27 de Agosto de 2020

21a semana comum Quinta-feira

- por Pe. Alexandre

QUINTA FEIRA – SANTA MÔNICA – ESPOSA MÃE E VIÚVA
(branco, pref. comum ou dos santos, ofício da memória)

Antífona da entrada

– A mulher que teme a Deus será louvada; seus filhos a proclamam feliz e seu marido a elogia (Pr 31,30.28).

 

Oração do dia

– Ó Deus, consolação dos que choram, que acolhestes misericordioso as lágrimas de santa Mônica pela conversão de seu filho Agostinho, dai-nos, pela intercessão de ambos, chorar os nossos pecados e alcançar o vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Cor 1,1-9

– Início da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: 1Paulo, chamado a ser apóstolo de Jesus Cristo, por vontade de Deus, e o irmão Sóstenes, 2à Igreja de Deus que está em Corinto: aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos junto com todos que, em qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. 3Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.  4Dou graças a Deus sempre a vosso respeito, por causa da graça que Deus vos concedeu em Cristo Jesus: 5Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, 6à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós. 7Assim, não tendes falta de nenhum dom, vós que aguardais a revelação do Senhor nosso, Jesus Cristo. 8É ele também que vos dará perseverança em vosso procedimento irrepreensível, até o fim, até o dia de nosso Senhor Jesus Cristo. 9Deus é fiel; por ele fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 145,2-3.4-5.6-7 (R: 1b)

 

– Bendirei o vosso nome, pelos séculos, Senhor!
R: Bendirei o vosso nome, pelos séculos, Senhor!

– Todos os dias haverei de bendizer-vos, hei de louvar o vosso nome para sempre. Grande é o Senhor e muito digno de louvores, e ninguém pode medir sua grandeza.

R: Bendirei o vosso nome, pelos séculos, Senhor!

– Uma idade conta à outra vossas obras e publica os vossos feitos poderosos; proclamam todos o esplendor de vossa glória e divulgam vossas obras portentosas!

R: Bendirei o vosso nome, pelos séculos, Senhor!

– Narram todos, vossas obras poderosas, e de vossa imensidade todos falam. Eles recordam vosso amor tão grandioso e exaltam, ó Senhor, vossa justiça.

R: Bendirei o vosso nome, pelos séculos, Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 24,42-51

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 42“Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor! 43Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. 44Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá. 45Qual é o empregado fiel e prudente, que o senhor colocou como responsável pelos demais empregados, para lhes dar alimento na hora certa? 46Feliz o empregado, cujo senhor o encontrar agindo assim, quando voltar. 47Em verdade vos digo, ele lhe confiará a administração de todos os seus bens. 48Mas, se o empregado mau pensar: ‘Meu senhor está demorando’, 49e começar a bater nos companheiros, a comer e a beber com os bêbados; 50então o senhor desse empregado virá no dia em que ele não espera, e na hora que ele não sabe. 51Ele o partirá ao meio e lhe imporá a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

Santa Mônica

- por Pe. Alexandre

Santa Mônica nasceu no norte da África, em Tagaste, no ano 332, numa família cristã que lhe entregou – segundo o costume da época e local – como esposa de um jovem chamado Patrício.

Como cristã exemplar que era, Mônica preocupava-se com a conversão de sua família, por isso se consumiu na oração pelo esposo violento, rude, pagão e, principalmente, pelo filho mais velho, Agostinho, que vivia nos vícios e pecado. A história nos testemunha as inúmeras preces, ultrajes e sofrimentos por que Santa Mônica passou para ver a conversão e o batismo, tanto de seu esposo, quanto daquele que lhe mereceu o conselho: “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”.

Santa Mônica tinha três filhos. E passou a interceder, de forma especial, por Agostinho, dotado de muita inteligência e uma inquieta busca da verdade, o que fez com que resolvesse procurar as respostas e a felicidade fora da Igreja de Cristo. Por isso se envolveu em meias verdades e muitas mentiras. Contudo, a mãe, fervorosa e fiel, nunca deixou de interceder com amor e ardor, durante 33 anos, e antes de morrer, em 387, ela mesma disse ao filho, já convertido e cristão: “Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um pouco, ver-te cristão antes de morrer”.

Por esta razão, o filho Santo Agostinho, que se tornara Bispo e doutor da Igreja, pôde escrever: “Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”.

Santa Mônica, rogai por nós!

 

Meditação

- por Pe. Alexandre

19. SANTA MÔNICA

Memória

– Oração de Santa Mônica pela conversão do seu filho Agostinho.

– Transmitir a fé na família. Piedade familiar.

