I – Domingo da Quaresma | Homilia dominical – Padre Alexandre Fernandes (01/03/2020)

Nessa Quaresma, Jesus está no deserto, tentado por satanás. A primeira tentação é sobre identidade e necessidade básica. “Se és o filho de Deus transforme pedras em pães”. Jesus é Deus e tem consciência disso. Responde que nem só de pão vive o homem. Nós também às vezes somos desafiados nas necessidades mais básicas da vida, mas não podemos deixar de ser o que somos por causa disso. Na segunda tentação satanás quer por Deus à prova (“Se és filho de Deus joga-te daqui abaixo”). Quantas vezes colocamos Deus à prova. “Se és Deus, realiza isso pra mim, me cura dessa doença”.
A última tentação é a da soberba. O diabo dá a visão de todos os reinos da terra, como se fossem dele (“Eu te darei tudo isso”). Jesus coloca Deus no lugar Dele, o que muitas vezes não fazemos. Colocamos Deus fora de lugar, ou no mesmo nível de pessoas ou coisas. Deus deixa de ser nosso primeiro amor, o mais absoluto da nossa vida. Jesus diz: “Adorarás o Senhor, teu Deus”. Devemos adorar, não idolatrar, pois idolatria se rompe. Se idolatrarmos o outro, um dia conhecemos suas misérias; se idolatramos coisas, em determinado momentos elas saem do nosso controle; se idolatramos nossa própria imagem, a qualquer hora ela pode se quebrar.
As tentações têm três níveis: o externo, o do desejo (que Jesus não teve) e o do realizar. Pensamento não é bom nem é mal, depende do que fazemos com ele. Peçamos ao Senhor que nos livre dos maus pensamentos, atos e palavras. Podemos vencer as tentações participando sem distrações da celebração eucarística, com os tesouros espirituais que a igreja nos dá e com a humildade do arrependimento. Às vezes achamos que estamos revisitando os pecados, mas estamos subindo, ressignificando a vida. Podemos tropeçar até em pedras pequenas, o importante é levantar, reerguer. A Quaresma nos convida a três exercícios espirituais: a oração, que nos eleva; o combate a si mesmo através do jejum, que é o autocontrole; e a caridade, que não é dar ao outro o que nos sobra, mas se fazer presente na necessidade material do outro. A Quaresma é um movimento para cima, para dentro e para os lados (os outros).

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