29 de Abril de 2022

2a Semana da Páscoa Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA – II SEMANA DA PÁSCOA

(branco, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Vós nos resgatastes, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações e fizestes de nós um reino e sacerdotes para o nosso Deus, aleluia! (Ap 5,9).

 

Oração do dia

 

– Concedei, ó Deus, aos vossos servos e servas a graça da ressurreição, pois quisestes que o vosso Filho sofresse por nós o sacrifício da cruz para nos libertar do poder do inimigo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 5,34-42

 

– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 34um fariseu chamado Gamaliel levantou-se no Sinédrio. Era mestre da Lei e todo o povo o estimava. Gamaliel mandou que os acusados saíssem por um instante. 35Depois disse: “Homens de Israel, vede bem o que estais para fazer contra esses homens. 36Algum tempo atrás apareceu Teudas, que se fazia passar por uma pessoa importante, e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens. Depois ele foi morto e todos os que o seguiam debandaram, e nada restou. 37Depois dele, no tempo do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, que arrastou o povo atrás de si. Contudo, também ele morreu e todos os seus seguidores se dispersaram. 38Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana será destruído. 39Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” E os membros do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel. 40Chamaram então os apóstolos, mandaram açoitá-los, proibiram que eles falassem em nome de Jesus, e depois os soltaram. 41Os apóstolos saíram do Conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus. 42E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e anunciar o evangelho de Jesus Cristo.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 27,1.4.13-14 (R: 4ab)

 

– Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.

R: Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.

 

– O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?

R: Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.

 

– Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo.

R: Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.

 

– Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!

R: Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus

(Mt 4,4).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 6,1-15

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

– Glória a vós, Senhor!  

 

Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

Santa Catarina de Sena, voz de Deus e doutora da Igreja

- por Pe. Alexandre

Padroeira
Santa Catarina de Sena é padroeira da Itália e da Europa.

Origens
Catarina nasceu em Siena, Itália, em 25 de março de 1347. Ela foi a 24ª filha de um tintureiro chamado Giacomo de Benincasa. Desde pequena dedicou sua infância a Deus. Fez parte da Ordem Terceira de São Domingos.

Chamado de Deus
Aos 7 anos, consagrou a Deus sua virgindade, juntamente a presença espiritual da Virgem Maria. Nessa época, ela já relatava visões nos seus momentos de oração.

Por volta dos 15 anos, por meio de um sonho, São Domingos apareceu-lhe, resultando na sua entrada para a Ordem Terceira Dominicana. A partir disso, ela intensificou suas orações, além da prática de jejuns e mortificações corporais constantes.

Atuando nos caminhos da Igreja
Por ser de uma família simples, Catarina aprendeu a ler e escrever já adulta, ainda assim com dificuldades. Não obstante, seus ensinamentos são encontrados na obra “O diálogo”, no qual é tratado a busca de Deus e do conhecimento da Verdade.

Ademais, escreveu mais de 380 cartas destinadas a anônimos, reis e papas, evangelizando por todo o território romano. Naquele momento, havia o cisma católico, e com isso, a Igreja era influenciada pela política francesa. Graças a essas cartas, ela conseguiu que o verdadeiro Papa, Urbano VI, assumisse o governo da Igreja e regressasse a Roma.

Amparo na Peste Negra
Nesse período, a Peste Negra assolou a Europa, fazendo um terço da população desse continente como vítimas. Diante dessa situação, Catarina saiu de sua clausura e se dedicou a cuidar dos doentes, também através de orações. Seu exemplo gerou a conversão de várias pessoas.

Passagem para a vida eterna
Ao final de sua vida, ela teve a graça de receber os estigmas de Cristo, ela uniu-se inteiramente a Ele. Seus últimos dias contaram com diversas provações. Instantes antes de sua morte falou: “Partindo do corpo eu, na verdade, consumi e entreguei a minha vida na Igreja e pela Igreja, que é para mim uma graça extremamente singular”. Catarina morreu em 29 de abril de 1380.

