26 de Abril de 2022

2a Semana da Páscoa- Terça-feira

- por Pe. Alexandre

LITURGIA DE 26 DE ABRIL DE 2022

 

TERÇA FEIRA – II SEMANA DA PÁSCOA

(branco, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Alegremo-nos, exultemos e demos glória a Deus, porque o Senhor todo-poderoso tomou posse do seu reino, aleluia (Ap 19,7.6).

 

Oração do dia

 

– Fazei-nos, ó Deus todo poderoso, proclamar o poder do Cristo ressuscitado, e, tendo recebido as primícias de seus dons, consigamos possuí-los em plenitude. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 4,32-37

 

– Leitura dos Atos dos Apóstolos: 32A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum. 33Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos. 34Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas, vendiam-nas, levavam o dinheiro, 35e o colocavam aos pés dos apóstolos. Depois, era distribuído conforme a necessidade de cada um. 36José, chamado pelos apóstolos de Barnabé, que significa filho da consolação, levita e natural de Chipre, 37possuía um campo. Vendeu e foi depositar o dinheiro aos pés dos apóstolos.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 93,1ab.1c-2.5 (R: 1a)

 

– Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.
R: Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.

– Deus é Rei e se vestiu de majestade, revestiu-se de poder e de esplendor!

R: Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.

– Vós firmastes o universo inabalável, vós firmastes vosso trono desde a origem, desde sempre, ó Senhor, vós existis!

R: Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.

– Verdadeiros são os vossos testemunhos, refulge a santidade em vossa casa, pelos séculos dos séculos, Senhor!

R: Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– O Filho do homem há de ser levantado, para que quem nele crer possua a vida eterna (Jo 3,14).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 3,7b-15

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

– Glória a vós, Senhor!  

 

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 7b“Vós deveis nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito”. 9Nicodemos perguntou: “Como é que isso pode acontecer?” 10Respondeu-lhe Jesus: “Tu és mestre em Israel, mas não sabes estas coisas? 11Em verdade, em verdade, te digo, nós falamos daquilo que sabemos e damos testemunho daquilo que temos visto, mas vós não aceitais o nosso testemunho. 12Se não acreditais, quando vos falo das coisas da terra, como acreditareis se vos falar das coisas do céu? 13E ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

São Rafael Barón: um jovem santo, alegre e monge trapista

- por Pe. Alexandre

Berço
Filho de Rafael Arnaiz e de Mercedes Báron, primeiro de quatro filhos de uma família católica, artista, pintor, poeta e violinista.

Apoio familiar
Seus pais reconheceram suas habilidades artísticas e aos 15 anos deram-lhe de presente aulas de desenho. Isso o motivou a cursar arquitetura.

Sendo um bom aluno, ganhou de seus pais a possibilidade de passar alguns dias em Ávila com seus tios, que eram muito religiosos, pessoas devotas e inclinadas a uma vida piedosa, que viriam a ser verdadeiros amigos espirituais e os grandes influenciadores do caminho seguido pelo santo.

Anseio pela oração
Em suas obras completas, escrevendo ao seu tio Leopoldo confidencia: “Eu não sei rezar”. Aos 19 anos de idade, essa maravilhosa e terrível descoberta faz com que se decida pela vida monástica junto aos Trapistas, caminho que ainda levou três anos.

Alegre e divertido
Rafael era um jovem muito alegre e divertido e dominava a atenção nos ambientes em que entrava. Era um jovem fumante e, ao ingressar na ordem trapista, em 1934, escreve com sinceridade à sua mãe sobre a saudade do vício do fumo e da dificuldade com os horários. (Na monastério trapista, acorda-se muito cedo). Vivendo com muita alegria e determinação, venceu o vício e as provas.

O diabetes
Após quatro meses, já diagnosticado com diabetes, precisou deixar a Trapa (como é chamado o monastério trapista) para cuidar de sua frágil saúde, e esta seria a via crucis de sua santificação, abraçada com sincera e redentora alegria.

Ao retornar para o monastério trapista, em 1936, é readmitido como oblato e já não pode professar os votos religiosos.

