primeiro dentre os doze apóstolos a derramar o próprio sangue pela causa do Evangelho: “Por aquele tempo, o rei Herodes tomou medidas visando maltratar alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João” (At 12,1-2).

Segundo uma tradição, antes de ser martirizado, São Tiago abraçou um carcereiro desejando-lhe “a Paz de Cristo”. Esse gesto converteu o carcereiro que, assumindo a fé em Jesus, foi martirizado juntamente com o apóstolo.

Existe ainda outra tradição sobre os lugares em que São Tiago passou levando a Boa Nova do Reino. Dentre esses lugares, a Espanha onde, a partir do Século IX, teve início a devoção a São Tiago de Compostela.

São Tiago Maior, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Onde compraremos pão? (Jo 6,1-15)

Evidentemente, esta pergunta de Jesus dirigida ao apóstolo Filipe não passa de uma provocação amigável. Pão no deserto? Pão para cinco mil homens famintos, sem recensear mulheres e crianças? Pão em uma Palestina onde não havia padarias, pois o pão era fabricado de modo caseiro, no pequeno forno familiar no fundo do quintal?

Mas a pergunta provocativa ajuda-nos a lembrar outro deserto, outra multidão, outro líder seguido no êxodo do mesmo Israel. Ao deixar o Egito da escravidão e ver-se sem alimento no areal infértil (cf. Ex 16), o povo escolhido teve consciência plena de sua incapacidade para matar a própria fome. É a oportunidade para o Senhor fazer cair o maná, um provisório “pão do céu” que não resultava do suor humano, da terra trabalhada, mas era puro dom, pura graça.

Desde os primeiros tempos, os Padres da Igreja viram na multiplicação dos pães uma sinalização antecipada da Eucaristia. Jesus Cristo nos daria um “pão do céu” que seria o alimento e a fonte de energia para uma comunidade de discípulos a caminho da Terra Prometida.

Sim, o Senhor aceita trabalhar a partir de nosso próprio trabalho: os cinco pães de cevada (isto é, de baixa qualidade) que um garoto (um daqueles imprestáveis que a gente nem se preocupa em contar!) trazia na matula. E a partir dessa (miserável) contribuição, Deus entra em ação e faz maravilhas impensáveis.

Não podemos fazer vista grossa para a perfeita identidade de gestos e palavras que Jesus adota na multiplicação dos pães e na celebração da Última Ceia: tomar os pães… dar graças [no texto grego, eucharistésas]… distribuir aos convivas… Sem dúvida, trata-se do mesmo ritual com que os evangelhos sinóticos introduzem a narrativa da consagração na Ceia e que, na época em que São João escrevia seu Evangelho, teria sido adotado na liturgia primitiva.

Teriam percebido aqueles comensais o precioso sinal que Jesus lhes dava? Provavelmente, não. Nossa fome costuma limitar-se ao estômago, sem chegar ao fundo da alma. E se a multidão quer fazê-lo rei (cf. Jo 6,15), seguramente é para ter o pão de graça, ter um milagreiro à disposição, mas continuar a alimentar-se dos “alimentos terrestres” e, enfim, morrer como aqueles que comeram do maná…

            Com que pão temos matado a nossa fome?

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