31 de Julho de 2022
18a Semana do Tempo Comum. Domingo
- por Pe. Alexandre
DOMINGO – XVIII SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio – II semana do saltério)
Antífona da entrada
– Meu Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais (Sl 69,2,6).
Oração do dia
– Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Ecl 1,2;2,21-23
– Leitura do livro do Eclesiastes – 2‘Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes,
vaidade das vaidades! Tudo é vaidade.’ 2,21Por exemplo: um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso, vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou. Também isso é vaidade e grande desgraça. 22De fato, que resta ao homem de todos os trabalhos e preocupações que o desgastam debaixo do sol? 23Toda a sua vida é sofrimento, sua ocupação, um tormento. Nem mesmo de noite repousa o seu coração. Também isso é vaidade.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 90,3-6.12-14 (R: 1)
– Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.
– Vós fazeis voltar ao pó todo mortal quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.
– Eles passam como o sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: de manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca.
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.
– Ensinai-nos a contar os nossos dias e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.
– Saciai-nos de manhã com vosso amor, e exultaremos de alegria todo o dia! que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza! Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.
R: Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.
2ª Leitura: Cl 3,1-5.9-11
– Leitura da segunda carta de são Paulo aos Colossenses – Irmãos, 1Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; 2aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória. 5Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria. 9Não mintais uns aos outros. Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir 10e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu Criador, em ordem ao conhecimento.
11Aí não se faz distinção entre grego e judeu, circunciso e incircunciso,
inculto, selvagem, escravo e livre, mas Cristo é tudo em todos.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 12,13-21
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo: 13Alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: ‘Mestre,
dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.’ 14Jesus respondeu:
‘Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?’ 15E disse-lhes: ‘Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens.’ 16E contou-lhes uma parábola: ‘A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19Então poderei dizer a mim mesmo: – Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ 20Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ 21Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus.’
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Santo Inácio de Loyola
- por Pe. Alexandre
Neste dia, celebramos a memória deste santo que, em sua bula de canonização, foi reconhecido como tendo “uma alma maior que o mundo”.
Inácio nasceu em Loyola na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa (era o mais novo de doze irmãos), ao ponto de receber com 14 anos a tonsura, mas preferiu a carreira militar e, assim como jovem valente, entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores. Aconteceu que, durante a defesa do castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna, precisando assim ficar paralisado por um tempo; desse mal Deus tirou o bem da sua conversão, já que, depois de ler a vida de Jesus e alguns livros da vida dos santos, concluiu: “São Francisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. São Domingos fez isso, pois eu tenho também de o fazer”.
Realmente ele fez como os santos o fizeram e levou muitos a fazerem “tudo para a maior glória de Deus”, pois pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus “famosos” exercícios espirituais e, logo depois de estudar Filosofia e Teologia, lançou os fundamentos da Companhia de Jesus.
A instituição de Inácio, iniciada em 1534, era algo novo e original, além de providencial para os tempos da Contrarreforma. Ele mesmo esclarece: “O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo”.
Com Deus, Santo Inácio de Loyola conseguiu testemunhar sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura de salvar almas e o seu amor a Jesus. Foi para o céu com 65 anos; e lá intercede para que nós façamos o mesmo agora “com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade”, repetia.
Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!
Meditaçao
- por Pe. Alexandre
Para quem ficará o que acumulaste? (Lc 12,13-21)
Alguém que se sente prejudicado pelo próprio irmão, em uma questão de herança, pede a mediação de Jesus. Para nosso espanto, Jesus se esquivou e ficou de fora da questão. Mas valeu-se da oportunidade para nos dar uma lição de vida.
É a parábola do “rico insensato” – sinônimo de “louco” – que gasta seu tempo em acumular bens materiais dos quais não chegará a gozar, pois sua morte é iminente.
Quem comenta é o monge André Louf: “É que a vida do homem não está em suas riquezas. Jesus insiste nisso. Estas riquezas aqui de baixo, a morte as ameaça incessantemente. Desde o seu interior, elas são roídas, minadas pela morte. Do lado de fora, à medida que o homem avança em idade, a sombra da morte se projeta sobre elas. E o homem que se apega às suas riquezas, que nelas se enraíza e se apega, abraça desde já a morte que elas carregam em si mesmas. Ele recebe delas um gosto de morte em sua boca e em seu coração, pois ali onde está o teu tesouro, ali está o teu coração, tanto faz ser pobre ou rico”.
Se assim é – para desgosto dos financistas e economistas -, onde está, então, a vida do homem? Que é que pode dar sentido à sua vida?
Continua André Louf: “A verdadeira vida do homem está em outra parte. Não se trata de acumular para si mesmo, egoisticamente, mas de ser rico em Deus. É para uma outra abundância, para outras riquezas, para uma vida diferente, que Jesus orienta o olhar de seu discípulo: ser rico, em Deus, de um tesouro que o tempo não ameaça, que a vida não corrói, que o ladrão não pode roubar; trata-se de uma vida que sobrevive à morte visível, que se projeta além deste tempo e que, neste mesmo instante, já é vida eterna”.
Ninguém deveria admirar-se disso. Basta levar em conta o exemplo de tantos convertidos – como Francisco de Assis, Charles de Foucauld e tantos outros – que, ao se encontrarem com Jesus, imediatamente abriram mãos de seus recursos materiais para viverem exclusivamente do grande amor que acabavam de encontrar…
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