26 de Julho de 2020
17a Semana Comum Domingo
- por Pe. Alexandre
DOMINGO – XVII SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio – IV semana do saltério)
Antífona da entrada
– Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele quem dá força e poder a seu povo (Sl 67,6.36).
Oração do dia
– Ó Deus, sois amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: 1Rs 3,5.7-12
– Leitura do primeiro livro dos Reis: Naqueles dias, 5em Gabaon, o Senhor apareceu a Salomão, em sonho, e lhe disse: “Pede o que desejas, e eu te darei”. 7E Salomão disse: “Senhor meu Deus, tu fizeste reinar o teu servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, que não sabe ainda como governar. 8Além disso, teu servo está no meio do teu povo eleito, povo tão numeroso que não se pode contar ou calcular. 9Dá, pois, ao teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal. Do contrário, quem poderá governar este teu povo tão numeroso?” 10Esta oração de Salomão agradou ao Senhor. 11E Deus disse a Salomão: “Já que pediste esses dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça, 12vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti, nem haverá depois de ti”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 119, 57.72.76-77.127-128.129-130 (R: 97a)
– Como eu amo, ó Senhor, vossa lei, vossa Palavra!
R: Como eu amo, ó Senhor, vossa lei, vossa Palavra!
– É esta a parte que escolhi por minha herança: observar vossas palavras, ó Senhor! A lei de vossa boca, para mim, vale mais do que milhões em ouro e prata.
R: Como eu amo, ó Senhor, vossa lei, vossa Palavra!
– Vosso amor seja um consolo para mim, conforme a vosso servo prometestes. Venha a mim o vosso amor e viverei, porque tenho em vossa lei o meu prazer!
R: Como eu amo, ó Senhor, vossa lei, vossa Palavra!
– Por isso amo os mandamentos que nos destes, mais que o ouro, muito mais que o ouro fino! Por isso eu sigo bem direito as vossas leis, detesto todos os caminhos da mentira.
R: Como eu amo, ó Senhor, vossa lei, vossa Palavra!
– Maravilhosos são os vossos testemunhos, eis por que meu coração os observa! Vossa Palavra, ao revelar-se, me ilumina, ela dá sabedoria aos pequeninos.
R: Como eu amo, ó Senhor, vossa lei, vossa Palavra!
2ª Leitura: Rm 8,28-30
– Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos: 28Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus. 29Pois aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, a esses ele predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho, para que este seja o primogênito numa multidão de irmãos. 30E aqueles que Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou, também os tornou justos; e aos que tornou justos, também os glorificou.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eu te louvo, ó Pai santo, Deus do céu, Senhor da terra: os mistérios do teu reino aos pequenos, Pai, revelas! (Mt 11,25).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 13,44-52
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 44“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus é também como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola. 47O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. 48Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam. 49Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, 50e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí haverá choro e ranger de dentes. 51Compreendestes tudo isso?” Eles responderam: “Sim”. 52Então Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo o mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Joaquim e Sant'Ana
- por Pe. Alexandre
Com alegria celebramos hoje a memória dos pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Sant’Ana. Em hebraico, Ana exprime “graça” e Joaquim equivale a “Javé prepara ou fortalece”.
Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida destes que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os Santos Padres e a Tradição testemunham que São Joaquim e Sant’Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora. Sant’Ana teria nascido em Belém. São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. Mas, apesar de enfrentarem esta dificuldade, viviam uma vida de fé e de temor a Deus.
O Senhor então os abençoou com o nascimento da Virgem Maria e, também segundo uma antiga tradição, São Joaquim e Sant’Ana já eram de idade avançada quando receberam esta graça. A menina Maria foi levada mais tarde pelos pais Joaquim e Ana para o Templo, onde foi educada, ficando aí até ao tempo do noivado com São José.
A data do nascimento e morte de ambos não possuímos, mas sabemos que vivem no coração da Igreja e nesta são cultuados desde o século VI.
São Joaquim e Sant’Ana, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
37. A REDE DE ARRASTÃO
– A rede é imagem da Igreja, em que há justos e pecadores.
– Os filhos manchados pelo pecado pertencem à Igreja, mas não as suas faltas. Não podemos deixar que julguem a nossa Mãe por aquilo que não é: pelos erros dos que não foram fiéis à sua vocação cristã.
– Frutos de santidade.
