Criando laços permanentes

Na relação com nossos filhos, precisamos transformar aquela queixa que fica ali ruminando em um pedido explícito. Se conseguirmos essa alteração, tudo pode mudar. As revisões comportamentais precisam ser claras e – para que a intervenção do limite seja efetiva – é necessário saber constituir primeiramente um laço. Não existe filho que suporte limite, se não houver um laço. Este laço pode ser criado das formas mais diversas possíveis. Mas não é o menino ou menina que precisam vir e, sim, os pais que devem ir até ao seu filho. Com o laço criado, você poderá fazer com mais chances de êxito a intervenção do limite.
Para dar limite, jamais é necessária uma intervenção com o uso de força física, uma vez que esta provoca mais uma atitude de vingança do que uma mudança de comportamento. O mais importante é o filho saber que os pais se importam com ele, mesmo que em um primeiro momento resista a uma chamada comportamental. O limite é uma forma de o filho se sentir amado, se sentir visto. Nota-se que muitos problemas de autoestima são causados porque as crianças se sentem invisíveis. O que elas falam e trazem para compartilhar, parecem não importar.
Sendo o seu filho uma criança, adolescente, jovem ou mesmo adulto, coloque respostas construtivas e ativas e observe se seu filho não te escutará. Virou uma comodidade o pai dizer: “ele não me ouve”. Ou a mãe afirmar: “eu já não consigo mais o alcançar”. Temos que desconstruir tais crenças. Na verdade, o que fica dessa vida – ainda que hoje se apregoe a cultura do provisório – é a cultura do permanente. E no permanente você precisa ter o seu filho perto, porque a sua voz será ecoada de maneira infinita.
De fato, precisamos nos questionar sobre o que nós temos dito aos nossos filhos e como nós temos educado os nossos filhos.
Quando as palavras parecem não resolver, paremos com tudo. Quando a confusão estiver muito grande em casa, constitua um lugar de oração. Separe um cantinho, por mais simples que seja, onde se possa ler a bíblia e ter uma imagem. E, ainda, quando a psicologia não servir para nada, afinal ela é limitada, podemos sempre olhar para o alto.

Texto: Dra. Patrícia Ragone

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