O Belém em nossa alma
Quantas vezes já invocamos, com o coração ou com os lábios: “Veni, Domine Iesu”? Saboreemos essa frase da Escritura, que a liturgia aplica à expectativa do nascimento de Cristo: Enviai, céus, o orvalho, e que as nuvens chovam o justo; que a terra se abra e faça germinar o Salvador. O firmamento rasgou-se há vinte séculos para a chegada do Redentor ao mundo, e o mesmo acontece cada dia, quando Jesus se aproxima de nós com a sua presença sacramental na Sagrada Eucaristia. Cabe-nos, portanto, a cada uma e a cada um de nós, abrir o coração de par em par para que se impregne desse orvalho divino que nos quer tornar eficazes. Por isso, a melhor maneira de nos prepararmos para a vinda espiritual de Cristo no próximo Natal consiste em prepararmos bem o nosso corpo e a nossa alma para recebê-lo cada dia com um novo fervor na Sagrada Comunhão. Como é que vamos desfiando estes dias? Como é que desejamos que a humanidade acolha o Senhor? Aproveitamos as luzes e a ornamentação das ruas para pedir que Deus obtenha a resposta que merece?
Vamos aproveitar esta última semana para construir com o coração um presépio para o nosso Deus.
Ao meditar no extraordinário acontecimento que comemoramos, o Papa convida a pensar que o cumprimento da palavra que se inicia na noite de Belém é, ao mesmo tempo, imensamente maior e – do ponto de vista do mundo – mais humilde do que aquilo que a palavra profética permitia intuir. Isaías e todos os profetas só entreviram o que aconteceria no Natal. O cumprimento daquela palavra contém uma força muito maior, incomensurável, porque, com a encarnação e o nascimento do Verbo, foi vencida a distância entre Deus e o homem. Deus não somente se inclinou para a terra, como dizem os Salmos, mas “desceu” realmente, entrou no mundo, fazendo-se um de nós para nos atrair a todos a si. Por outro lado, tudo se passou na mais profunda humildade: esse Deus sapientíssimo, todo-poderoso, eterno, oferece-se aos homens como uma criancinha recém-nascida, necessitada de uns braços humanos que lhe deem abrigo e de uns corações que a amem de verdade. Temos de comportar-nos como Maria e José o fizeram na noite de Belém: no silêncio da oração, dos nossos atos de presença de Deus durante o dia e ao recebê-lo sacramentalmente na Eucaristia. O próprio fato de armarmos o presépio nos nossos lares exprime que estamos à espera, que Deus se aproxima de nós […], mas também é expressão da ação de graças que dirigimos Àquele que decidiu compartilhar a nossa condição humana na pobreza e na simplicidade (…).
Retirado do livro: VENITE ADOREMUS – Trechos das cartas pastorais de Dom Javier Echevarría sobre o Natal .
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