Memória de São Pedro Julião Eymard

Celebramos hoje a memória de São Pedro Julião Eymard, conhecido como o apóstolo da Eucaristia, devido ao seu grande Amor ao Santíssimo Sacramento do Altar. Filho de Julião Eymard e Maria Madalena, Pedro veio ao mundo em 4 de fevereiro de 1811. Na igreja paroquial da cidade havia o piedoso costume da bênção com o Santíssimo Sacramento, depois da Missa diária. Sua mãe não faltava um dia sequer e oferecia devotamente o filho a Jesus nessa hora. Assim, a presença de Cristo no ostensório e no sacrário lhe foi familiar desde muito cedo.
Conta-se que ele em certa ocasião foi encontrado pela irmã, quando tinha apenas cinco anos de idade, sentado numa escada atrás do altar, com o corpo inclinado e a fronte quase encostada no sacrário. Ao vê-lo ela perguntou: – O que faz você aqui? Ele respondeu com candura: – apenas converso com Jesus. Ainda não sabia este prematuro devoto do Santíssimo Sacramento a grande missão que a Providência lhe tinha reservado e quão cheia de lutas, mas também de glórias, seria a vida que o aguardava.
Seu pai tinha uma pequena indústria de azeite de nozes. O jovem o ajudava, entregando aos clientes o produto. Mas sentia-se tão atraído por Jesus no tabernáculo que, passando pela igreja, sempre ia fazer-Lhe uma visita. E quando a irmã chegava em casa depois de participar da Santa Missa, procurava ficar bem junto dela, para sentir a presença eucarística em sua
alma.
Aos doze anos de idade, finalmente deu-se o momento tão esperado de sua Primeira Comunhão. Quantas graças recebeu naquele dia! Uma delas foi a de sentir na alma o chamado ao sacerdócio. Mas quando falou ao pai do seu firme desejo de seguir essa vocação, recebeu como resposta uma categórica negativa. A mãe, do seu lado, calava e rezava, sem perder as esperanças de ver o filho junto ao altar. Foi apenas depois de completar dezoito anos, não sem muitas dificuldades que conseguiu convencer o pai de permitir seu ingresso no noviciado dos Missionários Oblatos de Maria
Imaculada.
Em 20 de julho de 1834, festa de Santo Elias, recebia a ordenação sacerdotal, aos 23 anos de idade. Durante os primeiros cinco anos de ministério, foi pároco e como autêntico pastor, tinha por
meta santificar-se e santificar “suas ovelhas”, seguindo os métodos de outro santo pároco, o Cura d’Ars, do qual era grande amigo. Diariamente rezava o Ofício Divino na igreja e depois saía para o átrio a fim de conversar com os fiéis. Dotado de um forte carisma para atrair, instruía e animava a todos, obtendo notáveis conversões.

Aquele jovem sacerdote cheio de zelo pela causa de Deus notava o quanto a sociedade de sua época se afastava de Cristo e de Sua Igreja, e ardia em desejo de fazer algo para reverter essa situação. Em 1851, quando rezava diante da imagem da Virgem Santíssima, ouviu com clareza no fundo da alma a voz de Nossa Senhora, que lhe expunha a necessidade de haver uma congregação
religiosa destinada a honrar de modo especial a Sagrada Eucaristia, e apontava esta devoção como meio de solucionar os problemas nos quais imergia o mundo, renovar a vida cristã e promover a autêntica formação de sacerdotes e leigos. “É preciso pôr-se imediatamente à obra, salvar as almas com a Eucaristia, despertar a França e a Europa, submersas no sono da indiferença, porque não conhecem o dom de Deus, Jesus, o Emanuel da Eucaristia. É preciso espalhar esta centelha do amor nas almas tíbias que se julgam piedosas e não o são, porque não fixaram o centro de suas vidas em Jesus no tabernáculo”. “Nós não pregamos senão a Jesus Cristo, e Jesus Cristo Sacramentado”, repetia insistentemente.

Assim, no início de junho de 1863, com aprovação do Papa Pio IX, é fundada a Congregação do Santíssimo Sacramento, cuja principal missão é promover a adoração eucarística. Ardia em seu coração o enorme desejo de incendiar o mundo com o fogo d’Aquele que está presente em cada sacrário. Era preciso tirá-Lo dali, expô-Lo, prestar-Lhe adoração,
reconhecendo ser Ele o único capaz de sanar todos os problemas, tanto dos indivíduos quanto da sociedade.

Em seu desejo de levar as almas à Sagrada Eucaristia, fundou também a Congregação das Servas do Santíssimo Sacramento, contemplativas dedicadas à Adoração Perpétua, e uma espécie de Ordem Terceira, à qual deu o nome de Agregação do Santíssimo Sacramento. Que, a exemplo de São Pedro Julião, possamos também nós fazer todos os dias uma visita a Jesus sacramentado, oferecendo-lhe um pouco da nossa pobre companhia, a Ele que fez questão de prolongar e renovar diariamente sobre os nossos altares a graça do seu sacrifício redentor.

Graças e louvores se dêem a todo momento ao Santíssimo e diviníssimo Sacramento!
São Pedro Julião Eymard, rogai por nós.

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