28 de Julho de 2020
17a Semana Comum Teça-feira
- por Pe. Alexandre
TERÇA FEIRA – XVII SEMANA DO TEMPO COMUM
(cor verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele quem dá força e poder a seu povo (Sl 67,6.36).
Oração do dia
– Ó Deus, sois amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Jr 14,17-22
– Leitura do livro do profeta Jeremias: 17“Derramem lágrimas meus olhos, noite e dia, sem parar, porque um grande desastre feriu a cidade, a jovem filha de meu povo, um golpe terrível e violento. 18Se eu sair ao campo, vejo cadáveres abatidos à espada; se entrar na cidade, deparo com gente consumida de fome; até os profetas e sacerdotes andam à toa pelo país”. 19Acaso terás rejeitado Judá inteiramente, ou te desgostaste deveras de Sião? Por que, então, nos feriste tanto, que não há meio de nos curarmos? Esperávamos a paz, e não veio a felicidade; contávamos com o tempo de cura, e não nos restou senão consternação. 20Reconhecemos, Senhor, a nossa impiedade, os pecados de nossos pais, porque todos pecamos contra ti. 21Mas, por teu nome, não nos faças sofrer a vergonha suprema de levar a desonra ao trono de tua glória; lembra-te, não quebres a tua aliança conosco. 22Acaso existem entre os ídolos dos povos os que podem fazer chover? Acaso podem os céus mandar-nos as águas? Não és tu o Senhor, nosso Deus, que estamos esperando? Tu realizas todas essas coisas.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 79,8.9.11.13 (R: 9bc)
– Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
R: Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
– Não lembreis as nossas culpas do passado, mas venha logo sobre nós vossa bondade, pois estamos humilhados em extremo.
R: Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
– Ajudai-nos, nosso Deus e Salvador! Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! Por vosso nome, perdoai nossos pecados!
R: Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
– Até vós chegue o gemido dos cativos: libertai com vosso braço poderoso os que foram condenados a morrer! Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo, celebraremos vosso nome para sempre, de geração em geração vos louvaremos.
R: Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– A semente é de Deus a Palavra, o Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 13,36-43
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 36Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” 37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41o Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Inocêncio I
- por Pe. Alexandre
O santo recordado hoje foi Papa da nossa Igreja nos anos de 401 a 417; nasceu perto de Roma. Pertencia ao Clero até chegar à Cátedra de Pedro. Trabalhou na construção de muitas igrejas, no culto aos mártires, elaborou e definiu os livros consagrados e inspirados da Bíblia.
Dentre tantos acontecimentos, que marcaram o pontificado de Santo Inocêncio, foram três os que se destacaram: a luta contra o Pelagianismo; corrigiu um temível imperador; protegeu como pôde Roma dos invasores. Pelágio foi um monge que semeava a mentira doutrinal sobre o pecado original e outras mentiras que invalidavam a necessidade da graça e da redenção do Cristo. Santo Inocêncio, com a ajuda do Doutor da Graça – Santo Agostinho – e de outros mais condenou a heresia pelagiana.
Quanto ao imperador, denunciou a traição deste para com São João Crisóstomo, e com relação aos invasores, que assaltaram Roma, Santo Inocêncio fez de tudo para afastar esses bárbaros da Cidade Eterna. Este grande santo, empenhado pela paz e conversão dos pagãos, é considerado um dos maiores Santos Padres do Cristianismo.
Santo Inocêncio, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
41. OS AMIGOS DE DEUS
– Amizade com Jesus.
– Jesus Cristo, exemplo de amizade verdadeira.
– Fomentar uma amizade cordial e otimista com as pessoas com quem nos relacionamos. Apostolado de amizade.
I. NA LONGA TRAVESSIA pelo deserto, o Povo de Deus instalava, fora do lugar onde acampava, a chamada Tenda da reunião ou do encontro. Tratava‑se de um lugar sagrado, santo, um lugar à parte. Quem queria visitar o Senhor saía do acampamento e dirigia‑se à Tenda do encontro. Para lá se dirigia Moisés, a fim de expor ao Senhor as necessidades do seu povo, e Deus falava a Moisés cara a cara, como fala um homem com o seu amigo1.
Em várias ocasiões, a Sagrada Escritura mostra‑nos a Deus como um amigo dos homens. Por sua vez, Abraão é chamado o amigo de Deus2, e o povo apelava com freqüência para essa amizade a fim de invocar o perdão e a proteção divina. Além disso, toda a Revelação tendia a formar um povo amigo de Deus, unido a Ele por uma forte Aliança que era renovada continuamente. “O Deus invisível, levado pelo seu grande amor, falou aos homens como a amigos e com eles se entreteve para os convidar à comunhão consigo e recebê‑los na sua companhia”3.