Oração oficial
Ó notável maravilha da Igreja, serva virgem, que por causa de suas extraordinárias virtudes e pelo que conseguistes para a Igreja e a Sociedade fostes aclamada e abençoada por todos.

Volte teu bondoso olhar para mim, que confiante na tua poderosa proteção pede com todo o ardor da afeição e suplica a ti que obtenha pelas tuas preces o favor que ardentemente desejo (dizer aqui a graça desejada).

Com tua imensa caridade recebestes de Deus os mais estupendos milagres e tornou-se a alegria e a esperança de todos nós que oramos a ti e rogamos ao teu coração tu recebestes do Divino Redentor.

Serva e virgem, demonstre de novo o seu poder e da sua caridade e o seu nome será novamente exaltado e abençoado e consiga para nós, a graça suplicada com a eficácia de sua intercessão junto a Jesus e ainda a graça especial de que um dia estejamos juntos no Paraíso em eterna alegria e felicidade. Amém.

A minha oração
Santa Catarina de Sena, vós que fostes instrumento de Deus para a Igreja e o povo, sendo admirada e um exemplo de vida dedicada a Deus, dai-nos a graça de nos mantermos perseverantes na fé transmitida pela Igreja e a buscar uma maior intimidade diária com nosso Amado; a fim de que um dia possamos contemplar a face Divina. Amém.”

Santa Catarina de Sena, rogai por nós!J]

Meditaçao

- por Pe. Alexandre

Jesus deu graças… (Jo 6,1-15)

 

É preciso contemplar as narrativas do Evangelho com mais demora, mais atenção aos detalhes. Afeitos à linguagem televisiva, que bombardeia nosso olhar com imagens que não duram 3 segundos, vamos perdendo a capacidade de contemplar. Ficamos, assim, na casca das coisas…

 

Nesta narrativa da multiplicação dos pães, distraídos com as quantidades e os impossíveis, deixamos de gravar um gesto de Jesus: ao tomar nas mãos os poucos pães, Jesus “dá graças”. No texto grego original do evangelista João, “eucharistésas”, um verbo com o mesmo radical de “Eucaristia”.

 

E por que motivo Jesus dá graças? Por cinco humildes pães de cevada (cf. Jo 6,9). Só isto?! Só isto…

 

Então, vamos esquecer o milagre que viria depois, os doze cestos de sobras, o espanto geral. Vamos deter-nos no detalhe que passa batido: na raiz do fenômeno, uma “ação de graças”.

 

Ora, nós talvez déssemos graças a Deus pela cura do câncer, pelo salvamento de um naufrágio, pelo prêmio da loteria. São coisas grandes! Situações que dão manchete. Mas dar graças por uma ninharia dessas?!

 

Aí está: perdemos a capacidade de agradecer pelo pouco. Pelo comum. Pelo trivial. Ou – para usar uma expressão do Evangelho – pelo pão de cada dia. Aqueles dons de todo dia não merecem nossa gratidão.

 

E quais são eles? A luz do sol… o ar que respiramos… a água da torneira… o beijo da mãe… o abraço do pai… a presença dos amigos… o emprego que ainda temos… o cafezinho do intervalo… o sorriso da recepcionista…

 

Todos estes pequenos milagres passam por nós como se fosse direitos adquiridos. Perderam o seu rosto de “dom”. Não há por que agradecer… Se fosse algo maior, mais caro, mais sensacional, talvez agradecêssemos. E sob a pele da ingratidão, a falta de fé!

 

Aprendi com Claude Rault que há dois tipos de fé: uma que brota dos sinais e outra que nasce da Palavra. A primeira é instável e imperfeita: quando o sinal falta ou não é bem traduzido, corre o risco de naufragar. A outra – que germina com a Palavra acolhida – é a fé que chegou ao cume da maturidade. Daí, a afirmação de Jesus: “Felizes os que creram sem ter visto!” (Jo 20,29) Bastou a Palavra para alicerçar a fé…

 

Pode ser que ainda esperamos de Deus um grande milagre, algo impossível às limitações da condição humana. Enquanto isso, não agradecemos os pequenos milagres de cada dia…

 

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