O Caminho | Tempo da Quaresma

Estamos no tempo da Quaresma. Nós, sacerdotes, nos revestimos de roxo, nossas igrejas estão sóbrias, nos templos antigos os sinos não tocam festivamente. Todos são convidados ao jejum e à mortificação, como remédios no combate contra o pecado. Todas essas práticas exteriores sinalizam uma mudança, uma quebra no ano litúrgico, a inauguração de um período diferente, intenso, decisivo.

Nossa vida é constituída por ciclos e, como cristãos, somos convidados a começar um novo tempo a partir desta quaresma que quer nos conduzir até a Páscoa. São quarenta dias onde precisamos redobrar a oração, a vigilância, o contato com a Palavra de Deus, a assiduidade nos Sacramentos, a vivência do jejum e da penitência, a caridade e o serviço fraterno aos irmãos.

Como de costume, começamos na última sexta-feira as celebrações penitenciais em nossa comunidade paroquial. Toda sexta-feira, às 5h30,  iniciamos nosso dia em vigília, rezando a santa missa e oferecendo como sacrifício ao Pai pela nossa santificação. Muitas pessoas me perguntam se ainda faz sentido fazer jejum e sacrifício em pleno século XXI.

A resposta é sim, absolutamente sim. Todas essas práticas formam o nosso caráter, nos auxiliam no combate contra o espírito do mal, nos faz ordenar as coisas de acordo com o projeto de Deus: reprimir os anseios corporais e aumentar a força da nossa realidade espiritual. É o espírito quem deve mandar no corpo, e não o contrário. Disso depende a nossa paz, irmãos. Pois quando nos deixamos conduzir pelas nossas fantasias e desejos desordenados, ficamos ansiosos e não temos em nós a paz que precisamos para bem viver.

O caminho quaresmal, como toda a nossa vida, é uma realidade de combate espiritual. Por isso, a Igreja sempre começa lendo, no Primeiro Domingo da Quaresma, o evangelho das três tentações às quais Satanás submeteu Jesus no deserto: a tentação do prazer, do poder, da idolatria. O Senhor nos ensina a vencer o espírito maligno, também chamado de pai da mentira, com a arma da Verdade que é a Palavra de Deus.

Estejamos atentos e vigilantes, firmes na oração, na caridade e na penitência para que, com Jesus, também proclamemos a vitória da Páscoa em nossa vida. Que deixemos, a partir de hoje e todos os dias, morrer em nós o homem velho e nascer o homem novo.

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