I. O EVANGELHO DA MISSA1 apresenta‑nos diversas parábolas sobre o Reino dos Céus, entre elas a da rede de arrastão que é lançada ao mar e recolhe todo o tipo de peixes, uns bons e outros maus; no fim, reúnem‑se os bons num cesto e lançam‑se fora os maus. Esta rede lançada ao mar é imagem da Igreja, em cujo seio há justos e pecadores: até o fim dos tempos, haverá nela santos, como haverá os que abandonaram a casa paterna, dilapidando a herança recebida no Batismo; e uns e outros pertencem a ela, ainda que de modo diverso.
“Enquanto Cristo, santo, inocente, imaculado (Hebr 7, 26), não conheceu o pecado (cfr. 2 Cor 5, 21), mas veio unicamente para expiar os pecados do povo (cfr. Hebr 2, 17), a Igreja reúne no seu próprio seio os pecadores e, sendo ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificação, avança sem cessar pelos caminhos da penitência e da renovação”2.
Os pecadores, apesar dos seus pecados, continuam a pertencer à Igreja em virtude dos valores espirituais que ainda subsistem neles: pelo caráter indelével do Batismo e da Confirmação, pela fé e esperança teologais…, e pela caridade que lhes chega dos outros cristãos que lutam por ser santos. Estão ligados aos que se empenham diariamente em amar mais a Deus, da mesma maneira que um membro doente ou paralítico recebe o influxo de todo o corpo.
A Igreja “continua a viver nos seus filhos que já não possuem a graça. Luta neles contra o mal que os corrói; esforça‑se por retê‑los no seu seio, por vivificá‑los continuamente ao ritmo do seu amor. Conserva‑os como se conserva um tesouro enquanto não se é obrigado a abrir mão dele. Não é que queira carregar um peso morto. Simplesmente espera que, à força de paciência, de mansidão, de perdão, o pecador que não se tenha separado totalmente dela volte ao seu seio para viver em plenitude; que o ramo adormecido, pela pouca seiva que nele restava, não seja cortado nem lançado ao fogo eterno, mas tenha tempo para voltar a florescer”3.
A Igreja não se esquece um só dia de que é Mãe. Pede continuamente pelos seus filhos enfermos, espera‑os com uma paciência infinita, empenha‑se em ajudá‑los com uma caridade sem limites. Devemos fazer chegar até o Senhor as nossas orações, e oferecer o nosso trabalho, dor e fadigas por aqueles que, pertencendo à Igreja, não participam da imensa riqueza da graça, essa torrente de vida que flui sem cessar, principalmente através dos sacramentos. De modo muito particular, devemos pedir todos os dias por aqueles com quem estamos unidos pelos vínculos mais íntimos, a fim de que, se estão doentes, recuperem plenamente a saúde espiritual.
II. AINDA QUE no Povo de Deus existam membros afastados da graça santificante e sejam até causa de escândalo para muitos, a Igreja em si está, no entanto, livre de todo o pecado. Pode‑se dizer dela, de modo analógico, o que se diz de Cristo: é do alto, não da terra; é de origem divina. Cristo tomou‑a “por esposa. Por ela se entregou com o fim de santificá‑la (cfr. Ef 5, 25‑26). Uniu‑a a si como seu corpo e enriqueceu‑a com o dom do Espírito Santo, para a glória de Deus […]. Esta santidade da Igreja manifesta‑se incessantemente e deve manifestar‑se nos frutos da graça que o Espírito Santo produz nos fiéis; exprime‑se multiformemente em cada um daqueles que tendem segundo as suas condições de vida à perfeição da caridade, edificando assim os outros”4.
A Igreja sabe que não é uma invenção deste mundo, nem um poder cultural religioso, nem uma instituição política, nem uma escola científica, mas uma criação do Pai celestial por meio de Jesus Cristo. “Cristo depositou nela o Enviado do Pai, a sua palavra e a sua obra, a sua vida e a sua salvação, e nela os deixou para todas as gerações futuras”5.
Os pecadores pertencem à Igreja, apesar dos seus pecados; ainda podem voltar à casa paterna, nem que seja no último instante da sua vida. Pelo Batismo, trazem dentro de si uma esperança de reconciliação, que nem os pecados mais graves podem arrancar. O pecado que a Igreja encontra no seu seio não é parte dela; pelo contrário, é o inimigo contra quem terá de lutar até o fim dos tempos, especialmente por meio do sacramento da Confissão. Pertencem a ela os seus filhos manchados pelos pecados, mas não as faltas que tenham cometido. Seria muito triste que nós, seus filhos, deixássemos que se julgasse a Igreja precisamente por aquilo que ela não é.
