28 de Março de 2023

5 semana da quaresma- Terça feira

- por Pe. Alexandre

TERÇA FEIRA DA V SEMANA DA QUARESMA
(roxo pref. Paixão I, ofício do dia)
Antífona da entrada
– Espera no Senhor e sê corajoso! Fortifique-se teu coração; espera no Senhor!
(Sl 26,14).
Oração do dia
– Concedei-nos ó Deus, perseverar no vosso serviço para que, em nossos dias,
cresça em número e santidade o povo que vos serve. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Nm 21,4-9
– Leitura do livro dos Números: Naqueles dias, 4 os filhos de Israel partiram do
monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país
de Edom. Durante a viagem, o povo começou a impacientar-se, 5 e se pôs a
falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que nos fizestes sair do Egito
para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo
desse alimento miserável”. 6 Então o Senhor mandou contra o povo serpentes
venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7 O povo foi ter
com Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao
Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, 8 e o
Senhor respondeu: “Faze uma serpente abrasadora e coloca-a como sinal
sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”. 9 Moisés fez,
pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste.
Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de
bronze, ficava curado.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 102,2-3.16-18.19-21 (R: 2)
– Ouvi, Senhor, e escutai minha oração e chegue até vós o meu clamor.
R: Ouvi Senhor, e escutai minha oração e chegue até vós o meu clamor.
– Ouvi, Senhor, e escutai minha oração, e chegue até vós o meu clamor! De
mim não oculteis a vossa face no dia em que estou angustiado! Inclinai o vosso
ouvido para mim, ao invocar-vos atendei-me sem demora!
R: Ouvi Senhor, e escutai minha oração e chegue até vós o meu clamor.
– As nações respeitarão o vosso nome, e os reis de toda a terra, a vossa glória;
quando o Senhor reconstruir Jerusalém e aparecer com gloriosa majestade, ele
ouvirá a oração dos oprimidos e não desprezará a sua prece.
R: Ouvi Senhor, e escutai minha oração e chegue até vós o meu clamor.

– Para as futuras gerações se escreva isto, e um povo novo a ser criado louve a
Deus. Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, e o Senhor olhou a terra do
alto céu, para os gemidos dos cativos escutar e da morte libertar os
condenados.
R: Ouvi Senhor, e escutai minha oração e chegue até vós o meu clamor.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 8,21-30
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor.
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor.
– Semente é de Deus a Palavra, o Cristo é o semeador; todo aquele que o
encontra, vida eterna encontrou.
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo disse Jesus aos fariseus: 21 “Eu parto, e vós me procurareis,
mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir”.
22 Os judeus comentavam: “Por acaso, vai-se matar? Pois ele diz: ‘Para onde eu
vou, vós não podeis ir’?” 23 Jesus continuou: “Vós sois daqui debaixo, eu sou do
alto. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24 Disse-vos que morrereis
nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos
vossos pecados”. 25 Perguntaram-lhe pois: “Quem és tu, então?” Jesus
respondeu: “O que vos digo, desde o começo. 26 Tenho muitas coisas a dizer a
vosso respeito, e a julgar, também. Mas aquele que me enviou é fidedigno, e o
que ouvi da parte dele é o que falo para o mundo”. 27 Eles não compreenderam
que lhes estava falando do Pai. 28 Por isso, Jesus continuou: “Quando tiverdes
elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por
mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou. 29 Aquele que me
enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é
de seu agrado”. 30 Enquanto Jesus assim falava, muitos acreditaram nele.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

Liturgia comentada

São Ruperto, o corajoso e memorável Bispo de Salzburgo

- por Pe. Alexandre

Origens
São Ruperto descendia dos rupertinos, importante família que dominava com o título de conde a região do médio e do alto Reno. Dessa família nasceu também outro São Roberto (ou Ruperto) de Bingen, cuja vida foi escrita por Santa Hildegarda. Os rupertinos eram parentes dos carolíngios e o centro de suas atividades era em Worms. São Ruperto recebeu sua formação de cunho monástico irlandês.

 

Obras em vida
No ano de 700, foi impelido pelos seus mestres e sentiu-se impulsionado à pregação e ao testemunho monástico indo à Baviera. Apoiado pelo conde Teodo de Baviera, fundou, perto do lago Waller, a 10 km de Salisburgo, uma igreja dedicada a São Pedro. O lugar, porém, não pareceu próprio para os fins de Ruperto, que pediu ao conde outro terreno perto do rio Salzach, próximo à antiga cidade romana de Juvavum. O mosteiro que ali construiu, dedicado a São Pedro, é o mais antigo da Áustria e está ligado com o núcleo de Nova Salisburgo. Seu desenvolvimento deve-se também à colaboração de doze conterrâneos seus. Desses, Cunialdo e Gislero foram honrados como santos.