– A oração em família.

Santa Mônica nasceu em Tagaste (África), em 331, de família cristã. Muito jovem, foi dada em casamento a um homem pagão chamado Patrício, de quem teve vários filhos, entre eles Agostinho, cuja conversão alcançou da misericórdia divina com muitas lágrimas e orações. É um modelo perfeito de mãe cristã. Morreu em Óstia (Itália) no ano 387.

I. O EVANGELHO DA MISSA de hoje narra-nos a chegada de Jesus à cidade de Naim, acompanhado pelos seus discípulos e por uma numerosa multidão. Ao entrar, cruzou-se com um cortejo fúnebre que acompanhava uma viúva cujo filho único levavam para ser sepultado. E, tendo-a visto, o Senhor compadeceu-se dela e disse-lhe: Não chores. Aproximou-se e tocou no esquife. Os que o levavam detiveram-se. E ele disse: Jovem, eu te digo, levanta-te. E o que tinha estado morto sentou-se e começou a falar. E Jesus entregou-o à sua mãe1.

Durante muitos anos, Agostinho, filho de Santa Mônica, estivera afastado de Deus e morto para a graça pelo pecado. A Santa, cuja memória celebramos hoje, foi a mãe irrepreensível que, com o seu exemplo, lágrimas e orações, obteve do Senhor a ressurreição espiritual daquele que seria um dos maiores santos e doutores da Igreja. A fidelidade de Santa Mônica a Deus, dia a dia, obteve também a conversão do seu marido Patrício, que era pagão, e exerceu uma influência decisiva em todos aqueles que de alguma maneira pertenciam ao núcleo familiar. Santo Agostinho resume com estas palavras a vida de sua mãe: “Cuidou de todos os que vivíamos juntos depois de batizados, como se fosse mãe de todos; e serviu-nos como se fosse filha de cada um de nós”2.

Santa Mônica sempre esteve preocupada com a conversão do seu filho: chorou muito, suplicou a Deus com insistência e não cessou de pedir a pessoas sábias e boas que falassem com o filho e procurassem convencê-lo a abandonar os seus erros. Certo dia, Santo Ambrósio, bispo de Milão, a quem Santa Mônica tinha recorrido muitas vezes, despediu-se dela com estas palavras, tão consoladoras para tantos pais e mães ao longo dos séculos: “Vá em paz, mulher, e fique tranqüila, pois é impossível que se perca o filho de tantas lágrimas”3. O exemplo de Santa Mônica ficou gravado de tal modo na mente de Santo Agostinho que, anos mais tarde, certamente lembrando-se da sua mãe, exortava: “Procurai com todo o cuidado a salvação dos da vossa casa”4.

A família é verdadeiramente o lugar adequado para que os filhos recebam, desenvolvam e muitas vezes recuperem a fé. “Como é grato para o Senhor ver que a família cristã é verdadeiramente uma igreja doméstica, um lugar de oração, de transmissão da fé, de aprendizagem – através do exemplo dos mais velhos – de atitudes cristãs sólidas, que se conservam ao longo de toda a vida como o legado mais sagrado! Já se disse de Santa Mônica que foi duas vezes mãe de Agostinho, porque não apenas o deu à luz, mas resgatou-o para a fé católica e para a vida cristã. Assim devem ser os pais cristãos: duas vezes progenitores dos seus filhos, na sua vida natural e na sua vida em Cristo e espiritual”5. E alcançarão um duplo prêmio do Senhor e uma dupla alegria no Céu.

II. A ORAÇÃO PELOS FILHOS nunca deve desfalecer: é sempre eficaz, ainda que às vezes, como na vida de Santo Agostinho, os frutos tardem em chegar. Essa oração pela família é muitíssimo grata a Deus, especialmente quando é acompanhada por uma vida que procura ser exemplar. Santo Agostinho diz-nos da sua mãe que também “se esforçou por conquistar o seu marido para Deus, servindo-se não tanto de palavras como da sua própria vida”6; uma vida cheia de abnegação, de alegria, de firmeza na fé. Se queremos levar a Deus aqueles que nos cercam, devemos abrir caminho pelo exemplo e pela alegria. As queixas, o mau-humor, o zelo amargo pouco ou nada conseguem. A constância, a paz, a alegria e uma oração humilde e perseverante ao Senhor conseguem tudo.

