30 de Março de 2023

5 semana da quaresma- quinta- feira

- por Pe. Alexandre

QUINTA FEIRA DA V SEMANA DA QUARESMA
(roxo, pref. Paixão l – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Cristo é o mediador de uma nova aliança, para que, por meio de sua morte,
recebam os eleitos a herança eterna que lhes foi prometida (Hb 9,15).
Oração do dia
– Assisti, ó Deus, aqueles que vos suplicam e guardai com solicitude os que
esperam em vossa misericórdia, para que, libertos de nossos pecados,
levemos uma vida santa e sejamos herdeiros das vossas promessas. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Gn 17,3-9
– Leitura do livro do Gênesis: Naqueles dias, 3 Abrão prostrou-se com o rosto por
terra. 4 E Deus lhe disse: “Eis a minha aliança contigo: tu serás pai de uma
multidão de nações. 5 Já não te chamarás Abrão, mas o teu nome será Abraão,
porque farei de ti o pai de uma multidão de nações. 6 Farei crescer tua
descendência infinitamente. Farei nascer de ti nações, e reis sairão de ti.
7 Estabelecerei minha aliança entre mim e ti e teus descendentes para sempre;
uma aliança eterna, para que eu seja teu Deus e o Deus de teus descendentes.
8 A ti e aos teus descendentes darei a terra em que vives como estrangeiro, todo
o país de Canaã como propriedade para sempre. E eu serei o Deus dos teus
descendentes”. 9 Deus disse a Abraão: “Guarda a minha aliança, tu e a tua
descendência para sempre”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 105,4-5.6-7.8-9 (R: 8a)
– O Senhor se lembra sempre da Aliança!
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança!
– Procurai o Senhor teu Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face!
Lembrai as maravilhas que ele fez, seus prodígios e as palavras de seus
lábios!
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança!
– Descendentes de Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ele
mesmo, o Senhor, é nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança!
– Ele sempre se recorda da Aliança, promulgada a incontáveis gerações; da
Aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a Isaac.
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança!

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 8,51-59
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai que é amor!
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai que é amor!
– Oxalá ouvísseis hoje sua voz. Não fecheis os corações como em Meriba!
(Sl 94,8)
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai que é amor!
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 51 “Em verdade, em verdade vos digo:
se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte”. 52 Disseram então os
judeus: “Agora sabemos que tens um demônio. Abraão morreu e os profetas
também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra jamais verá a morte’.
53 Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu, como também os
profetas? Quem pretendes ser?” 54 Jesus respondeu: “Se me glorifico a mim
mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele
que vós dizeis ser o vosso Deus. 55 No entanto, não o conheceis. Mas eu o
conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso, como vós!
Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. 56 Vosso pai Abraão exultou, por ver
o meu dia; ele o viu, e alegrou-se”. 57 Os judeus disseram-lhe então: “Nem
sequer cinquenta anos tens, e viste Abraão!” 58 Jesus respondeu: “Em verdade,
em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou”. 59 Então eles
pegaram em pedras para apedrejar Jesus, mas ele escondeu-se e saiu do
Templo.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

São João Clímaco, em seu escondimento, atraiu tantos para Cristo

- por Pe. Alexandre

Origens
João nasceu na Síria em 579. Desde criança, demonstrou ser bem inteligente. Teve boa formação cristã e também literária. De família nobre e rica, com um futuro promissor na sociedade, ele preferia a simplicidade e a oração. Assim, aos 16 anos, sentiu-se chamado para a vida monástica eremítica.

 

Em busca do Monte Sinai
Foi para o Monte Sinai, onde havia vários mosteiros com comunidades monásticas vivas. No Monte Sinai, João se fez discípulo de um dos mestres mais conhecidos que habitava o mosteiro mais famoso da região. O mestre era conhecido como o ancião e venerável Raiuthi. No mosteiro, João destacou-se pelo amor à oração, aos sacrifícios, ao trabalho pesado e aos estudos.

Seriedade na vocação
João levou muito a sério o seu chamado para a vida monástica e sua vocação para uma vida reclusa, dedicada à oração, à solidão e à ascese. E era isso que João buscava, por meio da vida simples no mosteiro. Ele só saia das dependências do mosteiro quando precisava colher frutas, raízes e outros alimentos para si e para os monges. Além disso, ele só se encontrava com os outros monges nos finais de semana, quando faziam orações e celebrações coletivas.

São João Clímaco e a vida nos mosteiros do Monte Sinai

Contexto histórico
No século IV, as perseguições dos romanos contra os cristãos tinham terminado. Ao mesmo tempo, inúmeros mosteiros muito simples tinham sido construídos na região do Monte Sinai por muitos monges, que buscavam a vida de oração e de contemplação. Na época, esses mosteiros ficaram famosos por causa da hospitalidade dedicada aos peregrinos e pelas bibliotecas que guardavam manuscritos valiosos. Nesse ambiente, São João Clímaco viveu e atuou, tornando-se o maior dentre os monges que habitavam o Monte Sinai, o local onde Deus entregou a Moisés as Tábuas da Lei.