O Mosteiro Feminino
Perto do mosteiro de São Pedro surgiu um mosteiro feminino que foi confiado à direção da abadessa Erentrude, sobrinha do santo. Foi este punhado de corajosos que fez surgir a Nova Salisburgo. São Ruperto é justamente reconhecido como seu fundador. Foi o responsável pela conversão total da Baviera e, é claro, de toda a Áustria.

São Ruperto: modelo de monge, fundador e Bispo de Salzburgo

Episcopado
São Ruperto, reconhecido como o fundador da bela cidade de Salzburgo, cujo significado é cidade do sal, aparece retratado com um saleiro na mão, tamanha sua ligação com a própria origem e desenvolvimento da cidade. Foi seu primeiro bispo. E sua influência alastrou-se tanto que é festejado, nesse dia, não só nas regiões de língua alemã, como também na Irlanda, onde estudou, porque ali foi tomado como modelo pelos monges irlandeses.

Páscoa
Morreu no dia 27 de março de 718, um domingo de Páscoa, depois de rezar a missa, no mosteiro de Juvavum. Antes, como percebera que a morte estava próxima, fez algumas recomendações e pedido de orações à sua sobrinha e irmã espiritual, Erentrudes. Suas relíquias estão guardadas na belíssima catedral de Salzburgo, construída no século XVII. Ele é o padroeiro de seus habitantes e de suas minas de sal.

Oração
Senhor, por intercessão de São Ruperto, queremos hoje vos rogar pelas vocações religiosas, para que os jovens vocacionados encontrem apoio em suas famílias e na sociedade para o desenvolvimento da Igreja. Rogamos também por todo o clero, para que, na santidade, governem com sabedoria o Seu povo. Amém.

Minha oração
“É preciso coragem para seguir os passos de Deus, para construir e implementar o Reino do Senhor. Ensina-nos a ser pessoas cheias desse ânimo que vem do Espírito e, como o nosso santo, realizar o resultado de fé e obras.”

São Ruperto, rogai por nós!

 

Meditação

- por Pe. Alexandre

Quando eu for elevado… (Jo 8,21-30)

“Quem és tu? De onde vens? Que dizes de ti mesmo? Pretendes ser
Deus? És tu o Messias? Tu és rei?” Eis aqui uma chuva de interrogações
arremessadas continuamente sobre o Mestre de Nazaré. Escribas, fariseus,
sacerdotes, o rei Herodes, o próprio Pilatos participam da enxurrada de
interrogações a respeito desse Nazareno que atrai as multidões, cura os
doentes e liberta os possessos, chegando ao cúmulo imperdoável de

ressuscitar os mortos. Incômodo e ameaçador, é preciso eliminá-lo. Convém
que morra somente um em lugar do povo, dirá o sumo sacerdote (cf. Jo 11,50).
Jesus percebe claramente que pretendem arrancar dele uma resposta
que justifique sua condenação. O biblista Louis Boyer comenta: “Jesus anuncia
de forma direta o desfecho do conflito: ele terminará pela aparente vitória do
poder das trevas, que agem através dos adversários, mantidos como escravos.
Mas esse falso triunfo será, na realidade, a derrota deles. A expressão ‘elevar’
– com o duplo sentido possível de crucificar ou exaltar – assinala bem a
confusão das trevas quando virem a Luz resplandecer da cruz na qual tinham
pretendido apagá-la. Este anúncio da Paixão é o primeiro que Jesus faz em
público; nós vamos notar como logo a seguir São João deixa claro que a glória
de Cristo e sua Paixão são inseparáveis”.
Aquilo que pareceria a extrema humilhação – a morte na cruz, punição
exclusiva para escravos e grandes criminosos – será, de fato, a máxima
“elevação” do Salvador. Nas palavras de Paulo aos filipenses: “POR ISSO
Deus o exaltou acima de tudo, e lhe deu o Nome que está acima de todo
nome” (Fl 2,9). Este é o mistério que permanecerá pulsando no coração do
cristianismo.
Claro, Jesus sabia disso desde o começo de sua missão. No diálogo
noturno com Nicodemos, ele havia lembrado a serpente de bronze (cf. Nm
21,8-9), sinal de salvação, erguida no madeiro: “Tal como Moisés levantou a
serpente no deserto, assim também será levantado o Filho do Homem, a fim de
que todo o que nele crer tenha vida eterna” (Jo 3,14-15).
Desde então, Jesus “faz da cruz a única via para conhecer o Deus
anterior aos séculos. Pela cruz Jesus fará a vontade de Deus até o extremo, e
assim o glorificará” (André Scrima). É como se ele dissesse: “Sobre a cruz, vós
vereis que Deus me glorifica e eu o glorifico, pois eu faço a vontade de meu
Pai”.
A kênosis do Verbo encarnado desce ao mais profundo para atingir o
mais elevado.

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