31 de Março de 2023

5 semana da quaresma- Sexta- feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA DA V SEMANA DA QUARESMA
(roxo, pref. Paixão I – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Tende piedade de mim, Senhor, a angustia me oprime. Libertai-me das mãos
dos inimigos e livrai-me daqueles que me perseguem. Não serei confundido,
Senhor, porque vos chamo (Sl 30,10.16.18).
Oração do dia
– Perdoai, ó Deus, nós vos pedimos, as culpas do vosso povo. E, na vossa
bondade, desfazei os laços dos pecados que em nossa fraqueza cometemos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Jr 20,10-13
– Leitura do livro do profeta Jeremias: 10 Eu ouvi as injúrias de tantos homens e
os vi espalhando o medo em redor: “Denunciai-o, denunciemo-lo”. Todos os
amigos observam minhas falhas: “Talvez ele cometa um engano e nós
poderemos apanhá-lo e desforrar-nos dele”. 11 Mas o Senhor está ao meu lado,
como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão vencidos. Por não
terem tido êxito, eles se cobrirão de vergonha. Eterna infâmia, que nunca se
apaga! 12 Ó Senhor dos exércitos, que provas o homem justo e vês os
sentimentos do coração, rogo-te me faças ver tua vingança sobre eles; pois eu
te declarei a minha causa. 13 Cantai ao Senhor, louvai ao Senhor, pois ele salvou
a vida de um pobre homem das mãos dos maus.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 18,2-3a.3bc-4.5-6.7 (R: 7)
– Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.
R: Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.
– Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, minha rocha, meu refúgio e
Salvador!
R: Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.
– Meu Deus, sois o rochedo que me abriga, minha força e poderosa salvação,
sois meu escudo e proteção: em vós espero! Invocarei o meu Senhor: a ele a
glória! e dos meus perseguidores serei salvo!
R: Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.
– Ondas da morte me envolveram totalmente, e as torrentes da maldade me
aterraram; os laços do abismo me amarraram e a própria morte me prendeu
em suas redes!
R: Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.

– Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e elevei o meu clamor para meu
Deus; de seu Templo ele escutou a minha voz, e chegou a seus ouvidos o meu
grito!
R: Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 10,31-42
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai que é amor!
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai que é amor!
– Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavra de vida eterna!
(Jo 6,63.68)
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai que é amor!
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 31 os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. 32 E ele lhes
disse: “Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me
quereis apedrejar?” 33 Os judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por
causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um
homem, tu te fazes Deus!” 34 Jesus disse: “Acaso não está escrito na vossa Lei:
‘Eu disse: vós sois deuses’? 35 Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei
chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, 36 por que
então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a
quem o Pai consagrou e enviou ao mundo? 37 Se não faço as obras do meu Pai,
não acrediteis em mim. 38 Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar
em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai
está em mim e eu no Pai”. 39 Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele
escapou das mãos deles. 40 Jesus passou para o outro lado do Jordão, e foi para
o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. 41 Muitos foram ter
com ele, e diziam: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a
respeito deste homem, é verdade”. 42 E muitos, ali, acreditaram nele.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

São Benjamim, o santo torturado com farpas embaixo das unhas

- por Pe. Alexandre

Origem
Nasceu na Pérsia no ano 394. E, logo que evangelizado, engajou-se na igreja e descobriu a sua vocação ao diaconato. “Para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fl 1,21). Jovem mártir da igreja, São Benjamim encarnou na vida as palavras do apóstolo Paulo aos filipenses, dando a sua vida pelo evangelho e conversão das almas.

 

Vida
Naquela época, tensões políticas e religiosas, entre o rei persa e o domínio romano, desencadearam numa grande perseguição aos cristãos que durou cerca de três anos. O diácono Benjamim, cuja atividade e influência desagradaram ao rei Isdeberg, foi espancado e preso.

Ardor apostólico
Benjamim era um jovem com muito ardor apostólico e amor pelas almas. Exímio pregador, falava com eloquência levando muitos a se converterem, inclusive sacerdotes persa de uma seita pagã. Durante o período de um ano de encarceramento, dedicou-se à oração, à meditação e à escrita.

São Bejamin: santidade e martírio

A Prisão e Negociação
Do lado de fora da prisão, ocorriam negociações para restabelecer a paz entre o rei persa e o embaixador de Roma. O embaixador pediu a liberdade de Benjamim. O rei consentiu, mas impôs a condição do diácono prometer não voltar a exercer o seu ministério entre os magos e sacerdotes da religião persa. Benjamim declarou que nunca fecharia aos homens as fontes da graça divina, nem deixaria de fazer brilhar diante dos seus olhos a verdadeira luz – disse ainda: “de outra forma, eu próprio incorreria nos castigos que o Mestre reserva aos servos que enterram o seu talento”. Mesmo assim, foi posto em liberdade sob fiança do embaixador romano.

