28 de Novembro de 2020
34a semana do tempo comum Sábado
- por Pe. Alexandre
SABADO – XXXIV SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
– O Senhor fala de paz a seu povo e a seus amigos e a todos que se voltam para ele (Sl 84,9).
Oração do dia
– Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Ap 22,1-7
– Leitura do livro do Apocalipse de são João: A mim, João, 1o anjo do Senhor mostrou-me um rio de água viva, o qual brilhava como cristal. O rio brotava do trono de Deus e do Cordeiro. 2No meio da praça, de cada lado do rio, estão plantadas árvores da vida; elas dão frutos doze vezes por ano; em cada mês elas dão fruto; suas folhas servem para curar as nações. 3Já não haverá maldição alguma. Na cidade estará o trono de Deus e do Cordeiro e seus servos poderão prestar-lhe culto. 4Verão a sua face e o seu nome estará sobre suas frontes. 5Não haverá mais noite: não se precisará mais da luz da lâmpada, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus vai brilhar sobre eles e eles reinarão por toda a eternidade. 6Então o anjo disse-me: “Estas palavras são dignas de fé e verdadeiras, pois o Senhor, o Deus que inspira os profetas, enviou o seu Anjo, para mostrar aos seus servos o que deve acontecer muito em breve. 7Eis que eu venho em breve. Feliz aquele que observa as palavras da profecia deste livro”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 95,1-2.3-5.6-7 (R: 1Cor 16,22b e Ap 22.20c)
– Amém! Vem, ó Senhor Jesus! Amém!
R: Amém! Vem, ó Senhor Jesus! Amém!
– Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o Rochedo que nos salva! Ao seu encontro caminhemos com louvores, e com cantos de alegria o celebremos!
R: Amém! Vem, ó Senhor Jesus! Amém!
– Na verdade, o Senhor é o grande Deus, o grande rei, muito maior que os deuses todos. Tem nas mãos as profundezas dos abismos, e as alturas das montanhas lhe pertencem; o mar é dele, pois foi ele quem o fez, e a terra firme suas mãos a modelaram.
R: Amém! Vem, ó Senhor Jesus! Amém!
– Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e o seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão.
R: Amém! Vem, ó Senhor Jesus! Amém!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Vigiai e orai para ficardes de pé ante o Filho do homem! (Lc 21,36).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 21,34-36
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 34“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra.
36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Santa Catarina Labouré
- por Pe. Alexandre
Santa Catarina de Labouré nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleônicas.
Aos 9 anos de idade, com a morte da mãe, Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que ao findar desta sua missão, colocou-se a serviço do Bom Mestre, quando consagrou-se a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade.
Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria começa a aparecer a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição, por isso descreveu Catarina:
“A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem”.
Nossa Senhora apareceu por três vezes a Santa Catarina Labouré. Na terceira aparição, Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. Ao final desta aparição, Nossa Senhora diz: “Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações”.
Somente no fim do ano de 1832, a medalha que Nossa Senhora viera pedir foi cunhada e espalhada aos milhões por todo o mundo.
Como disse Sua Santidade Pio XII, esta prodigiosa medalha “desde o primeiro momento, foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo medalha milagrosa“.
Esta devoção nascida a partir de uma Providência Divina e abertura de coração da simples Catarina, tornou-se escola de santidade para muitos, a começar pela própria Catarina que muito bem soube se relacionar com Jesus por meio da Imaculada Senhora das Graças.
Santa Catarina passou 46 anos de sua vida num convento, onde viveu o Evangelho, principalmente no tocante da humildade, pois ninguém sabia que ela tinha sido o canal desta aprovada devoção que antecedeu e ajudou na proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora em 1854.
Já como cozinheira e porteira, tratando dos velhinhos no hospício de Enghien, em Paris, Santa Catarina assumiu para si o viver no silêncio, no escondimento, na humildade. Enquanto viveu, foi desconhecida.
Santa Catarina Labouré entrou no Céu a 31 de dezembro de 1876, com 70 anos de idade.
Foi beatificada em 1933 e canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.
Santa Catarina Labouré, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
97. A CAMINHO DA CASA DO PAI
– O desejo de alcançar o Céu.
– A “divinização” da alma, das suas potências e do corpo glorioso.
– A glória acidental.
I. E MOSTROU-ME UM RIO de água viva, claro como cristal, que saía do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da praça e de um lado e do outro do rio, estava a árvore da vida, que dava doze frutos, cada um no seu mês […]. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão a sua face; e trarão o seu nome gravado sobre as suas frontes1. A Sagrada Escritura acaba onde começou: no Paraíso. E as leituras deste último dia do ano litúrgico indicam-nos o fim do nosso caminhar aqui na terra: a Casa do Pai, nossa morada definitiva.