A par da oração e de uma vida exemplar, que é um ensinamento contínuo, os pais devem ensinar aos seus filhos modos práticos de tratar com Deus, especialmente nos primeiros anos da infância, logo que começam a balbuciar as primeiras palavras: orações vocais simples, que se transmitem de geração em geração, fórmulas breves, claramente compreensíveis, capazes de pôr-lhes no coração os primeiros germes do que chegará a ser uma piedade sólida: jaculatórias, palavras de carinho a Jesus, a Maria e a José, invocações ao Anjo da Guarda… Pouco a pouco, aprendem a saudar piedosamente as imagens do Senhor e da Virgem, a abençoar e agradecer os alimentos, a rezar antes de se deitarem. Os pais não podem esquecer que os seus filhos são antes de tudo filhos de Deus, e que devem ensiná-los a comportar-se como tais.

Neste clima de alegria, de piedade e de exercício das virtudes humanas, nas suas múltiplas manifestações de laboriosidade, de sã liberdade, de bom humor, de sobriedade, de preocupação eficaz pelos que passam necessidade…, nascerão facilmente as vocações de que a Igreja precisa e que serão o maior prêmio e honra que os pais podem receber neste mundo. Por isso, o Papa João Paulo II exortava os pais a criarem uma atmosfera humana e sobrenatural em que pudessem surgir essas vocações. E acrescentava: “Ainda que estejam chegando tempos em que vós, como pais e mães, julgueis que os vossos filhos podem sucumbir à fascinação das expectativas e promessas deste tempo, não tenhais dúvida; eles fixarão a atenção em vós para ver se considerais Jesus Cristo como uma limitação ou como um encontro de vida, como alegria e fonte de força na vida cotidiana. Mas sobretudo não deixeis de rezar. Pensai em Santa Mônica, cujas preocupações e súplicas cresciam quando seu filho Agostinho, futuro bispo e Santo, andava longe de Cristo e assim julgava encontrar a sua liberdade. Quantas Mônicas existem hoje! Ninguém pode agradecer devidamente o que muitas mães realizaram e continuam a realizar anonimamente com a sua oração pela Igreja e pelo Reino de Deus, e com o seu sacrifício. Que Deus lhes pague! Se é verdade que a desejada renovação da Igreja depende sobretudo do ministério dos sacerdotes, é indubitável que também depende em grande medida das famílias, e especialmente das mulheres e mães”7. Quanto podem elas diante de Deus e diante da família!

III. SE A ORAÇÃO DE UMA MÃE foi tão grata a Deus, como será a de uma família inteira que reza pelos mesmos fins! “A oração familiar – escreve o Papa João Paulo II – tem características próprias. É uma oração feita em comum, marido e mulher juntos, pais e filhos juntos […]. Aos membros da família cristã podem aplicar-se de modo particular as palavras com que Cristo promete a sua presença: Em verdade vos digo que, se dois de vós se unirem na terra para pedir qualquer coisa, meu Pai que está nos céus vo-la concederá. Pois onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estarei eu no meio deles (Mt 18, 19 e segs.)”8. Os membros da família unem-se com mais força, entre si e com Deus, mediante a oração em comum.

Esta oração tem como conteúdo essencial a própria vida familiar: “Alegrias e dores, esperanças e tristezas, nascimentos e festas de anos, aniversários de núpcias dos pais, partidas, ausências e regressos, escolhas importantes e decisivas, a morte de pessoas queridas, etc., marcam a intervenção do amor de Deus na história da família, assim como devem marcar o momento favorável para a ação de graças, para a impetração, para o abandono confiante da família ao Pai comum que está nos céus. A dignidade e a responsabilidade da família cristã como Igreja doméstica só podem, pois, ser vivificadas com a ajuda incessante de Deus, que não faltará, se implorada com humildade e confiança na oração”9.

O centro da família cristã está posto no Senhor. Por isso, qualquer acontecimento ou circunstância que, numa visão puramente humana, seria incompreensível, é interpretado como algo permitido por Deus, algo que sempre redunda em bem de todos. A doença ou a morte de uma pessoa querida, o nascimento de um irmão com algum defeito grave ou qualquer outra provação, tudo é captado sob a perspectiva da eternidade e não leva ao desalento ou à amargura, mas à confiança no Senhor e ao abandono total em seus braços. Ele é Pai de todos.

Hoje pedimos a Santa Mônica que nos dê a firmeza com que ela perseverou na oração e que ajude todas as famílias a conservar o tesouro da piedade familiar, ainda que em muitos lugares os costumes que se vêm estendendo não sejam favoráveis: temos de ver no ambiente adverso que nos rodeia um motivo mais para nos empenharmos em fazer com que Deus seja realmente o centro do todos os lares, a começar pelo nosso. Assim a vida familiar será uma antecipação do Céu.

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