Conhecido no escondimento
Disse Jesus que “Não se acende uma lâmpada para colocá-la em baixo da mesa”. E isso aconteceu com São João Clímaco. Mesmo estando “escondido” no mosteiro procurando a solidão, os monges e, depois, o povo, o descobriram. Todos começaram a procurá-lo para pedir conselhos e orientação espiritual quando souberam que tratava-se de um homem santo e sábio. Assim, sua fama se espalhou. O povo atravessava o deserto para ouvi-lo, aprender com ele e pedir conselhos, bênçãos e orações.

Abade geral
Quando completou sessenta anos, São João Clímaco foi eleito unanimemente como o abade geral de todos os monges e eremitas que habitavam a serra onde se encontra o Monte Sinai.

Livro de São João Clímaco
Como abade, São João Clímaco escreveu bastante. Porém, apenas um livro seu se conservou. Trata-se de um livro importantíssimo e famoso, que alcançou grande divulgação na Idade Média. O livro é intitulado “Escada do Paraíso”. Foi por causa deste livro que São João recebeu o apelido de Clímaco. Trata-se de uma expressão grega que significa “aquele da escada”.

Os Trinta Degraus

Escada do Paraíso
Neste livro, São João Clímaco apresenta trinta degraus para subir até alcançar o estado de perfeição da alma. É como se fosse um manual. Nele, é apresentada toda a doutrina monástica, tanto para os noviços quanto para os monges. São João Clímaco descreve no livro “degrau por degrau”, mostrando as dificuldades que virão, como superá-las e a felicidade do Paraíso, que será alcançada no fim da escada, depois da morte, que é a passagem para a eternidade junto com Nosso Senhor Jesus.

Entrada no paraíso
São João Clímaco faleceu no dia 30 de março de 649. Faleceu como exemplo de vida, amado, venerado e admirado por todos os cristãos, tanto os do Oriente quanto os do Ocidente. Logo após sua morte, passou a ser celebrado pelos cristãos, no mesmo dia de sua morte, ou seja, de sua entrada no paraíso.

Minha oração
“Senhor Jesus, em meio a tantos barulhos e sentimentos, que eu e minha família consigamos encontrar o mais importante: a Sua vontade e Sua presença. Dá-nos essa graça. Amém.”

São João Clímaco, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Jamais provará a morte… (Jo 8,51-59)

Dentro da condição humana, a morte é experimentada como um fim
inevitável. Para muitos, ela é o fim de tudo. Todos os sonhos e as esperanças
humanas acabam por ela aniquilados. Esse destino tem como definição a
conhecida frase do Gênesis que fazia parte do ritual da Quarta-feira de Cinzas:
“Lembra-te, homem, que és pó e ao pó voltarás”. (Gn 3,19)
No entanto, a própria Escritura acena com a possibilidade de escapar à
morte, quando nos coloca em uma encruzilhada com uma escolha à nossa
disposição: “Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade, a morte e a
desgraça. Se obedeceres aos preceitos do Senhor teu Deus, […] viverás e te

multiplicarás. Se, porém, o teu coração se desviar e não quiseres escutar, […]
certamente perecereis”. (Dt 30,15-18)
Igualmente, o salmo que serve de pórtico para o saltério nos fala de dois
caminhos: a Lei do Senhor e o caminho dos maus: no primeiro, a árvore
sempre verde e carregada de frutos; no segundo, a palha seca que o vento
leva. (Sl 1)
É fácil interpretar estas passagens apenas do ponto de vista moral,
considerando a recompensa dos bons e o castigo dos maus. Mas elas seriam
mais tarde iluminadas pelas palavras de Jesus, neste Evangelho de São João:
“Se alguém guardar a minha palavra, jamais provará a morte”. (Jo 8,52)
A Palavra de Deus – isto é, o próprio Jesus Cristo – se autodefine como
“caminho, verdade e vida”. Se aderimos a ele, passamos pela barreira da morte
como quem se projeta na vida definitiva, quando já haverá “nem luto, nem
pranto, nem dor” (Ap 21,4), e a própria morte será obrigada a devolver os seus
mortos (cf. Ap 20,13).
A consoladora lição de Jesus é que a comunhão do homem com Deus
irá conduzi-lo à imortalidade. Por natureza, somente Deus é imortal [a-
thanatos], mas o homem que entra em simbiose com o Filho de Deus passa a
viver seu caráter imortalidade: “já não sou que vivo, é Cristo quem vive em
mim”. (Gl 2,20)
Na Igreja Católica, com o sacramento da Eucaristia – quando somos
alimentados pelo Corpo e pelo Sangue de Cristo -, esta promessa atinge seu
ponto mais alto. E não se trata de alguma interpretação piedosa, mas de uma
promessa ouvida da boca do próprio Senhor pelos primeiros apóstolos: “Se não
comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis
a vida em vós. Aquele que de mim se alimenta viverá por meio de mim”. (Jo
6,53.57)
Duas fontes de vida eterna: a Palavra de Deus e a Eucaristia.

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