31 de Janeiro de 2022

Quarta semana do tempo Comum Segunda-feira

- por Pe. Alexandre

SEGUNDA FEIRA – SÃO JOÃO BOSCO – SACERDOTE E FUNDADOR.

 (branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– Deixai vir a mim os pequeninos e não impeçais, diz o Senhor. O reino do céu pertence aos que parecem com eles (Mc 10,14).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que suscitastes são João Bosco para educador e pai dos adolescentes, fazei que, inflamados da mesma caridade, procuremos a salvação de nossos irmãos, colocando-nos inteiramente ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 2Sm 15,13-14.30; 16,5-13

– Leitura do segundo livro de Samuel: Naqueles dias, 13um mensageiro veio dizer a Davi: “As simpatias de todo o Israel estão com Absalão”. 14Davi disse aos servos que estavam com ele em Jerusalém: “Depressa, fujamos, porque, de outro modo, não podemos escapar de Absalão! Apressai-vos em partir, para que não aconteça que ele, chegando, nos apanhe, traga sobre nós a ruína, e passe a cidade ao fio da espada”. 30Davi caminhava chorando, enquanto subia o monte das Oliveiras, com a cabeça coberta e os pés descalços. E todo o povo que o acompanhava subia também chorando, com a cabeça coberta. 16,5Quando o rei chegou a Baurim, saiu de lá um homem da parentela de Saul, chamado Semei, filho de Gera, que ia proferindo maldições enquanto andava. 6Atirava pedras contra Davi e contra todos os servos do rei, embora toda a tropa e todos os homens de elite seguissem agrupados à direita e à esquerda do rei Davi. 7Semei amaldiçoava-o, dizendo: “Vai-te embora! Vai-te embora, homem sanguinário e criminoso! 8O Senhor fez cair sobre ti todo o sangue da casa de Saul, cujo trono usurpaste, e entregou o trono a teu filho Absalão. Tu estás entregue à tua própria maldade, porque és um homem sanguinário”. 9Então Abisai, filho de Sarvia, disse ao rei: “Por que há de este cão morto continuar amaldiçoando o senhor, meu rei? Deixa-me passar para lhe cortar a cabeça”. 10Mas o rei respondeu: “Não te intrometas, filho de Sarvia! Se ele amaldiçoa e se o Senhor o mandou maldizer a Davi, quem poderia dizer-lhe: ‘Por que fazes isto?’”. 11E Davi disse a Abisai e a todos os seus servos: “Vede: Se meu filho, que saiu das minhas entranhas, atenta contra a minha vida, com mais razão esse filho de Benjamim. Deixai-o amaldiçoar, conforme a permissão do Senhor. 12Talvez o Senhor leve em conta a minha miséria, restituindo-me a ventura em lugar da maldição de hoje”. 13aE Davi e seus homens seguiram adiante.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 3,2-3.4-5.6-7 (R: 7b)

 

– Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!
R: Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!

– Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam; quanta gente se levanta contra mim! Muitos dizem, comentando a meu respeito: “Ele não acha a salvação junto de Deus!”

R: Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!

– Mas sois vós o meu escudo protetor, a minha glória que levanta minha cabeça! Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor, do Monte santo ele me ouviu e respondeu.

R: Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!

– Eu me deito e adormeço bem tranquilo; acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento. Não terei medo de milhares que me cerquem e furiosos se levantem contra mim. Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!

R: Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo, aleluia

(Lc 7,16)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 5,1-20

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 1Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2Logo que saiu da barca, um homem possuído por um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi a seu encontro. 3Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4Muitas vezes tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo. 5Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes! 8Com efeito, Jesus lhe dizia: “Espírito impuro, sai desse homem!” 9Então Jesus perguntou: “Qual é o teu nome?” O homem respondeu: “Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos”. 10E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região. 11Havia aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. 12O espírito impuro suplicou, então: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles”. 13Jesus permitiu. Os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. E toda a manada — mais ou menos uns dois mil porcos — atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. 14Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. 15Elas foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, aquele mesmo que antes estava possuído por Legião. E ficaram com medo. 16Os que tinham presenciado o fato explicaram-lhes o que havia acontecido com o endemoninhado e com os porcos. 17Então começaram a pedir que Jesus fosse embora da região deles. 18Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. 19Jesus, porém, não permitiu. Entretanto, lhe disse: “Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20E o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São João Bosco

- por Pe. Alexandre

Nasceu perto de Turim, na Itália, em 1815. Muito cedo conheceu o que significava a palavra sofrimento, pois perdeu o pai tendo apenas 2 anos. Sofreu incompreensões por causa de um irmão muito violento que teve. Dom Bosco quis ser sacerdote, mas sua mãe o alertava: “Se você quer ser padre para ser rico, eu não vou visitá-lo, porque nasci na pobreza e quero morrer nela”.