Mediante símbolos, o Apocalipse revela-nos a realidade da vida eterna, na qual serão satisfeitos os anelos do homem: a visão de Deus e a felicidade sem fim. São João descreve-nos nesta Leitura o que hão de encontrar aqueles que foram fiéis nesta vida: a água é o símbolo do Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho e é representado por um rio que brota do trono de Deus e do Cordeiro. O nome de Deus na fronte dos eleitos significa que eles pertencem a Deus2. No Céu já não haverá noite: não haverá necessidade de luz da lâmpada, nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumiará, e eles reinarão pelos séculos dos séculos3.
A morte dos filhos de Deus será somente um passo prévio, a condição indispensável para se reunirem com seu Pai-Deus e permanecerem com Ele por toda a eternidade. Junto dEle, já não haverá noite. À medida que formos crescendo no sentido da filiação divina, perderemos o medo à morte, porque iremos sentindo cada vez mais intensamente o desejo de encontrar-nos com o nosso Pai, que nos espera. Esta vida é somente um caminho para Ele; “por isso, é necessário viver e trabalhar no tempo abrigando no coração a nostalgia do Céu”4.
Muitos homens, no entanto, não têm no coração esta “nostalgia do Céu”, porque se consideram satisfeitos com a sua prosperidade e conforto material e sentem-se como se estivessem em casa própria e definitiva, esquecendo que não temos aqui morada permanente5 e que o nosso coração foi feito para os bens eternos. Encolheram o coração e encheram-no de coisas de pouco valor, que terão que deixar em breve.
Nós, os cristãos, amamos a vida e tudo o que nela encontramos de nobre: amizade, trabalho, alegria, amor humano. Não podemos, pois, surpreender-nos se, no momento em que tivermos que deixar este mundo, viermos a experimentar um certo temor e desassossego, pois o corpo e a alma foram criados por Deus para estarem unidos e a única experiência que temos é a deste mundo. No entanto, a fé dar-nos-á o consolo inefável de saber que a vida não é tirada, mas transformada; e, desfeito o nosso corpo terreno, é-nos dada no céu uma morada eterna6. Espera-nos a Vida.
Os filhos de Deus ficarão maravilhados ao verem na glória todas as perfeições de seu Pai, das quais tiveram apenas uma antecipação na terra. E sentir-se-ão plenamente em casa, na sua morada definitiva, no seio da Santíssima Trindade7.
Por isso, podemos exclamar: “Mas se nós não morremos! Mudamos de casa e nada mais. Com a fé e o amor, nós os cristãos temos esta esperança; uma esperança certa. A morte não é mais do que um até logo. Deveríamos morrer despedindo-nos assim: até logo!”8
II. OS SANTOS do Deus altíssimo receberão o reino e entrarão na sua posse por todos os séculos dos séculos9.
No Céu, tudo nos há de parecer inteiramente jovem e novo, de uma novidade tão impressionante que o antigo universo terá desaparecido como um livro que se enrola10. No entanto, não sentiremos estranheza. O Céu será a morada que mesmo o coração mais depravado sempre desejou no âmago do seu ser. Será a nova comunidade dos filhos de Deus, que terão alcançado por fim a plenitude da sua adoção. Estaremos com novos corações e vontades novas, com os nossos corpos transfigurados depois da ressurreição.
E esta felicidade em Deus não excluirá as relações pessoais genuínas. “No Céu há lugar para todos os amores humanos verdadeiros, autenticamente pessoais: o amor dos esposos, o amor entre pais e filhos, a amizade, o parentesco, a nobre camaradagem… Vamos todos caminhando pela vida e, à medida que os anos passam, são cada vez mais numerosos os seres queridos que nos esperam do outro lado da barreira da morte. Esta converte-se numa realidade menos temerosa, até alegre, quando vamos sendo capazes de perceber que é a porta do nosso verdadeiro lar, onde nos esperam aqueles que nos precederam marcados com o sinal da fé. O nosso lar comum não é um túmulo frio; é o seio de Deus”11.
Custa-nos imaginar o que será a nossa vida no Céu, em companhia do nosso Pai-Deus, porque nesta vida os pontos de referência que podemos achar são de uma pobreza desoladora. O Antigo Testamento descreve a vida no Céu evocando a terra prometida, onde não haverá sede e cansaço, mas superabundância de bens. Não padecerão fome, nem terão sede, e não os afligirão o calor nem o sol, porque Aquele que tem compaixão deles os governará e os levará às fontes das águas12. Jesus, em quem a Revelação chega à plenitude, insiste repetidas vezes nesta felicidade perfeita e interminável. A sua mensagem é de alegria e de esperança neste mundo e naquele que está por vir.