Este desígnio divino teve o seu pleno cumprimento quando, chegada a plenitude dos tempos, o Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, se fez homem. Como a amizade implica certa igualdade e comunhão de vida4, e a distância entre Deus e o homem é infinita, Deus assumiu a natureza humana e o homem tornou‑se participante da Divindade mediante a graça santificante5.
A essência da amizade entre Deus e os homens fundamenta‑se na natureza da caridade, que é sobrenatural e derrama‑se nos nossos corações6 para que possamos amar a Deus com o mesmo amor com que Ele nos ama. Jesus diz‑nos: Como o Pai me amou, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor7. E dirigindo‑se ao Pai: O amor com que tu me amaste esteja neles, e eu neles8. A certeza de que Deus nos ama é a raiz da alegria e da felicidade do cristão: Vós sois meus amigos…9 Que imensa alegria podermos chamar‑nos amigos de Deus!
Ao longo da sua vida terrena, o Senhor esteve sempre aberto a uma amizade sincera com os que se aproximavam dEle; em muitas ocasiões, foi Ele próprio quem tomou a iniciativa de os atrair a si: assim sucedeu com Zaqueu, com a mulher samaritana…, com tantos outros. Era amigo dos seus discípulos, que se mostravam conscientes desse apreço de que o Senhor os rodeava. Quando não entendiam alguma coisa, aproximavam‑se dEle com confiança, como nos mostra o Evangelho da Missa de hoje10: Explica‑nos a parábola, pedem‑lhe com toda a naturalidade. E o Senhor leva‑os a um lugar à parte e desvenda‑lhes de um modo mais íntimo o conteúdo dos seus ensinamentos. Participavam também das alegrias e das preocupações do Mestre, e recebiam dEle alento e ânimo quando precisavam.
Do mesmo modo, o Senhor oferece‑nos agora a sua amizade no Sacrário: é onde nos consola, anima e perdoa. No Sacrário, como naquela Tenda do encontro, fala com todos, cara a cara, como um homem fala com o seu amigo. Com a grande diferença de que nos nossos templos está presente Deus feito Homem: Jesus, o mesmo que nasceu de Santa Maria e que morreu por nós numa cruz.
“Jesus é teu amigo. – O Amigo. – Com coração de carne como o teu. – Com olhos de olhar amabilíssimo, que choraram por Lázaro…
“– E, tanto, como a Lázaro, te ama a ti”11.
II. JESUS GOSTAVA de conversar com os que o procuravam ou com os que encontrava pelo caminho. Aproveitava essas ocasiões para chegar ao fundo da alma e elevar o coração a um plano mais alto, e muitas vezes – quando os seus interlocutores se mostravam bem dispostos – até à conversão e à entrega plena.
Também quer falar conosco na intimidade da oração. E para isso temos de estar abertos ao diálogo com Ele, à amizade sincera. “Ele mesmo nos converteu de servos em amigos, como disse claramente: Sereis meus amigos se cumprirdes o que vos mandei (Jo 15, 14). Deixou‑nos o modelo que devemos imitar. Portanto, temos de compartilhar o desejo do Amigo, revelar‑lhe confidencialmente o que temos na alma e não ignorar nada do que Ele tem no coração. Abramos‑lhe a nossa alma, e Ele nos abrirá a sua. Com efeito, o Senhor declara: Chamei‑vos amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai (Jo 15, 14). O verdadeiro amigo, portanto, não oculta nada ao amigo; descobre‑lhe todo o seu ânimo, assim como Jesus derramava no coração dos Apóstolos os mistérios do Pai”12.
Este é o segredo da verdadeira oração, quer quando recitamos orações vocais, quer sobretudo quando nos recolhemos numa oração mais pessoal, a oração mental. Muitos se perguntam como preencher o tempo que reservam diariamente para essa oração sem palavras. Ao longo da história da espiritualidade cristã, chegaram a formar‑se escolas que recomendavam este ou aquele método de discorrer com o pensamento na oração. Todos são bons e de todos se pode aprender muito. Mas o que verdadeiramente importa, como princípio e como resultado final, é compreender que a oração é fundamentalmente um processo de amizade com Deus, com Cristo, perfeito Deus e perfeito homem, que portanto nos ouve e nos compreende infinitamente.
O que interessa acima de tudo é, por conseguinte, estar a sós e conversar com Aquele que sabemos que nos ama, como aconselhava Santa Teresa. Para isso podemos e muitas vezes será prudente servir‑nos de um livro que suscite e encaminhe os nossos pensamentos e afetos, ou repassar as verdades de fé contidas no Credo ou tratadas em livros de doutrina; e será imprescindível determo‑nos a considerar a vida do Senhor, meditando sobre os textos evangélicos. Não esqueçamos, porém, que, seja por um meio ou por outro, devemos chegar à relação pessoal com Cristo, ao colóquio com Ele, num clima de absoluta confiança e simplicidade: “Escreveste‑me: «Orar é falar com Deus. Mas de quê?» – De quê? DEle e de ti: alegrias, tristezas, êxitos e malogros, ambições nobres, preocupações diárias…, fraquezas!; e ações de graças e pedidos; e Amor e desagravo.
