28 de Março de 2019
3ª Semana da Quaresma - Quinta-feira
- por Padre Alexandre Fernandes
QUINTA FEIRA DA III SEMANA DA QUARESMA
(Roxo, ofício do dia da III semana)
Antífona da entrada
– Eu sou a salvação do povo, diz o Senhor: quando, em qualquer aflição, chamarem por mim, eu os ouvirei e serei seu Deus para sempre.
Oração do dia
– A medida que se aproxima a festa da salvação, nós vos pedimos, ó Deus, que nos preparemos com maior empenho para celebrar o mistério da Páscoa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Jr 7,23-28
– Leitura do livro do profeta Jeremias: Assim fala o Senhor: 23“Dei esta ordem ao povo dizendo: Ouvi a minha voz, assim serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e segui adiante por todo o caminho que eu vos indicar para serdes felizes. 24Mas eles não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, seguindo as más inclinações do coração, andaram para trás e não para a frente, 25desde o dia em que seus pais saíram do Egito até o dia de hoje. A todos enviei meus servos, os profetas, e enviei-os cada dia, começando bem cedo; 26mas não ouviram e não prestaram atenção; ao contrário, obstinaram-se no erro, procedendo ainda pior que seus pais. 27Se falares todas essas coisas, eles não te escutarão, e, se os chamares, não te darão resposta. 28Dirás, então: Esta é a nação que não escutou a voz do Senhor, seu Deus, e não aceitou correção. Sua fé morreu, foi arrancada de sua boca”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 95,1-2.6-7.8-9 (R: 8)
– Oxalá ouvísseis hoje a voz do Senhor: Não fecheis os vossos corações.
R: Oxalá ouvísseis hoje a voz do Senhor: Não fecheis os vossos corações.
– Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o Rochedo que nos salva! A seu encontro caminhemos com louvores, e com cantos de alegria o celebremos!
R: Oxalá ouvísseis hoje a voz do Senhor: Não fecheis os vossos corações.
– Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão.
R: Oxalá ouvísseis hoje a voz do Senhor: Não fecheis os vossos corações.
– Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: “Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras”.
R: Oxalá ouvísseis hoje a voz do Senhor: Não fecheis os vossos corações.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 11,14-23
Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!
Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!
– Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente! (Jl 2,12)
Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 14Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. 15Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. 21Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo dispersa”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Santa Gisela
- por Padre Alexandre Fernandes
Santa Gisela nasceu em 985. Filha do duque bávaro, Henrique, e de Gisela de Barganha. Em 996 os emissários da Hungria vieram a sua casa, para a alegria de seus pais, pedir sua mão em casamento. Gisela que tinha se consagrado a Deus no íntimo de seu coração não teve como mudar esta situação e assim mudou-se para a corte principesca húngara, casando-se com o rei Estevão.
Porém, sua meta continuava a ser a de levar todo o povo para Cristo. Gisela foi coroada e ungida como primeira rainha cristã dos húngaros e com ela, seu marido Estevão que se converteu ao cristianismo por sua influência.
Gisela ajudou na construção e nos reparos de igrejas, construiu a Catedral de Vezprim para a qual doou ricos feudos. Mandou vir escultores da Grécia para embelezarem as Igrejas. Porém passou por grandes sacrifícios. Perdeu a primeira filha e logo depois, o filho. Outras duas filhas se casaram e jamais as reviu por partirem para terras muito distantes. Seu filho Américo, que deveria sucedê-la ao trono real, também faleceu. Mais tarde ele foi canonizado pela sua santidade.
Em 15 de agosto de 1038, festa da Assunção de Nossa Senhora, dia em que se consagrara anos atrás, seu esposo faleceu, e também foi canonizado. Após tantas mortes passou a receber tratamentos hostis do povo pagão húngaro. Confiscaram seus bens, proibiram-na de se corresponder com parentes de países estrangeiros, prenderam-na e a maltrataram. Depois de vários anos de prisão, foi libertada por Henrique III, em 1042. Voltou a Baviera e se fez beneditina no Mosteiro de Niederburg, o qual Henrique II elevara à categoria de abadia.
Prudente e sábia foi eleita abadessa, governando a abadia até 7 de maio de 1065. Foi enterrada na capela de Parz. Logo após sua morte vinham romeiros de todos os recantos do mundo rezar junto ao seu túmulo.
FONTE; CATEDRAL METROPOLITANA NOSSA SENHORA APARECIDA
Meditação
- por Padre Alexandre Fernandes
O dedo de Deus… (Lc 11,14-23)
Os inimigos de Jesus perseveram em seu fechamento à mensagem do Evangelho. Nada consegue quebrar as muralhas dos corações empedernidos. Diante do poder manifestado em Jesus, chegam ao máximo da recusa: “É pelo poder do demônio que ele expulsa os demônios!”
Jesus retruca: “Mas se é pelo dedo de Deus… é porque o Reino de Deus já chegou entre vós”.
O dedo de Deus. Esta é uma imagem bíblica rica de significados para os israelitas de todos os tempos. É um símbolo da atuação da força divina. No livro do Êxodo (8,15), quando Moisés golpeia a poeira do solo com seu bastão, surge uma nuvem de mosquitos que assola os egípcios. Os magos do Faraó identificam a fonte daquele poder: “É o dedo de Deus!”
A própria Lei do Sinai fora escrita pelo dedo de Deus: “O Senhor me havia dado duas tábuas de pedra escritas pelo dedo de Deus, conforme em tudo às palavras que ele vos dissera do meio do fogo”.
Também o salmista se deslumbra diante do poder divino manifesto na Criação: “Sim, eu vejo teus céus, a obra de teus dedos, a lua, as estrelas que sustentas”. (Sl 8,4 – Bíblia de Chouraqui)
Os Padres da Igreja associaram à Trindade três símbolos correntes na Bíblia: o braço remete ao Pai; a mão, ao Filho; o dedo, ao Espírito Santo. Se Deus ergue o braço, isto significa que ele vai entrar em ação: “Pela força de teu braço [os egípcios] ficaram imóveis como pedra”. (Ex 15,16) Os ícones orientais mostram a ação trinitária pela figura do braço que sai da nuvem, mostrando a mão de onde descem as linhas luminosas que representam o Espírito.
Habitualmente, Jesus cura o enfermo ou limpa o leproso com um toque de suas mãos. Mas há uma cura em que ele enfia o dedo nos ouvidos do surdo-mudo para “abrir-lhe” a audição. Segundo a narrativa de Marcos, “levando-o à parte, longe da multidão, Jesus pôs os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou-lhe a língua”. (Mc 7,33). Assim, ele realiza a cura através do Espírito Santo, que repousa sobre ele (cf. Lc 4).
Esta é a origem da imagem litúrgica presente em antigos hinos da Igreja, como o “Veni, Creator”, onde o Espírito Santo é poeticamente chamado de “digitus paternae dexterae”, isto é, “dedo da mão direita do Pai”.
De volta ao Evangelho de hoje, recusar o “dedo de Deus” e a graça que ele oferece, confundindo-o com a ação do Maligno, configura o pecado contra o Espírito Santo – o pecado que não tem perdão (cf. Mt 12,31).
Orai sem cessar: “A mão do Senhor não é curta para salvar!” (Is 59,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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