Neste momento de sua vida, já percebe-se nele um grande crescimento e maturidade espiritual a ponto de declarar em seus escritos o que se faz na trapa:

Amar a Deus e deixar-se amar por Ele, e nada além disso.” (Apologia do Trapista, Obras Completas)

Ida e vindas
Entre idas, vindas e guerras, deixou a Trapa, em 1937, pela última vez novamente por motivos de saúde. Naquele mesmo ano, decidiu abrir mão da comodidade de sua família e regressou para o monastério, onde faleceu em 1938 aos 27 anos de idade.

“Só Deus”
Apesar de sua pouca idade, a transformação operada em sua vida por Deus foi fantasticamente realizada em pouco tempo. Sua pouca idade não foi obstáculo para o projeto de Deus.

Sua alegria e inteireza foram o combustível para uma rápida conversão. Seu espírito profundamente católico é refletido em seus escritos ricos de espiritualidade e da presença de Deus, num contínuo esvaziamento de si mesmo, para que, no fim, “só Deus” permanecesse, como tantas vezes declarou.

Altares
Foi beatificado por São João Paulo II, em 1992, e canonizado pelo Papa Bento XVI em 2009. O fato que o levou à canonização foi a milagrosa cura de uma mulher após um gravíssimo quadro de eclampsia em 2001, após a súplica de uma amiga e de monges trapistas ao beato Irmão Rafael. Sua festa litúrgica é no dia 26 de abril, data de sua páscoa!

A minha oração
“Senhor Jesus, que ensinais, por meio de São Rafael Arnaiz, que a única coisa importante é amar a Deus. Ajuda-nos, por sua intercessão, a buscá-Lo e amá-Lo sobre todas as coisas, confiantes que nisso consiste a única e verdadeira felicidade!”

São Rafael Arnaiz Barón, rogai por nós!

Meditaçao

- por Pe. Alexandre

O Espírito sopra onde quer… (Jo 3,7b-15)

 

Um diálogo noturno. O mestre fariseu entrevê umas fagulhas de luz nas palavras e nos gestos do Filho do carpinteiro. Já é a graça de Deus trabalhando em seu coração. Por isso ele procura por Jesus. Por que à noite? Talvez para ter intimidade… para não ser interrompido… talvez por que as trevas não podem envolver a Luz…

 

Nicodemos já consegue negar que na pessoa de Jesus de Nazaré pulsa uma força que ultrapassa infinitamente os limites humanos. Nada que ele possa “explicar”, nada que consiga reduzir a alguma proposição lógica, mas nem por isso pode ser sufocada nos porões de sua consciência.

 

E o mestre em Israel vai ouvir de Jesus uma frase que anula qualquer arrazoado humano: “O Espírito sopra onde quer, e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem e para onde vai”.

 

Nicodemos talvez devesse contentar-se apenas com um pormenor: “Não sabes”. A limitada razão humana não pode conter o Espírito de Deus. Não pode explicá-lo. Sem a iluminação gratuita fornecida por Deus, o homem é incapaz de penetrar os mistérios da vida divina que lhe é oferecida.

 

O fariseu Nicodemos e todos os teólogos que viriam depois dele precisam urgentemente acolher a lição de Joseph Ratzinger: “Graças a um amor acumulado, graças a um encontro feliz, o homem experimenta um dom superior que por si mesmo não saberia suscitar nem criar; compreender que, nesse encontro, recebe muito mais do que poderiam dar os dois juntos. Na luminosidade e na alegria de tal encontro, ele entrevê a proximidade da alegria absoluta e do encontro absoluto que corresponde a todo encontro humano”.

 

É assim que Nicodemos já não pode negar – afirma Louis Bouyer – o caráter sobrenatural de Jesus: ele se impõe a nós por seus efeitos, mas nosso esforço por explicá-lo permanecerá sempre ineficaz. Não se pode domar o Vento, nem desviá-lo de seu rumo. O Vento vem a nós para que nós nos abandonemos ao seu dinamismo. Como o navegante abre suas velas ao sopro do vento, o homem é chamado a deixar-se dirigir pelo Espírito de Deus.

 

Claro, isto tem um preço. Certamente teremos de morrer para nosso homem velho, abrir mão de seus preconceitos, despir-se de velhas armaduras, tornar-se frágil, dócil, húmil… De Paulo de Tarso a Agostinho de Hipona, de Francisco de Assis a Teresa de Calcutá, sempre existe uma morte que prepara para a vida. É preciso nascer de novo…

 

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