Logo, Dom Bosco foi crescendo diante do testemunho de sua mãe Margarida, uma mulher de oração e discernimento. Ele teve que sair muito cedo de casa, mas aquele seu desejo de ser padre o acompanhou. Com 26 anos de idade, ele recebeu a graça da ordenação sacerdotal. Um homem carismático, Dom Bosco sofreu. Desde cedo, ele foi visitado por sonhos proféticos que só vieram a se realizar ao longo dos anos. Um homem sensível, de caridade com os jovens, que se fez tudo para todos. Dom Bosco foi ao encontro da necessidade e da realidade daqueles jovens que não tinham onde viver, necessitavam de uma nova evangelização, de acolhimento. Um sacerdote corajoso, mas muito incompreendido. Foi chamado de louco por muitos devido à sua ousadia e à sua docilidade ao Divino Espírito Santo.

Dom Bosco, criador dos oratórios, e por meio destes as catequeses e orientações profissionais foram surgindo para os jovens. Enfim, Dom Bosco era um homem voltado para o céu e, por isso, enraizado com o sofrimento humano, especialmente dos jovens. Grande devoto da Santíssima Virgem Auxiliadora, foi um homem de trabalho e oração. Exemplo para os jovens, foi pai e mestre, como encontramos citado na liturgia de hoje. São João Bosco foi modelo, mas também soube observar tantos outros exemplos. Fundou a Congregação dos Salesianos dedicada à proteção de São Francisco de Sales, que foi o santo da mansidão. Isso que Dom Bosco foi também para aqueles jovens e para muitos, inclusive aqueles que não o compreendiam.

Para a Canção Nova, para a Igreja e para todos nós, é um grande intercessor, porque viveu a intimidade com Nosso Senhor. Homem orante, de um trabalho santificado, em tudo viveu a inspiração de Deus. Deixou uma grande família, um grande exemplo de como viver na graça, fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em 31 de janeiro de 1888, tendo se desgastado por amor a Deus e pela salvação das almas, ele partiu, mas está conosco no seu testemunho e na sua intercessão.

São João Bosco, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Manda-nos para os porcos! (Mc 5,1-20)

 

Este foi o pedido que os demônios fizeram a Jesus, ao perceberem que seriam expulsos do infeliz possesso que morava entre os túmulos. Toda vez que comento este Evangelho, sou tentado a ironizar aqueles teólogos que traduzem como epilepsia os casos de possessão citados na vida de Jesus. É que, se assim fosse, estaríamos diante de uma desconhecida epilepsia suína (sic), pois os demônios logo foram transferidos para o rebanho de porcos, que se projetou no abismo do mar. Desta vez, porém, não serei cáustico…

 

A lição evidente nesta cena do Evangelho é a extrema dependência que os demônios experimentam em relação a Deus. Eles até precisam de uma “autorização” para mudarem de pousio. Atanásio de Alexandria [295-374 d.C.] ensina que “o diabo não tem autoridade nem mesmo sobre os porcos, pois os demônios suplicaram ao Senhor, dizendo: ‘permita que entremos nos porcos’. Se eles não têm autoridade nem mesmo sobre os porcos, com muita mais razão não a terão contra o homem”.

 

Para o mestre espiritual, nós não devemos temer as sugestões do maligno, pois as orações, os jejuns e a fé no Senhor logo os lançam por terra. Vencidos, eles não desanimam, retornam sempre com trapaças e confusões. Mesmo assim, não devemos temê-los, pois “foram reduzidos a escorpiões e serpentes para que nós, cristãos, os calquemos a nossos pés”.

 

Nós não somos porcos – animais que o povo da Bíblia considerava como o símbolo máximo de impureza. O coração do homem não foi criado para ser a pousada de maus espíritos. O coração do batizado é um templo onde habita o Espírito Santo. Somente o próprio fiel, santificado pelo Batismo, pode abrir suas portas para eventual invasão dos demônios.

 

Daí a lição de Atanásio: “Assim sendo, é somente a Deus que devemos temer; aos demônios, é preciso desprezar. Eles fazem tudo para não serem calcados a nossos pés. Eles conhecem, de fato, a graça que o Salvador concedeu contra eles aos fiéis, quando ele disse: ‘Eis que vos dei o poder de calcar aos pés serpentes, escorpiões e toda potência do inimigo’”. (Lc 10,19)

 

A pedagogia cristã – a começar pelos pais – deveria insistir mais na habitação divina em cada batizado. As crianças, desde a idade da razão, deveriam ser despertadas para a presença íntima do Espírito Santo em seu coração. E não haveria mais possessos entre nós…

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