A alma e as suas potências, bem como o corpo depois da ressurreição, ficarão como que divinizados, sem que isso suprima a diferença infinita entre a criatura e o seu Criador.
Além de contemplarem a Deus tal como é em si mesmo, os bem-aventurados conhecem em Deus, de modo perfeitíssimo, as criaturas especialmente relacionadas com eles, e deste conhecimento obtêm também uma alegria imensa. São Tomás afirma que os bem-aventurados conhecem em Cristo tudo o que diz respeito à beleza e à integridade do mundo enquanto parte do universo. Por serem membros da comunidade humana, conhecem também tudo o que foi objeto do seu carinho ou interesse na terra. E, como criaturas elevadas à ordem da graça, têm um conhecimento claro das verdades da fé relativas à salvação: a encarnação do Senhor, a maternidade divina de Maria, a Igreja, a graça e os sacramentos13.
“Pensa como é grato a Deus Nosso Senhor o incenso que se queima em sua honra; pensa também quão pouco valem as coisas da terra que, mal começam, já acabam…
“Pelo contrário, um grande Amor te espera no Céu: sem traições, sem enganos: todo o amor, toda a beleza, toda a grandeza, toda a ciência…! E sem enjoar: saciar-te-á sem saciar”14.
III. NO CÉU, veremos a Deus e nEle teremos uma felicidade infinita, conforme a santidade e os méritos adquiridos nesta terra. Mas a misericórdia de Deus é tão grande, é tanta a sua generosidade, que quis que os seus eleitos encontrassem também no Céu um novo motivo de felicidade nos legítimos bens criados a que o homem aspira; é o que os teólogos chamam glória acidental.
Incluem-se nesta bem-aventurança a companhia de Jesus Cristo, a quem veremos glorioso e que reconheceremos depois de tantos momentos de conversa com Ele na nossa oração, depois de tantas Comunhões…, a companhia da Virgem Maria, nossa Mãe, de São José, dos Anjos – em particular do nosso Anjo da Guarda – e de todos os santos. Experimentaremos uma especial alegria ao encontrarmos aqueles que mais amamos na terra: pais, irmãos, parentes, amigos…, pessoas que influíram de uma maneira decisiva na nossa salvação…
Além disso, como cada homem, cada mulher, conserva a sua própria individualidade e as suas faculdades intelectuais, também seremos capazes de adquirir outros conhecimentos, servindo-nos das nossas potências15. Por isso, será motivo de alegria a chegada de novas almas ao Céu, o progresso espiritual das pessoas queridas que ficaram na terra, o fruto dos nossos trabalhos apostólicos ao longo da vida, a fecundidade sobrenatural das contrariedades e dificuldades enfrentadas no serviço ao Mestre… Esta glória acidental irá aumentando até o dia do Juízo final16. E depois do Juízo universal, acrescentar-se-á a tudo isso a posse do nosso corpo, ressuscitado e glorioso.
É bom e necessário fomentar a esperança do Céu: consola-nos nos momentos mais duros e ajuda-nos a manter firme a virtude da fidelidade. É tanto o que nos espera dentro de pouco tempo que se entendem muito bem as contínuas advertências do Senhor para que permaneçamos vigilantes e não nos deixemos envolver pelos assuntos da terra de tal maneira que esqueçamos os do Céu. No Evangelho da Missa17, o último do ano litúrgico, Jesus diz-nos: Velai, pois, para que não suceda que os vossos corações se embotem pelos excessos do comer e do beber, e pelos cuidados desta vida, e para que aquele dia não vos apanhe de surpresa… Vigiai, pois…, para que possais manter-vos de pé diante do Filho do homem.
Pensemos com freqüência nestas outras palavras do Senhor: Vou preparar-vos um lugar18. No Céu, temos a nossa casa definitiva, muito perto de Jesus e de sua Mãe Santíssima. Aqui estamos só de passagem. “E quando chegar o momento de rendermos a nossa alma a Deus, não teremos medo da morte. A morte será para nós uma mudança de casa. Virá quando Deus quiser, mas será uma libertação, o princípio da Vida com maiúscula. Vita mutatur, non tollitur (Prefácio I de defuntos) […]. A vida não nos é tirada, mas transformada. Começaremos a viver de um modo novo, muito unidos à Santíssima Virgem, para adorar eternamente a Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, que é o prêmio que nos está reservado”19.
Amanhã começa o Advento, o tempo da espera e da esperança. Esperemos Jesus permanecendo muito perto de Maria.
Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossa plataforma e em serviços de terceiros parceiros. Ao navegar pelo nosso site, você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade.