26 de Outubro de 2021
30a semana do tempo comum Terça-feira
- por Pe. Alexandre
TERÇA FEIRA DA XXX SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim, buscai o Senhor e sua força, procurai sem cessar a sua face (Sl 104, 3).
Oração do Dia
– Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Rm 8, 18-25
– Leitura da carta de são Paulo aos Romanos – Irmãos, 18eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. 19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Com efeito, sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo. 24Pois já fomos salvos, mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que a gente está vendo; como pode alguém esperar o que já vê? 25Mas se esperamos o que não vemos, é porque o estamos aguardando mediante a perseverança.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 126, 1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R: 3a)
– Maravilha fez conosco o Senhor!
R: Maravilha fez conosco o Senhor!
– Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.
R: Maravilha fez conosco o Senhor!
– Entre os gentios se dizia: “Maravilhas fez com eles o Senhor!” Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!
R: Maravilha fez conosco o Senhor!
– Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.
R: Maravilha fez conosco o Senhor!
– Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!
R: Maravilha fez conosco o Senhor!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Graças te dou ó, Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelastes os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 13, 18-21
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 18Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Luís Orione
- por Pe. Alexandre
O Papa João Paulo II, em 1980, colocou diante dos nossos olhos um grande exemplo de santidade expressa na caridade: Luís Orione. Nasceu em Pontecurone, um pequeno município na Diocese de Tortona, no Norte da Itália, no dia 23 de junho de 1872.
Bem cedo percebeu o chamado do Senhor ao sacerdócio. Ao entrar no Oratório, em Turim, recebeu no coração as palavras de São Francisco de Sales lançadas pelo amado São João Bosco: “Um terno amor ao próximo é um dos maiores e excelentes dons que a Divina Providência pode conceder aos homens”. Concluiu o ginásio, deixou o Oratório Salesiano, voltou para casa e depois entrou no seminário onde cursou filosofia, teologia, até chegar ao sacerdócio que teve como lema: “Renovar tudo em Cristo”. Luís Orione, sensível aos sofrimentos da humanidade, deixou-se guiar pela Divina Providência, a fim de aliviar as misérias humanas.
Sendo assim, dedicou-se totalmente aos doentes, necessitados e marginalizados da sociedade. Também fundou a Congregação da “Pequena Obra da Divina Providência”. Em 1899, Dom Orione deu início a mais um ramo da nova Congregação: os “Eremitas da Divina Providência”. Em 1903, Dom Orione recebeu a aprovação canônica aos “Filhos da Divina Providência”, Congregação Religiosa de Padres, Irmãos e Eremitas da Família da Pequena Obra da Divina Providência.
A Congregação e toda a Família Religiosa propunham-se a “trabalhar para levar os pequenos, os pobres e o povo à Igreja e ao Papa, mediante obras de caridade”. Dom Orione teve atuação heroica no socorro às vítimas dos terremotos de Reggio e Messina (1908) e da Marsica (1915).
Por decisão do Papa São Pio X, foi nomeado Vigário Geral da Diocese de Messina por 3 anos. Vinte anos depois da fundação dos “Filhos da Divina Providência”, em 1915, surgiu como novo ramo a Congregação das “Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade”, Religiosas movidas pelo mesmo carisma fundacional.
O zelo missionário de Dom Orione se manifestou cedo com o envio de missionários ao Brasil, em 1913, e, em seguida, à Argentina, ao Uruguai e aos diversos países espalhados pelo mundo. Dom Orione esteve pessoalmente, como missionário, duas vezes, na América Latina: em 1921 e nos anos de 1934 a 1937, no Brasil, na Argentina e no Uruguai, tendo chegado até ao Chile. Foi pregador popular, confessor e organizador de peregrinações, de missões populares e de presépios vivos.
Grande devoto de Nossa Senhora, propagou de todos os modos a devoção mariana e ergueu santuários, entre os quais: o de Nossa Senhora da Guarda, em Tortona; e o de Nossa Senhora de Caravaggio. Na construção desses santuários, será sempre lembrada a iniciativa de Dom Orione de colocar seus clérigos no trabalho braçal ao lado dos mais operários civis.
Em 1940, Dom Orione atacado por graves doenças de coração e das vias respiratórias foi enviado para Sanremo. E ali, três dias depois de ter chegado, morreu no dia 12 de março, sussurrando suas últimas palavras: “Jesus! Jesus! Estou indo”. Vinte e cinco anos depois, em 1965, seu corpo foi encontrado incorrupto e depositado numa urna para veneração pública, junto ao Santuário da Guarda, em Sanremo na Itália.
O Papa Pio XII o denominou: “pai dos pobres, benfeitor da humanidade sofredora e abandonada”; e o Papa João Paulo II, depois de tê-lo declarado beato, em 26 de outubro de 1980, finalmente o canonizou em 16 de maio de 2004.
São Luís Orione, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Ele cresce… (Lc 13, 18-21)
Era apenas um grão de mostarda. Uma mínima semente. No ambiente palestino, a menor semente conhecida. Foi este pequeno grão que Jesus escolheu para manifestar um aspecto do Reino de Deus. Isto é, nas coisas espirituais, não podemos ficar presos àquilo que nossos olhos veem. O mais importante permanece sempre oculto.
Sim, Jesus também insinua que a semente da mostarda – por mínima que seja – já traz em seu interior um dinamismo potencial que a impelirá a crescer e frutificar. Aquilo que parecia sem força e sem valor, agora é um arbusto (com cerca de 3m de altura, lá na Palestina), capaz de abrigar as aves do céu e seus ninhos.
Um dos simbolismos bíblicos para as “aves do céu” é o “estrangeiro”, os povos que não eram Israel, os que vinham “das ilhas”, isto é, de longe. Assim, o Reino de Deus há de se expandir a ponto de acolher em seu seio também aqueles que “não eram povo” (cf. 1Pd 2,10).
A mesma ideia de crescimento oculto, subterrâneo, é repetida também na pequena parábola do fermento. Nesta, Jesus se vale da imagem que ele mesmo contemplava em Nazaré: Maria, sua mãe, juntando farinha, água e fermento, preparando em silêncio a massa do pão de cada dia. Durante a noite, a massa “descansava” na janela. Ao amanhecer, misteriosamente, uma força interior fizera crescer os pães. E o Menino Jesus, futuro Rabi da Galileia, meditava: “É assim que o Reino de meu Pai há de crescer, mesmo na escuridão da longa noite dos homens…”
O mundo capitalista, alimentado de produção e consumo, de pragmatismo e eficiência, prefere os gestos grandiloquentes, as realizações “macro”, modernas torres de Babel. Deus é pobre. Deus é simples. Prefere os inícios humildes. Trabalha sempre na sombra, como os 30 anos de vida oculta em Nazaré…
E nós? Estamos contribuindo para a construção do Reino de Deus com os pequenos gestos de amor de cada dia? Valorizamos também as pequenas tarefas enquanto sinal de afeto e de compromisso? Já chegamos a perceber a importância das pequeninas ações, fermento de vida e impulso criador, humildes tijolos da humanidade?
Ou ainda estamos cegos à ação do Espírito, que age em surdina na matéria do mundo?
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