PREGAI

Neste Domingo Gaudete, celebremos a alegria em todos os seus tons. No anúncio do
anjo à Maria (“Alegra-te, cheia de graça”, Lc 1, 28), na carta de Paulo aos Filipenses
(“Alegrai-vos sempre no Senhor”, Fl 4,4), e na dança de João Batista (“A criança pulou
de alegria em seu ventre”, Lc 1, 41). O céu anda cheio de boas notícias. O Natal está
perto de nós.

O evangelho mostra que o tempo passou e que João Batista agora “é a voz que grita
no deserto”, mas continua tão ligado ao primo quanto antes, naquele encontro nas
montanhas de Judá. Tornou-se uma pessoa exótica, que se veste com pelos de camelo
e come mel silvestre e gafanhotos. E prepara os caminhos do Senhor, pregando a
conversão pela remissão dos pecados. Embora haja o fogo da paixão em suas palavras,
é batizando no balançar da água do rio que ele se transforma no último profeta do AT
e no precursor de Jesus.

Curiosos com o pregador que atraía multidões, alguns acreditavam que Batista era
Elias, aquele que “surgiu como o fogo e cuja palavra queimava como tocha”(Eclo 48,1)
e que foi uma das mais importantes figuras bíblicas de todos os tempos. Dedicado a
fazer Israel a voltar a encontrar seu caminho rumo a Deus, Elias é reconhecido,
sobretudo, pelos acontecimentos no monte Carmelo, que ocupam grande parte do
longo 18º capítulo do primeiro livro de Reis, onde ele desafia o povo a escolher entre o
Deus verdadeiro e os ídolos. Parece que Elias sabe pedir ao Pai o que o próprio Pai deseja fazer. É
persistente na oração. Por sete vezes manda o empregado subir a montanha até
aparecer a nuvem que traz a chuva. Descobre Deus na leve brisa, grita falando de
cansaço e angústia, foge pelo deserto. Elias pertence não só a Deus como ao povo de
Deus, sua palavra torna-se a palavra de Deus para os outros.

Hoje os tempos são outros, mas os pregadores estão no meio de nós. Alguns com
palavras que queimam como tochas, como um relâmpago em céu sereno, outros
navegando nas águas tranquilas de um manso rio. Palavras, palavras. Deus ainda se
manifesta como o Deus de todos. “Do nascer ao pôr do sol, ouvi todos os povos. O dia
transmita ao outro dia, a noite conte a notícia a outra noite”: o céu continua
derramando suas bênçãos sobre nós. Agora com outras vozes. Escutai.

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