O Retorno ao serviço a Deus
Com a alegria singular daqueles que fazem o encontro pessoal com Jesus, Benjamim, agora em liberdade, rapidamente colocou-se a servir o Senhor e a anunciar o evangelho. Muitos sinais foram realizados por meio dele: cegos voltaram a ver, leprosos foram curados e muitas pessoas se converteram.

Confrontou o Rei
Logo que Isdeberg, o rei persa, ficou sabendo das atividades de Benjamim, ele o intimou para estar na presença dele e, desta vez, ordenou-lhe que adorasse o sol e o fogo. O diácono respondeu: “faz de mim o que quiseres, mas eu nunca renegarei o Criador do Céu e da terra, para prestar culto a criaturas perecedouras”. E, corajosamente, confrontou o rei indagando: “Que juízo farias de um súdito que prestasse a outros senhores a fidelidade que te é devida a ti?”.

Farpas embaixo das unhas
Furioso, Isdeberg ordenou que o torturassem em lugar público e, enquanto enfiavam farpas embaixo das unhas e em outras partes sensíveis do corpo, o impeliam a negar a sua fé. Como persistiu em não negar a Cristo, aplicaram-lhe o suplício da empalação. Por volta do ano 424, morre São Benjamim, martirizado por anunciar e testemunhar Cristo.

Minha oração
“Senhor Jesus, aos 30 anos Benjamim teve a coragem de sofrer e morrer por Ti. Dá-me essa graça, se preciso for. Amém.”

São Benjamim, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Pretendes ser Deus? (Jo 10,31-42)

Jesus de Nazaré, o filho do carpinteiro, acaba de dizer que “seu Pai” é
maior que todos. E afirma diante da multidão, em pleno pórtico de Salomão:
“Eu e o Pai somos um”. (Jo 10,29-30) Os judeus entendem isto como uma
blasfêmia, uma pretensão inaceitável, e pegam pedras para lapidar o pregador
herético.

Estamos diante de um ponto central da fé cristã. Trata-se da pessoa de
Jesus Cristo. É apenas um homem iluminado? É um profeta como tantos
outros? É um mero agitador das massas? É um possível líder capaz de
capitanear uma revolta contra os dominadores romanos? Seria um curandeiro
como tantos outros de seu tempo? É um desequilibrado mental, como
chegaram a pensar alguns de seus parentes? (cf. Mc 3,21)
Aqui se apresenta a cada pessoa a ocasião de fazer uma escolha em
relação a Jesus. Se é apenas um homem, sua pretensão de “ser um” com
Deus merece repulsa. Mas se é de fato o Filho do Pai, o ato de fé se oferece a
cada um de nós. É diante desta encruzilhada que se posicionam os
evangelistas do primeiro século.
São Marcos abre desta forma o seu texto: “Início do Evangelho de Jesus
Cristo, Filho de Deus”. (Mc 1,1) E ao longo de sua narrativa, ele nos apresenta
aqueles que se interrogam a esse respeito: “Quem é este, a quem obedecem
até o vento e o mar?” (Mc 4,41) E o próprio espírito maligno a testemunhar aos
gritos: “Tu és o Filho de Deus!” (Mc 3,11)
São Mateus registra, no batismo do Jordão, uma cena de identificação
quando a voz do Pai afirma sobre Jesus: “Este é o meu Filho amado; nele está
o meu agrado”. (Mt 3,17) E o episódio da transfiguração iria confirmar esta
revelação: “Este é o meu Filho amado… Escutai-o!” (Mt 17,5)
Em seu magnífico Prólogo, o evangelista João usa de extrema clareza:
“Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e esta na intimidade do
Pai, foi quem o deu a conhecer”. (Jo 1,18)
Tudo isto, porém, seria insuficiente, creio, se o próprio Jesus não
vivesse com o Pai uma relação filial. Ele usa de uma pequena palavra
aramaica – Abbá – para se dirigir a Deus. Trata-se de um diminutivo afetivo
típico de uma criança que mal começa a falar, com certeza a mesma
expressão que Jesus dirigia a José. É um termo de máxima intimidade,
absolutamente fora de cogitação em uma sociedade onde Deus era visto como
distante, separado por um véu espesso, escondido na nuvem e invocado como
“Senhor dos exércitos”. Por isso mesmo, na única oração que ele nos ensinou,
começa por chamar a Deus de “Pai nosso” …

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