“Em duas palavras: conhecê‑Lo e conhecer‑te – ganhar intimidade!”13
III. NÓS, CRISTÃOS, podemos ser homens e mulheres com maior capacidade de amizade, porque o trato habitual com Jesus Cristo nos prepara para saírmos do nosso egoísmo, da preocupação excessiva pelos problemas pessoais, e desse modo estarmos abertos aos que freqüentam o nosso trato, ainda que sejam de outra idade ou de outros gostos, cultura ou posição.
A amizade, no entanto, não nasce de um simples encontro ocasional, nem da mútua necessidade de ajuda. Nem sequer a camaradagem, o trabalho em comum ou a própria convivência conduzem necessariamente à amizade. Não são amigas duas pessoas que se encontram todos os dias no elevador, no transporte público ou num escritório. Nem a mútua simpatia é, por si mesma, amizade.
São Tomás afirma14 que nem todo o amor indica amizade, mas apenas o amor que implica benevolência, quer dizer, que se manifesta em desejar o bem para o outro. Por isso, as possibilidades de amizade crescem quando é maior a ocasião de difundir o bem que se possui: “Só são verdadeiros amigos aqueles que têm alguma coisa a dar e, ao mesmo tempo, a humildade suficiente para receber. Por isso, a amizade é mais própria dos homens virtuosos. O vício compartilhado não produz amizade mas cumplicidade, o que não é o mesmo. Nunca se pode legitimar um mal com uma pretensa amizade”15; o mal, o pecado, jamais une na amizade e no amor.
Nós, cristãos, podemos dar aos nossos amigos compreensão, tempo, ânimo e alento nas dificuldades, otimismo e alegria, mas, sobretudo, podemos e devemos dar‑lhes o maior bem que possuímos: o próprio Cristo, o Amigo por excelência. Por isso a amizade verdadeira conduz ao apostolado, que é o meio de comunicarmos aos outros os imensos bens da fé.
Um amigo fiel é um poderoso protetor; quem o encontra acha um tesouro. Nada vale tanto como um amigo fiel; o seu preço é incalculável16. Por isso, a amizade tem de ser protegida e defendida contra o passar do tempo, que leva ao esquecimento, ao distanciamento; contra a inveja, que freqüentemente é o que mais a corrompe17. Oxalá possamos dizer como aquele homem que terminava assim umas anotações autobiográficas: “Há uma coisa de que posso orgulhar‑me: julgo que nunca perdi um amigo”.
A um amigo pede‑se que seja fiel, que se mantenha firme nas dificuldades, que resista à prova do tempo e das contradições, que saia em defesa do amigo em qualquer situação que se apresente: “Devemos ser fiéis à amizade verdadeira – aconselhava Santo Ambrósio –, porque não há nada mais belo nas relações humanas. Consola muito nesta vida ter um amigo a quem abrir o coração, a quem descobrir a própria intimidade e manifestar as penas da alma; alivia muito ter um amigo fiel que se alegre contigo na prosperidade, compartilhe a tua dor nas adversidades e te sustente nos momentos difíceis”18.
Fomentemos a amizade cordial e sincera, otimista, com as pessoas com quem nos relacionamos todos os dias: com os vizinhos, com os colegas de trabalho ou de estudo, com essas pessoas de quem recebemos ou a quem prestamos diariamente um serviço exigido pelos afazeres profissionais. De modo especial, sejamos muito amigos do nosso Anjo da Guarda. “Todos precisamos de muita companhia: companhia do Céu e da terra. Sejamos devotos dos Santos Anjos! É muito humana a amizade, mas é também muito divina; tal como a nossa vida, que é divina e humana”19. O Anjo da Guarda não se afasta devido aos nossos caprichos e defeitos; conhece as nossas fraquezas e misérias, e talvez por isso nos ame mais20. A amizade com o Anjo da Guarda será modelo para a nossa amizade com os homens.
Mas, acima de qualquer outra amizade, devemos tornar forte e entranhada a amizade “com o Grande Amigo, que nunca atraiçoa”21. Encontramos o Senhor com suma facilidade; Ele está sempre disposto a receber‑nos, a conversar conosco todo o tempo que desejemos. “Ide a qualquer parte do mundo que desejardes, mudai de casa quantas vezes quiserdes, que sempre encontrareis na igreja católica mais próxima o vosso Amigo que está à vossa espera dia após dia”22. No convívio com Ele aprendemos de verdade a ser amigos, a estar sempre prontos e abertos a toda a amizade sincera com os homens, que será o caminho natural pelo qual Cristo, nosso Amigo, poderá chegar até o fundo dessas almas.
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