Como recorda João Paulo II, a Igreja “é Mãe, na qual renascemos para uma vida nova em Deus; uma mãe deve ser amada. Ela é santa no seu Fundador, nos seus meios e na sua doutrina, mas formada por homens pecadores; temos que contribuir para melhorá‑la, e ajudá‑la a uma fidelidade sempre renovada, que não se consegue com críticas corrosivas”6.
Quando se fala dos defeitos da Igreja, antigos ou atuais, ou se diz que a Igreja deve purificar‑se das suas faltas, esquece‑se que essas faltas e erros foram e são cometidos precisamente por pessoas dotadas de responsabilidade pessoal, que não viveram ou não vivem a sua vocação cristã e não levaram ou não levam a cabo a doutrina que Cristo deixou à sua Igreja; esquece‑se que Cristo adquiriu a Igreja para si, por meio do seu sangue7, que a purificou desde o começo para que compareça à sua presença totalmente resplandecente, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e imaculada8; que é a casa de Deus, coluna e sustentáculo da verdade9.
“Se amamos a Igreja, nunca surgirá em nós esse interesse mórbido em ventilar, como culpa da Mãe, as misérias de alguns dos filhos. A Igreja, Esposa de Cristo, não tem por que entoar nenhum mea‑culpa. Nós sim […]. Este é o verdadeiro mea‑culpismo, o pessoal, e não o que ataca a Igreja, apontando e exagerando os defeitos humanos que, nesta Mãe Santa, resultam da ação dos homens até onde isso é possível aos homens, mas que não chegarão nunca a destruir – nem a tocar sequer – aquilo a que chamamos a santidade original e constitutiva da Igreja”10.
III. A IGREJA É SANTA e fonte de santidade no mundo. Oferece‑nos continuamente os meios de que necessitamos para encontrar a Deus. “Esta piedosa Mãe brilha sem mancha alguma nos sacramentos, com os quais sempre gera pureza; nas santíssimas leis com que manda a todos, e nos conselhos do Evangelho com que nos admoesta; e finalmente nos dons celestiais e carismas com que, inesgotável na sua fecundidade, dá à luz incontáveis exércitos de mártires, virgens e confessores”11.
A Igreja é fonte de santidade e causa da existência de tantos santos ao longo dos séculos. Primeiro foram os mártires, que deram as suas vidas em testemunho da fé que professavam. Depois, a história da humanidade conheceu o exemplo de muitos homens e mulheres que ofereceram a sua vida, por amor a Deus, para ajudar os seus irmãos em todas as misérias e necessidades. Não há indigência humana que não tenha despertado na Igreja homens e mulheres conscientes de terem sido chamados para resolvê‑la, e que chegaram ao heroísmo.
E são muitos, também hoje, os pais e mães de família que dedicam silenciosa e heroicamente a sua vida a levar para diante a família em cumprimento da vocação que receberam de Deus; bem como homens e mulheres que se entregaram inteiramente no meio do mundo ao Senhor, abraçando a virgindade ou o celibato; sendo cidadãos correntes, esses homens e mulheres dão uma especial glória e alegria a Deus, santificando‑se nas suas respectivas profissões e exercendo um apostolado eficaz entre os seus companheiros. A Igreja é santa porque todos os seus membros estão chamados à santidade, “quer pertençam à Hierarquia, quer sejam por ela apascentados”12.
Mas, em último termo, a Igreja é santa em virtude da santidade do seu Fundador e da constante ação do Espírito Santo. A sua santidade é, pois, uma característica permanente e não está condicionada pelo número de cristãos que vivem a sua fé até às últimas conseqüências. Por isso, mesmo nos momentos mais graves, “se as claudicações ultrapassassem numericamente os atos de coragem, ainda assim permaneceria essa realidade mística – clara, inegável, embora não a percebamos com os sentidos – que é o Corpo de Cristo, o próprio Nosso Senhor, a ação do Espírito Santo, a presença amorosa do Pai”13.
Peçamos ao Senhor que nós, membros do Povo de Deus, do seu Corpo Místico, cresçamos em santidade pessoal e sejamos assim bons filhos da Igreja. “São precisos – diz João Paulo II – arautos do Evangelho, peritos em humanidade, que conheçam a fundo o coração do homem de hoje, participem das suas alegrias e esperanças, das suas angústias e tristezas, e ao mesmo tempo sejam contemplativos, enamorados de Deus. Para isto, são precisos novos santos. Os grandes evangelizadores da Europa foram os santos. Devemos suplicar ao Senhor que aumente o espírito de santidade na Igreja e nos envie novos santos para evangelizar o mundo de hoje”14.
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