Um mês com Maria | 24º dia – A penitência

Porque somos pecadores e continuamos a pecar, por isso é necessária a reparação para pagar as culpas. É Justiça: repara-se o mal feito. “Todo pecado, grande ou pequeno, não pode ficar impune; ou é punido pelo homem que faz Penitência ou no último Juízo pelo Senhor”. (S. Agostinho). Podemos aqui lembrar alguns grandes pecadores convertidos e que ficaram santos: S. Maria Madalena, S. Agostinho, S. Margarida de Cortona, S. Inácio de Loyola, S. Camilo de Lélis… Eles nos demonstraram que com a Penitência repara-se e recupera-se tudo, até a santidade mais alta e dão razão a S. Cipriano que exclama: “Ó penitência! Tudo o que estava amarrado, o desamarraste, o que estava fechado, o abriste”. A penitência livra das correntes das dívidas contraías pelos pecados e abre as arcas das graças mais eleitas.

Penitência e Amor.

Quando S. Domingos Sávio estava gravemente doente, foi um dia submetido a uma sangria. Antes de iniciar, o médico disse-lhe: “Olha para o outro lado, Domingos, assim não verás escorrer o teu Sangue”. “Ah, não – respondeu – furaram as mãos e os pés de Jesus com grandes pregos sobre a Cruz e Ele não disse nada…” Domingos sofreu sem um gemido os dez pequenos cortes que lhe fizeram. Eis a lei do amor: quando se ama de verdade uma pessoa, se quer com ela condividir todos os sofrimentos. Não se pode renunciar! Quem ama Jesus e conhece sua vida de humildade e sacrifício, culminada na cruel Crucificação e Morte, não pode deixar de desejar a participação em toda aquela dor desejada pelo amor. A intensidade desta participação às vezes manifestou-se até de modo prodigioso e sangrento. Pensemos em S. Francisco de Assis, S. Verônica Giuliani, S. Gema Galgani, Pe. Pio… Mas em todos os santos a Penitência mais dolorosa foi uma exigência do amor. Eles chegavam ao ponto de não desejar nada além de sofrer. Recordemos alguns exemplos: S. Francisco Xavier, embora oprimido por dores muito fortes, rezava com transporte, dizendo: “Ainda, Senhor, ainda mais.” E à ilha onde sofreu as mais graves tribulações, quis pôr o nome de Ilha das Consolações. S. Teresa de Jesus também é célebre pelo seu grito: “Ou sofrer ou morrer”. S. João da Cruz a Jesus que lhe perguntava o que queria, respondeu: “Sofrer e ser desprezado por Ti”. S. Gabriel de Nossa Senhora das Dores dizia que o seu Paraíso eram as dores de Maria. S. Maximiliano chamava “balinhas de caramelo” as cruzes e as tribulações. Pe. Pio dizia que suas tremendas dores eram “as alegriazinhas do esposo”. Assim raciocina quem ama.

Fazer o próprio dever.

A primeira e mais importante Penitência do cristão é aquela de cumprir fielmente e perfeitamente os próprios deveres cotidianos. Fazer outras penitências omitindo estas significa fazer o secundário, ignorando o principal. Em 1º lugar, lembremo-nos bem: 1º o cumprimento dos deveres. Se é assim a substância da nossa vida de penitência é segura. S. José Cafasso conduzia uma vida de Penitência escondida aos olhos dos demais. Dos depoimentos do processo de beatificação, sabemos que a mulher que lavava a roupa manchada de sangue, tinha-se dado conta disso. “Por que as camisas estão sempre sujas de sangue? – perguntou – O senhor tem algum ferimento?” O santo quis ficar calado, mas respondeu bruscamente: “Vós sois como uma mãe, por isso, vos direi tudo, mas não o deveis contar a ninguém. Deveis saber que nós, padres, usamos uma cintura com pontas chamado cilício. Eis porque achais as manchas.”
“Mas deve doer muito, meu pobre filho”! Exclamou a mulher. “Sim, dói, mas precisamos descontar nossos pecados, não?” “O que está dizendo? – retrucou – Se o senhor precisa fazer penitência, o que devemos fazer?” “Vós trabalhais duro – respondeu o santo – e trabalhar o dia todo já é uma bela penitência”.

Penitência pelos pecadores

O lamento de Nossa Senhora de Fátima deveria nos comover: “Muitas almas vão para o Inferno porque não tem quem se sacrifique por elas.” Jacinta, a florzinha de Maria, foi a quem maiormente tocaram aquelas palavras da Bela Senhora. Ela quis ser vítima inocente e sofrer pelos pecadores foi sua paixão dolorosa até a morte. Atingida pela gripe espanhola e por uma pneumonia purulenta, com infecção progressiva, transportada ao Hospital, longe de casa, submetida a uma operação para a remoção de suas costelas, sem anestesia. Pobre menina! Mas foi heroicamente corajosa e não perdeu nenhuma ocasião de sacrifício pelos pecadores: cama, dores ardentes… O seu Celeste conforto era a assistência materna de Nossa Senhora. Morreu consumada pela febre e pelas dores, sozinha sobre o Coração da Imaculada, vinda do céu para apanhar a inocente vítima pelos pecadores. Que exemplo de heróica penitência.

Votos
– Meditar a paixão e morte de Jesus (Mt 26 e 27);
– Oferecer todos os sacrifícios a Nossa Senhora das Dores;
– Recitar os mistérios dolorosos do Rosário.

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