Tranquilizai-vos, sou Eu: não temais!

Todas as embarcações têm uma bússola marítima, cuja agulha magnética aponta a direção da estrela polar; ainda que a barca siga para Sul, a bússola nunca deixa de indicar o Norte.Do mesmo modo, que o fino ponteiro do espírito indique sempre a direção de Deus, que é o seu Norte […]. Ides para o mar alto deste mundo; não mudeis de mestre, nem de mastro, nem de vela, âncora ou vento. Tende sempre Jesus Cristo por mestre e a sua cruz por mastro, nela pondo as vossas resoluções, como quem as estende numa vela; que a vossa âncora seja uma profunda confiança nele, e ide em boa hora. Queira o vento propício das inspirações celestes enfunar as velas do vosso barco, mantendo-as sempre pandas, e fazer-vos chegar, em felicidade, ao porto da santa eternidade […].Que no meio do desnorte tudo encontre o sentido certo; não o digo apenas relativamente ao que está ao redor de nós, mas ao que está em nós, quer a nossa alma esteja triste ou alegre, tranquila ou em amargura, serena ou em tribulação, na claridade ou nas trevas, em tentação ou em repouso, na alegria ou na dor, em secura ou em ternura, quer o sol a queime, quer o orvalho a refresque – que o ponteiro deste nosso coração, do nosso espírito, da nossa superior vontade, que é a nossa bússola, vele sempre e se guie, incessante e perpetuamente, pelo amor de Deus.

São Francisco de Sales (1567-1622) – bispo de Genebra, doutor da Igreja – Cartas

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